sexta-feira, 4 de junho de 2010

CAPÍTULO 10

RENESMEE...


10. APARIÇÃO

-Sarah era o quê?-perguntei, meio ao comportamento eufórico de Jacob.
-Ela estava se fazendo de boazinha esse tempo todo, mas na verdade ela estava com o sanguessuga!-ele me explicou de novo.
Eu tinha acabado de chegar na reserva, a escola foi tranqüilo, tinha lição de casa, mas aquela notícia tinha acabado comigo literalmente.
-Qual a finalidade dele ter um lobo como aliado?-perguntei, em meio a cara confusa de Jacob. Estavam todos lá, do bando quileute ao conselho. Sam abraçava a filha, preocupado, Emily conversa baixo com Rachel.
Lá na oficina de Sam tudo estava quieto, apenas eu fazia as perguntas.
-Ninguém sabe! Essa é a pergunta de um milhão de dólares.-Quil brincou.
-Eu pagaria até mais para tê-la.-secamente, falei, sem esperanças de desvendar aquele aflitivo quebra cabeça.
-Talvez... não, deixa pra lá!-Emily começou, e todos nós a encaramos curiosos.
-Continue!-incentivei.
-Bem, não sei se isso é a verdade, mas talvez ele queria ter acesso aos movimentos dos lobos para tirá-los do caminho. Como Jacob disse, ele pediu a Sarah que corresse e avisasse aos garotos que ficassem na reserva, assim teria caminho livre até sua casa.
-Isso faz sentido, mas ele não deveria ter medo da gente, já que ainda não sabia do nosso grande truque...-com um enorme sorriso, Embry falou.
-Não sabia, mas temia que os lobos atrapalhassem... eu entendi o que Emily quis dizer, e faz sentido. Se esse vampiro for tão previsível assim...
-Mas espere. Eu senti o cheiro dele, e agora que descobrimos que Sarah é sua aliada, bem, relacionei os cheiros, é o mesmo daquele vampiro que apareceu com o meio vampiro super poderoso.
-Joham?-eu asfixiei.
Não podia ser, ele tinha morrido, certo? Eu tinha que ir para casa, avisar ao meu pai, a minha família. Esse tempo todo, Joham fingiu junto com aquela loba do Alaska falsificada.
-Esse aí. Devemos ficar em grupos separados agora. Uma aqui na reserva e outro nas terras dos Cullens. Agora que sabemos quem ele é e o que ele quer, vai ser mais fácil ainda prever seus movimentos.-Jacob falou muito confiante.
-Mas muito cuidado, Jacob, ele com certeza vai usar a Nessie como fraqueza para te pegar.-Sam aconselhou.
-Pode deixar. Eu não vou me deixar vencer facilmente, não assim. Vou defender Renesmee, mesmo que meu bando dependa disso.
Havia fogo em seus olhos negros quando as palavras saíram de sua boca. Seu olhar não estava em mim, estava além, muito além de mim. Sorri um pouco envergonhada, quando seus braços quentes me puxaram para perto do seu tórax.
-Devemos ir avisar aos meus pais, tia Rosalie deve estar já na América do Sul falando com Nahuel sobre o vampiro. Avisando, podemos reunir toda a família para afastar Joham daqui...-falei, assim que saí dos braços de Jake. Um deles ainda envolvia minha cintura.
-Afastar não seria uma palavra definitiva. Como ele já matou por aqui, bem, os lobisomens vão ter um trabalho a fazer.-Sue disse, como se fizesse parte do bando.
Todos olharam impressionados para ela, Quil deu uma leve cutucada no estômago de Seth, que devolveu.
-Eu vou indo, mesmo que meus pais não estejam lá, ligo pra eles e aviso tudo. Peço pra virem, dou um toque pra vó Esme, explico a situação, ela virá assim que puder de Denali pra cá. Tio Emmett e tia Rosalie também. Jake, você vem comigo?-perguntei, quando todos nem mais olhavam pra mim nem prestavam atenção ao que eu dizia.
-Vou mais tarde, resolver como iremos fazer daqui pra frente.-ele começou a caminhar ao meu lado em direção a saída da garagem da oficina- Tenho que determinar os grupos de ronda, o que vai ficar na reserva e os que vão para sua casa. Não deve demorar muito. Você vai ficar bem sozinha?-nós dois paramos e ele segurou nos meus ombros e me olhou nos olhos.
-Sim, com certeza. Ele não virá atrás de mim, não agora, depois de saber que meu namorado e seu bando é neutro aos seus poderes.-falei, sem encarar seus olhos negros.
-Você falando assim, parece que está me usando...-ele sorriu, puxando meu rosto para perto do seu.
-E eu te uso... Com carinho, mas uso... Esqueceu que a impressão te faz meu objeto?-falei, vendo ele morder os lábios.
-Pensei que era o contrário.-ele sorriu, balançando de leve a cabeça.
-Não, o fraco pela impressão é você, não eu. Eu que te uso, levando em conta essa fraqueza sua.-sorri e coloquei minhas mãos em seu ardente pescoço.
-Posso não ser tão fraco como pareço...
Sua boca encontrou a minha. Por um minuto considerei a vergonha de ter alguém nos observando, mas seus lábios macios e quentes estavam tão doces, tão suculentos... ops! A vontade de novo não. Me afastei dele vendo seus olhos se apertarem e um ruga aparecer entre suas sobrancelhas.
-Gente, tchau! Até mais! Obrigada por tudo!-olhei para o fundo da garagem, onde todos ainda estavam discutindo possibilidades de ataque, entre outras coisas relacionadas a Joham.
-Até mais, Nessie!-os garotos disseram, quase em coro.
-Cuidado!-Sue me aconselhou, acenando.
Sorri, e fui saindo, até a frente da casa de Sam, onde minha moto estava. Jacob me seguiu até lá. Antes que eu pudesse sentar na moto, braços quentes me puxaram, me apertaram e um sussurro me fez perder a respiração, tremer da cabeça aos pés.
-Eu te amo...-Jacob sussurrou, baixo, mas bem audível, e eu não quis mais soltá-lo. Um medo bobo me fez parar uns segundos e olhar seus olhos, fiquei assim, minhas mãos em seu rosto febril, encarando seus olhos pretos penetrantes.
-Eu também te amo!-falei, e puxei-o para um beijo, mas cuidadoso dessa vez, pois meus instintos estavam a flor da pele.
-É... hoje a noite, peça para todos lá em sua casa se reunirem, quero falar com todos.-misterioso e com um sorriso enigmático, Jake disse, segurando minha mão.
-Falar o que?-curiosa, perguntei, desconfiando daquele sorriso misterioso.
-Você vai saber. Paciência. Por hora, só peço uma coisa, tome cuidado e... eu vou te levar!-ele pulou na moto, e eu apenas observei a cena, enquanto ele ligava a moto.
-Você não tinha que ficar com o bando?-montei na garupa e agarrei sua cintura quente.
-Tinha!-ele acelerou, e eu apenas segurei firme. Sabia que era a impressão, não sei como ele agüentava a dor. Como ele mesmo já me confessara, é como se facas rasgassem seu peito.
Rápido, esparramando águas das poças no caminho, Jacob seguiu em direção a minha casa. Quando ele estacionou e ia entrar na garagem, o detive.
-Não! Volte com ela para La Push. Não é justo!-reclamei.
-Mas eu ia voltar como lobo...-ele justificou.
-Não, seria mais seguro de moto! Vá, e também eu me certifico de que você volta a noite, nem que seja para trazer a moto.-sorri, ainda cheia de curiosidade. Não fazia a mínima ideia do que seria. Talvez alguma forma de me livrar de Joham...
-Então tá, isso é meio sem graça, mas tá certo. Até mais...-ele se inclinou e eu segurei seu rosto e dei-lhe um curto beijo.
-Até a noite!-lembrei novamente, sem me conter.
Jake balançou a cabeça e saiu, sem olhar pra trás. O tempo estava fechado, talvez a noite não fosse tão boa, iria chover, e muito. Entrei na casa de vô Carlisle e chamei por tio Jasper, mas ele não estava lá. Sozinha, algo como medo me ocorreu, mas não deixei que ele me dominasse.
-Alô, pai. Preciso que o senhor venha pra casa, é meio que, urgente...-falei, fazendo minha melhor voz de “nada de mais”. Mas não convenci.
-É sobre o vampiro?-preocupado, ele alterou a voz.
-Não precisa tentar ler minha mente pelo telefone, você não consegue.-brinquei, e ouvi Edward suspirar do outro lado da linha.
-Estou chegando aí o mais rápido possível. Você está com quem?
-No momento? Estou sozinha. Mas minha mãe e tia Alice devem chegar assim que eu ligar pra elas.
-Faça isso. Até já.
Edward desligou, acho que ele estava muito assustado ou receoso, não consegui, nem por um momento, nem mesmo não dizendo o assunto, deixá-lo tranqüilo. Meu pai devia estar cansado de tudo isso. Tantos vampiros vingativos vindo atrás da sua indefesa família.
Me senti um lixo assim que liguei para minha mãe e ouvi a mesma voz preocupada que meu pai fez. Eu não era uma boneca de porcelana, mas todos agiam assim. Ela e tia Alice estariam chegando em poucos minutos.
-Renesmee?-tio Jasper entrou na sala com cautela. Me olhou e começou a mudar meu humor. Acho que ele além de poder mudar, podia sentir o que as pessoas estavam sentindo.
-Oi!-sorri e me senti muito tranquila, não sei se foi o seu poder ou apenas sua presença.
-Então, voltou tão cedo da reserva por quê?-ele sentou-se ao meu lado no sofá e me encarou com aqueles olhos dourados.
-Novidades sobre o caso do vampiro misterioso.
-Hum... e então?
-Ele na verdade é Joham...
-Joham? Impossível! Ele morreu!-tio Jasper me cortou no inicio da frase, com um salto de espanto.
-Não, tio Jasper, não morreu. Aquela loba, a tal da Sarah, mentiu e Demetri não matou Joham. Sarah na verdade mentiu, Deus sabe o quanto, sobre aquela história toda. Na verdade ela e Joham estavam unidos, para fazer, ainda não sabemos o que, contra nós.
-Ou até sabemos, pegar você. Nossa, passam-se muitos anos e mesma história se repete. Mais um vampiro vem atrás da família Cullen para se vingar. Maldita hora que ajudei Edward a matar aquela criança!-ele disse, colocando seu rosto entre as mãos.
-Mas tio Jasper, imagina esse bebê, que cresceria super rápido, com tais poderes, deixaria os Volturi ainda mais fortes. Não condeno você e meu pai por essa atitude. Era o certo a fazer. Meu pai matou o parceiro de Victória, James, porque ele era uma ameaça, assim como aquele bebê. Isso só segue a frase: “Os fins justificam os meios.”
-Eu não quero nem pensar no que Joham é capaz, com esse poder de teletransporte. Sabe, Nessie, amar as pessoas, como vampiros amam, as vezes torna-se possessiva de mais. Veja seu pai e sua mãe. Edward desenvolveu uma verdadeira fixação por Bella. Assim ama os vampiros, assim eu amo Alice e morreria se algo acontecesse a minha baixinha, entende?
Minha reação mediante aquele desabafo foi apenas afirmar com a cabeça. Minhas palavras haviam sumido. Aquilo era realmente impressionante, sentir todo aquele desabafo vindo logo de tio Jasper.
-Desculpe, acho que acabei falando demais. Mas acho essa situação um pouco repetitiva. Por mim, os Volturi que deveriam vir e cuidar de tudo. Não fizemos nada de mais além do nosso trabalho, ou antecipamos o que eles iam fazer. Bella e Alice chegaram.
De repente, tio Jasper se levantou. Ficou olhando para a porta com incrível fixação.
-Nessie, meu Deus, o que aconteceu?-tia Alice rapidamente veio até mim e me abraçou forte. Depois foi a vez da minha mãe, que sentou comigo no sofá. Tia Alice ficou com tio Jasper no outro.
-Bem, é meio surpreendente o que vou contar, as coisas aconteceram rápido demais lá na reserva.-comecei a falar e olhei para tia Alice que apenas me incentivou a continuar suspendendo uma das sobrancelhas.
-Certo. Joham está vivo e...-tia Alice se levantou e eu fiz um sinal com a mão e a detive.-Espere, deixe-me continuar.-ela se sentou e me encarou, minha mãe estava muda, apenas me olhava com a boca entreaberta e seus dentes aparecendo.
-Então, Joham está vivo, Jacob encontrou com ele esta manhã, e descobriu também que Sarah, na verdade era aliada dele. Não sei por que, talvez para ter um espião no grupo dos lobos, não sei.
-Isso está indo longe demais!-minha mãe balançou a cabeça.
-Também acho.-tio Jasper concordou.
-La Push esteve em perigo, Jacob e seu bando vulneráveis a uma briga que nem mesmo é deles...
-Mãe, me escuta... Eu também me sentiria culpada por isso, mas o melhor eu deixei pro final...-coloquei um tom de suspense e vi todos na sala revirarem os olhos e me mirarem com curiosidade – Os lobisomens não podem ser teletransportados por Joham. Não é incrível?-animada, falei.
-Fantástico, pelo menos isso para ajudar. Não posso ver através deles, e nem de você, meu bem. Isso me deixa um pouco... frustrada.-tia Alice sorriu docemente.
-Me desculpe...-sorri de volta.
-Mas isso é uma vantagem para os lobos, filha. Nosso clã é vampiro, e Joham quer a nós, esqueceu?-minha mãe me lembrou.
-É uma vantagem que podemos usar a nosso favor. Jake vai lutar ao nosso lado mãe. Isso pode nos ajudar muito!-segurei suas mãos geladas e vi seus olhos se apertarem vendo esperança transbordando dos meus.
-Uma coisa deve ser analisada também. Jacob e Renesmee tem algo em comum...-tio Jasper começou a falar, me olhando e depois mirando tia Alice.
-Ambos são híbridos! Genial! Será que essa vantagem também protegeria a Nessie?
Por um minuto aquela dúvida de tia Alice me fez sentir forte, eu teria um ponto forte, algo que o vampiro não conseguiria transpor. Algo que faria minha família não duvidar do meu poder, que faria eles se desapegarem tanto de mim.
-Não, isso não é muito provável. Lembrem que ele se teletransportou com a criança que Edward matou. Isso já faz perceber que a raça de Renesmee é vulnerável a esse poder. Outra coisa, garanto que ele apenas tentou teletransportar Jacob na forma de lobo, na humana talvez eles não seja tão vulnerável. Sarah deve ter tido a chance de ser teletransportada, talvez não como lobo, mas como humana e isso ainda deixa os lobos em uma cruel desvantagem.-minha mãe observou com tristeza e eu voltei a ficar melancólica.
-A situação é pior do que eu imaginava...-meu pai entrou na sala.
-Olá, querido.-minha mãe se levantou para pegar a pasta de meu pai e colocar sobre a mesa de jantar. Antes, porém, os dois se beijaram rapidamente.
-Filha, não sei como agir diante dessa situação, Carlisle está vindo, Rosalie estava indo até a America do Sul. Mas pedi que voltassem, Esme também está vindo. Logo todos estarão aqui, talvez antes ou depois da meia noite.-meu pai relatou.
-Só vamos poder tomar providências quando o infeliz do Joham resolver aparecer.-tio Jasper comentou.
Olhei para minha mochila em cima do sofá, de La Push até aqui, tive que trazer, não sabia que voltaria cedo para casa. Tinha lições pra fazer, mas nem sabia se voltaria para a escola.
-É claro que vai voltar, como já sabemos com quem estamos lidando, isso deixa a vantagem de pelo menos saber que os humanos de Forks estão seguros. Joham não brincaria de novo com os Volturi. Nessie, porque não vai fazer sua lição de casa?-meu pai pediu e eu sabia o que aquilo queria dizer. Reunião fechada.
Resolvi ir para casa, fazer minhas lições. Passei pelo curto caminho de pedra que levava até minha casa, ouvindo os trovões. O cheiro de terra molhava inundava o ar. Entrei em casa e a chuva começou.
Abri meu caderno, havia exercícios de Física e História da América. Não conseguia me concentrar, mas acabei desenvolvendo as atividades e antes que a noite caísse, já havia terminado tudo.
Sete páginas de um e nove de outro foram fáceis de resolver, inteligência vampírica era a melhor coisa que eu podia ter herdado dos meus pais.
Olhei pela janela, a chuva que não parava, os trovões altos e os clarões dos relâmpagos tornavam o tempo nefasto, logo hoje, que Jake ia vir aqui falar com minha família.
Lembrando disso, fui tomar um banho, trocar de roupa. Parei em frente ao espelho, depois do banho, penteei meus longos cabelos ruivos, colocando uma tiara para elevá-los e tirar as mechas do meu rosto.
Vesti uma saia jeans, com uma blusa de manga comprida rosa claro, com uma camiseta por cima, branca. Sentei na cama e olhei no relógio do criado mudo.
Sete e vinte e oito. Um aperto no peito me fez perder o ar por um instante. Olhei pela janela, um relâmpago clareou e vi algo no vidro, uma silhueta talvez. Levantei da cama assustada. Mas logo relampejou novamente, e não havia nada lá. Eu estava começando a ficar paranóica.
Resolvi ficar com meus pais na casa do meu avô. E para minha surpresa, Carlisle já estava lá. Abracei ele com força, depois recebi um doce beijo na bochecha.
-Estava com saudades suas, vovô!-falei, segurando sua mão, enquanto íamos nos sentar no sofá.
-Esses dias que estive fora, resolvi adiantar alguns trabalhos no hospital. Cirurgias marcadas, exames, eu sentia que precisava deixar um tempo para ficar com a família.-ele disse, passando a mão no meu rosto. Abaixei a cabeça, e ele sorriu.
-Esme deve estar chegando, apenas Rosalie e Emmett devem chegar tarde. Mas ainda hoje teremos todos juntos.-meu pai suspirou.
Todos estavam melancólicos, e quando Edward sentou-se no piano, hábito que esses dias andava raro, senti meu coração se apertar ainda mais. Ele tocava uma valsa lenta de Chopin. Minha mãe estava encostada no piano preto, olhando os dedos do meu pai tocar as tecla com suavidade.
Aquela cena me comoveu. Assim que a valsa terminou, meu avô subiu, tia Alice e tio Jasper permaneceram aqui na sala. Agora o som que reinava, além dos trovões lá fora, era uma singela composição, chamada de A pastorinha, não me lembrava quem era o compositor, mas me lembrava bem, começava lenta, e depois o ritmo ia acelerando.
Ainda antes de ter quatro anos, eu fiquei meio fascinada com essa singela melodia, pedi a meu pai que me ensinasse, e ele me ensinou, era uma das poucas que eu tocava. Piano não era meu forte. Embora durante a minha curta infância eu o tivesse aprendido bem.
A chuva lá fora começava a cessar, imaginei que horas Jacob viria. Olhei no relógio branco da sala, eram oito e vinte, o tempo parecia se arrastar longe de Jake. Depois que descobri o meu amor por ele, sua vida se encaixou na minha de tal maneira que, mesmo que eu me esforçasse, não conseguia ver nada além de ter Jacob ao meu lado.
Assim novamente, me veio na cabeça minha imagem como vampira. Vivendo para sempre e submetendo Jacob a sua sina eternamente. Aquilo não era realmente uma vida.
Sinceramente, a eternidade não era tão boa assim, e mesmo eu não precisando me transformar para a ter, aquilo parecia mais real quando eu estava na forma de uma vampira completa.
Ouvi ao longe o som de uma moto. Jacob! Meu coração disparou. O que será que ele queria falar com minha família? Sem expectativas... respirei fundo, e me segurei para não ir até lá fora recebê-lo.
Quando aquele rapaz moreno, alto, musculoso, com os cabelos negros molhados e, mesmo estando com a temperatura baixa, vestindo uma blusa de algodão preta e um short marrom, entrou pela porta, tremi dos pés a cabeça, pensei que meu coração ia parar de bater por estar trabalhando tão rápido.
Olhei-o de cima a baixo e um arrepio me tomou. Meu coração começou a saltar no peito. Não ouvia nada além de suas pisadas entrando na casa. Não via nada além daquele sorriso banco, meio torto e sem graça se dirigindo a mim.
Asfixiei, como uma adolescente humana vendo seu grande astro do cinema pela primeira vez quando ele disse, sem emoção:
-Boa noite!
Depois de escutar essas duas palavras, voltei a mim, olhei em volta, meu pai sorria, não sei porque, talvez da minha grande insanidade e debilidade ao ver Jacob, ou até dos pensamentos de Jacob, não sei. Edward apenas sorria olhando o nada.
Meu pai fechou o piano e minha mãe olhou seus movimentos e o acompanhou até o sofá. Carlisle desceu assim que sentiu o cheiro de Jacob.
-Boa noite, Jacob!-meu pai cumprimentou.
-Olá, Jake!-minha mãe sorriu.
-Boa noite, lobo dos bloqueios!-tia Alice zombou.
-Como vai Jacob?-meu avô disse, ainda na escada.
-Melhor agora, Carlisle!-ele sorriu, me olhando.
-Então, vamos aos negócios?-meu pai sorriu, e eu ainda não sabia onde ele e Jacob queriam chegar naquele diálogo de pensamentos e palavras enigmáticas do meu pai.
-Se você quer tratar assim...-vi quando Jacob tirou do bolso uma caixinha.
Minhas pernas tremeram. Não podia ser! Era muito cedo, não havia um mês de namoro ainda. Eu não sabia o que fazer diante de uma simples caixinha preta na mão enorme de Jacob.
-Bem, vocês já devem imaginar o que tem dentro da caixa, e o que eu quero, certo Renesmee?-ele disse, vindo na minha direção. Apenas ergui uma de minhas sobrancelhas.
-Por que não é mais direto?-tia Alice implicou.
-Nunca fui muito de romance e todos aqui sabem...-Jake disse, ficando sem graça.
-Mas faça pelo manos a pergunta!-minha mãe sugeriu.
-Oh! Certo! Olha, não sei como ser mais romântico do que isso, então, me desculpe pelo mal jeito Nessie...
-E...?-meu pai interrompeu, eu estava um poço de ansiedade, de vergonha, de medo, de insegurança, de tudo.
-E... Renesmee Carlie Cullen Swan, aceita se tornar uma Black? Ou seja, se casar comigo?-desajeitado, mas com um charme só dele, seu pedido pareceu o melhor dos melhores.
-Aceito ser sua Renesmee Carlie Cullen Swan Black!-sorri e ele me abraçou.
Com um movimento devagar, ele retirou o... anel da promessa quileute? Seria outro? Não, era o meu, aqueles desenhos eram únicos, era o que eu tinha atirado em um canto na sala após nossa discussão na floresta, assim que Sarah me atacou.
Como ele havia achado? Puro descuido meu!
Cedi minha mão, sentindo arrepios por todo o corpo quando sua mão quente tocou a minha. Meu cérebro fervia, minhas mãos estavam tremendo quando o anel, pouco a pouco, foi deslizando no meu dedo.
Quando finalmente ele estava lá, nem consegui olhar nos olhos do meu noivo. Foi preciso que uma de suas mãos erguesse meu queixo para nossos olhares se encontrarem e finalmente nossas bocas.
Era o selo do compromisso.
Assim que nos separamos, ouvi palmas da minha família, estranho, mas tudo bem.
-Você não acha cedo demais?-meu pai perguntou, assim que nos sentamos.
-Não sei até quando eu vou durar, Edward. A morte é uma amiga que vem sem avisar...-dramático, ele disse.
-Não seja tão pessimista, meu jovem! Se nós bebêssemos eu ia sugerir um champanhe que tenho guardado aqui. Mas se quiser beber sozinho, posso pegar para você...-meu avô sugeriu.
-Não, beber sozinho não tem graça. Até porque essa é a comemoração de uma família.-ele falou, segurando minha mão direita, alisando o anel.
-Quando tudo isso acabar, vamos ter uma linda festa de casamento!-tia Alice sorriu e eu, por dentro, senti uma pontada na cabeça, só de imaginar alguma coisa espalhafatosa.
As fotos do casamento da minha mãe não estavam tão más, porém eu não queria muita gente e...
-Alice, essa festa será no estilo quileute. Se você não se importar, é claros...-com ironia, Jacob atirou.
-É obvio que me importo. É o casamento da minha única sobrinha!-tia Alice quase gritou, indignada.
-Olhem, podemos deixar pra decidir essa festa depois, estamos no meio de uma crise!-falei, meio sem jeito com aquelas decisões precipitadas.
-Concordo!-meu pai sussurrou.
-Certo, mas eu vou organizar, isso está mais do que decidido, lobo!
-Alice, não seja inconveniente, hoje ainda foi o noivado! Teremos tempo para pensar nisso logo após determos Joham.- vô Carlisle disse, fazendo tia Alice lhe olhar com uma careta.
-Como vamos detê-lo?-tio Jasper perguntou.
-Boa pergunta, meu caro Jasper!-ouvimos palmas fora da sala, vinham do alto da escada. Era uma voz macia, de um vampiro sedutor, meus pais e meus tios, se levantaram em questões de segundos.
Vô Carlisle foi o único que permaneceu imóvel no sofá. Joham estava em pé, encostado no corrimão da escada. Aparência dele era das melhores, não era a toa que seduzia muitas humanas.
Loiro, alto, rosto magro e fino, cabelos caídos na testa, lábios finos, roupas um pouco antigas e sociais. Um sorriso digamos que encantador. Aquele era o vampiro poderoso, que queria me matar. Meu peito se apertou, e minha mão sentia a leve pressão dos dedos trêmulos de Jacob.
Nos seus olhos negros, ódio faiscava. Meu pai tinha os dentes cerrados, toda minha família estava em posição ofensiva.
-O que veio fazer aqui?-meu pai rosnou.
-Ora Edward, buscar o que é meu por direito. Odiaria ter que matar sua filha, então vim propor uma troca justa. A quero, para estudá-la, para substituir meu precioso bebê que foi tirado de mim.
-Impossível!-minha mãe disse, cravando as unhas na palma da mão.
-Não há acordo nem troca, Joham! Você sabe o perigo que aquela criança representava!-vô Carlisle disse, já ao lado do meu pai, sem perder a calma.
-Não seja tão imparcial assim, caro Carlisle!-Joham se teletransportou mais dois degraus para baixo.
-Cuidado com seus movimentos, Joham!-tio Jasper, segurado por tia Alice, rosnou.
-Desculpem-me!-ele elevou as duas mãos, deixando as palmas abertas e virada para nós.
-Gostaria que pudéssemos ser mais racionais aqui. Não há motivos para troca, nem para lutas!-meu avô pediu.
-Infelizmente, não penso do mesmo modo! Anos, caro amigo, anos, tentando encontrar um vampiro invencível e quando o encontro, tenho-o retirado de mim! Isso não é justo! Imaginem a dor de tirarem a sua preciosa Renesmee de vocês! Na verdade, vocês em breve sentirão essa dor!-com um sorriso, Joham desceu, não por teletransporte, mas com movimentos cautelosos mais um degrau.
-Não vejo como!-meu pai quase gritou, entre seus dentes cerrados.
-Vim tratar exatamente disso. Quero sua preciosa Nessie, ou então, se não houver acordo, proponho uma luta decisiva, não justa, mas de igualdade singular.
-Não há possibilidades disso acontecer!-minha mãe balançou a cabeça. Seus olhos apertados em direção a Joham.
-Minha querida Bella, se ponha no meu lugar! Ou muito em breve a terei no mesmo. Simplesmente exponho desse modo a situação. Só há esse modo, por mal, para resolvermos esse impasse. Fui muito cordial de estar aqui, ainda conversando. Planejei muitas vezes um ataque silencioso na escola da garota. Mas como minha situação com a poderosa família da Itália não é das melhores, resolvi recuar. Não quero vampiros italianos envolvidos. Por isso essa conversa.
-Joham, não seja tão ambicioso e prepotente. Não há como você nos vencer!-tia Alice tentou blefar.
-Sangue suga sujo!-Jacob rosnou, dando um passo pra frente. Eu segurei apertadamente sua mão fervente e tremula na minha.
-Oh, lobo! Alfa, você que consegue me deter. Por isso quero seu bando nojento fora da luta, para torná-la mais justa!-ele disse, gesticulando com as mãos.
-Nunca!-Jacob gritou, seu corpo inteiro tremia.
-Jacob, se controle, não vale a pena o confrontar nesse momento!-meu pai aconselhou.
-Não sei se vou conseguir...-ele sacudiu a cabeça e voltou a olhar Joham.
Confesso que meus movimentos estavam limitados. Não falava nada, nem sequer me movia muito, só olhava para os gestos dos vampiros e do lobo ao meu redor.
-Renesmee não pode ser sua, Joham, não há como tentar levá-la. Ela não é mais criança. Desista dessa ideia.-meu avô disse.
-Não importa mais, Carlisle! Não a quero também com tal revolta. Apenas quero fazê-los sofrer a perda de quem se ama. Só isso. Não falarei mais nada além das minhas condições. Quero uma luta justa, não teletransportarei ninguém, porém não quero lobos na luta!
Jacob rosnou, e deu mais um passo a frente, o puxei de volta. Seu corpo mal se movia.
-Ao final desse mês, Alice com seus fantásticos poderes verá, eu estarei a sua espera. Creio que não levarão a pequena Renesmee, assim verão melhor o futuro e nem os lobos. Tenho minha segurança garantida. Assim firmamos um pacto. Teremos uma luta, com todos os Cullen apenas, terei imenso prazer em derrotar todos. E por ultimo, caçar sua pequena e preciosa Renesmee. Mesmo que não sofram após a morte, mas pelo menos saberão, ao morrer, que ela sofrerá mais do que qualquer um de vocês!-ele disse isso fechando os punhos. Tinha ódio em suas palavras.
Me arrepiei e ouvi toda minha família rosnar. Não pude segurar Jacob, seu corpo tremeu e em poucos segundos tínhamos um enorme lobo subindo as estreitas escadas e pulando em cima do que antes era Joham.
-O pacto está firmado. Espero vê-los em breve!-Joham sumiu no ar, e Jacob pulou novamente, desta vez, parou antes de alcançar a sombra de Joham.
Minha família, ainda permaneceu imóvel por alguns poucos segundos, antes de fazerem movimentos lentos e melancólicos, ao final, todos olhavam pra mim com olhos estreitos. Lágrimas começaram a rolar do meu rosto.
Vi Jacob me olhar com aqueles olhos de lobo. Minha mãe abriu a porta e ele, com um pouco de dificuldade passou por ela. sentei no sofá transtornada, meu coração doía.
-Não se sinta assim, filha, não é sua culpa nada disso. É minha culpa e tenha certeza, vou reparar esse erro.-meu pai disse, afagando meus cabelos, em pé atrás do sofá.
-Você só não, meu filho, todos nós!-vô Carlisle corrigiu.
-Que seja.-duramente meu pai assoviou.
Enxuguei minhas lágrimas e olhei em volta, vi no rosto perfeito de minha mãe a dor emanar onde seus olhos não podiam derramar lágrimas, mas seu rosto já se transfigurara em uma fisionomia totalmente deformada de torturante tristeza.
O rosto de mármore de meu pai estava duro, sem expressões. Carlisle tinha a fisionomia pensativa, tia Alice abraçada em tio Jasper, mantinha seus olhos longe, talvez tentando ver através do confuso destino da família Cullen.
-Esme acaba de chegar a Forks, estará chegando daqui a dez minutos...-tia Alice comentou, sem olhar para ninguém na sala.
-E da luta Alice, o que pode ver?-minha mãe perguntou.
-Vejo muito inconstantemente alguns movimentos. Nessie não está envolvida em muitas delas, em outras não vejo quase nada, creio que Renesmee e os lobos devem estar no meio.-ela falou um pouco desanimada.
-E a data?-tio Jasper quis saber.
-É um dia de sábado. O ultimo sábado desse mês!-tia Alice disse, olhando o nada em sua frente.
-Ótimo dia para matar vampiros! Adoro acabar com eles no final de semana.-Jacob apareceu na porta já vestido com apenas um short preto e descalço.
Todos o olharam. E ele veio e se sentou ao meu lado.
-Esse sanguessuga desgraçado nem saberá o que o atacou.
-Jacob, acho melhor não envolver seu bando nessa briga. Melhor fazer do jeito dele.-minha mãe disse.
-Bella, isso não é o certo a fazer! Ele mexeu com meu bando! Ele colocou uma intrusa, droga, lá dentro! Inferno! Não vou ficar de fora, nem que eu entre sem a vontade de vocês!-decidido, aquele lobo teimoso disse.
-Pela Renesmee, Jacob, pela segurança dela!-vô Carlisle pediu.
Jacob não falou nada, apenas ficou pensativo.
-Seja sensato Jacob.-meu pai disse, creio que lendo os pensamentos de Jake.
-Apenas vou seguir meu coração...-Jacob disse e se levantou, se dirigindo a porta.
Olhei para a cara sem expressões do meu pai, que baixou o olhar. Segui Jacob até do lado de fora. Desci as escadas da porta e acompanhei-o já no ultimo degrau.
Num movimento rápido, suas mãos quentes envolveram meus pescoço e me apertaram contra seu corpo quente. Seus olhos estavam nos meus diante da luz fraca da frente da casa.
Logo após essa troca de olhares, seus lábios vieram aos meus. Sua mão esquerda, com cuidado desceu pelas minhas costas, me deixando arrepiada. A outra segurava minha nuca com delicadeza.
Minhas mãos apenas seguravam aquele fervente e pulsante pescoço. Seus lábios deslizavam nos meus, com força e rapidez, no que depois foi se tornando um beijo calmo e lento.
-Eu te amo, minha noiva!-ele sussurrou.
-Eu também te amo, meu noivo...
-Até que a morte nos separe!-ele disse em um tom sombrio. Isso fez meu corpo tremer. O medo de não ter mais Jacob me deixou tonta. Suas mãos me libertaram e sem dizer mais nenhuma palavra, meu noivo Jacob Black se foi mediante a escuridão da noite.

14 comentários:

  1. aiiiii meu deus oke vai acontece com os dois?

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  2. ai eu sempre choro :)
    meu Deus q lindo!!!!

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  3. Mas será que o casamento vai durar depois que a transformação dela for definitiva?
    =/

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  4. kra,o q será q vai acontecer??!!o jake podia fikr escondido e dpois se estiver indo mal na briga,ele intervem...tomara!!rs

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  5. [AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA]. MORRI.

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  6. aiiiii o q sera q vai acontecer???
    capitulo 11 lah vou eu

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  7. Capitulo 11 ai vai eeu!!! Tomara qe esse fdm do Joham MORRA, como o Jake disse " SANGESSUGA DESGRAÇADO"

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  8. aiiiii meu deus oke vai acontece com os dois?
    Primeiro , eles tem o momento perfeito do noivado agr esse estrupicio desse fazer uma coisa dessas vei to revoltada hsuahusahush amando :*

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  9. aii, kii lindo o pedido de casamento do jake.
    tomara kii de td certo pa ele e a nessie, eu sempi choro qnd eles brigam...
    AMANDOOOOOOOOOOOO!!!

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  10. tomara q os volturi ajudem os cullen eles são mto poderosos, e os volturi querem joham

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