CAPÍTULO 20

20. SENTIMENTOS

Quando toquei sua mão gélida, um calafrio me tomou, senti que não seria tão fácil e eu estava certa. Na minha frente, os servos de Aro estavam me rodeando. Alec se pôs em minha frente, em posição defensiva.
-Ora, ora, Renesmee! Convidou sua ilustríssima família e não nos avisou! Que indelicadeza da sua parte!-Aro apareceu entre seus súditos, Caius e Marcus ao seu lado, suas caras pouco amistosas e eu me perguntei o que deu errado.
-Capturamos alguns convidados, e você os conhece muito bem e ainda por cima sabia que eles viriam...-Marcus falou amargo.
Alec me olhou preocupado, saiu da minha frente e ficou ao meu lado. Caius o encarou com desconfiança.
-Eu sou a culpa de tudo isso. Me perdoem. Eles não deviam ter vindo a minha procura. Eu sinto muito. Devem deixá-los ir, eu não irei a parte alguma com eles.-falei, sabendo que minha família não me deixaria ali.
-Impossível deixá-los partir. Sua mãe, Isabella, está determinada a não te abandonar, prefere morrer, ela e toda a sua família e pelo que vejo, ou o que li na mente do seu querido pai, você confessou que também quer ir. Por isso não vejo outra escolha.-ele balançou a cabeça, com uma cara muito penalizada.
-Não! Eu não irei com eles, Aro, liberte-os!-falei desesperadamente.
-Mestre, ela diz a verdade, não faça nada contra eles.-Alec interferiu e Aro olhou para ele, mas não foi só Aro.
-Então, Alec, está apaixonado por essa mestiça?-a voz de Caius era insultante.
-Não, mestre, apenas sei o que ela me confessa.-ele disse, ajoelhando-se perante Caius.
-Isso não parece ser a verdade, Alec!-Marcus disse, olhando para minha cara horrorizada.
-Mas é a mais sincera verdade.-ele disse, sua cabeça mirava o chão, meu coração tremia, minhas mãos estavam fechadas.
-Será?-Aro rapidamente, colocou a mão no pescoço de Alec e seus olhos sumiram, estava em outra parte. Minha respiração falhou, senti necessidade e não ter um coração batendo, de poder me defender e defender Alec. Mas eu não me transformei.
-Traidor...-Aro sibilou, tranquilamente e eu dei um passo a frente, a ponto de atacar Aro, mas sua escudeira estava lá. Renata me mirou, defensivamente, e eu esperei os movimentos de Aro.
-Jane!-a voz aguda de Aro cortou a sala e logo o corpo de Alec se enrijeceu.
-Não, por favor, Aro! Ele não tem culpa alguma!-eu gritei, vendo Aro atirar o corpo de Alec no chão, sua agonia era visível. Por que Jane estava fazendo aquilo?
-Você terá que pagar, vocês todos. Agora nossa própria honra foi desafiada, e teremos que limpá-la.-Caius disse, olhando Alec no chão.
-Eu sei como. Eu fui a causa disso tudo, me tornarei humana para que possam matar-me e limpar a honra de todos...-falei, tirando a pequena porção do meu bolso.
-Não, Renesmee!-Aro disse, e eu senti que alguém da guarda iria me segurar.
Desviei e com um movimento rápido, quebrei o vidro em minha boca, sentindo o gosto de sangue da porção invadi-la. Meu corpo parou e Aro me olhou, paralisado com meu ato.
-Limpe sua honra Aro...-eu disse, enquanto sentia meu corpo tremer, esperei por mais alguns segundos, olhei para minha pele, nada aparentemente havia mudado.
Passei uma de minhas unhas na minha pele, e ela se reestruturou. Droga! Não havia funcionado.
-Pelo que vejo, não é humana...
-Desgraçados! Não me deram a porção!-falei, irritada, me pondo em posição de ataque.
-Mas essa é a mesma porção, minha cara. Se não funcionou o problema não é com a porção e sim com a espécie que a usa, concorda? Digamos que agora você está em uma situação um tanto constrangedora...-Aro, deu um passo a frente e eu recuei. Não havia esperança. Tudo estava perdido. Dois soldados da guarda me seguraram forte, não resisti.
Olhei para Alec, seu corpo não estava mais tremendo. Jane olhou pra mim e olhou para Aro, que vinha na minha direção. As mãos erguidas.
-Que desperdício, que desperdício!-ele lamentava, Caius e Marcus sorriam com o meu fracasso. Logo chegaria a vez da minha família.
Quando Aro estendeu as mãos na minha direção, focando claro, o meu pescoço, algo o deteu, algo fez com que ele ficasse imóvel, seus olhos perderam o brilho, pareciam vazios. Foi quando percebi que todos os outros estavam imóveis também. E para meu alívio Alec estava em pé, concertando a gola da sua camisa.
-Jane! Você foi má! Poderia ter sido menos dura comigo! Isso é algo insuportável!-ele disse, olhando para a outra figura que se movia na sala.
-Você foi descuidado! Eu não ia aplicar meu poder de forma tão forte, eu pensei que você iria me bloquear e fingir, mas você não o fez... estava me testando! Verme!-ela disse com o canto da boca torto.
-Logo todos do subterrâneo estarão imóveis e com as mentes vazias. Devemos libertar sua família.-Alec veio em minha direção e me soltou dos braços dos guardas que me prendiam. Meu corpo ainda estava um pouco trêmulo.
-Por favor, vamos logo com isso!-Jane apressou e um impulso involuntário empurrou meu corpo. Eu me ergui e segurei firme na mão gelada de Alec.
-A porção... ela não funcionou...-eu sibilei enquanto andávamos. Alec parou e me encarou. Jane estava na frente do corredor e também parou.
-Você deveria estar feliz, porque não se passaram três décadas para descobrir isso.-Jane zombou de mim.
-Na verdade, isso ocorreu por que você não fez o procedimento corretamente. Essa porção funciona em vampiros e não em meio vampiros, no mínimo você teria que estar transformada, se é que mesmo assim a porção funcionaria.-ele disse desapontado comigo, seus olhos vermelhos estavam sem expressões.
-Oh...-foi a única coisa que escapou da minha boca. Mas na verdade que queria ao menos ter me xingado de algumas palavras implícitas.
-Eles estão na arena.-Jane disse e começou a andar.
Quando ela mencionou “eles” meu coração deu um pulo. Eu veria minha família, minha tola família, que se sacrificou para salvar uma ingrata como eu. Minha velocidade agora era vampírica. Logo a porta de madeira grossa estava na minha frente. Jane esperava que eu a abrisse, mas Alec fez as honras.
-Renesmee!-ouvi o grito histérico de Bella, ela não estava imóvel, acho que estava trabalhando em um modo de colocar o escudo entre meus familiares. Eles estavam todos paralisados nas mãos dos guardas.
-Mãe!-eu corri e a abracei. Seu toque gelado fez meu corpo perder as forças. Perto dela tudo parecia tão seguro, tão amável, tão caloroso.
-Eles estão com você?-ela perguntou quando Jane deu um suspiro de enfado.
-Sim.-eu disse, soltando-a dos meus braços.
Então seu olhar dourado estava nos meus olhos, com uma interrogação visível neles. Ela queria saber qual o motivo da minha extrema idiotice.
-Mãe, me perdoe, isto é, por tudo. Claro, eu sei... não é fácil! Eu fui uma completa idiota, eu agi de forma imprudente. Não sei se vai poder me perdoar...-eu olhei entre meus familiares e um cheiro tão característico me fez parar de falar.
-Que odor pujante é esse? Isso é um lobo?-Jane retorceu o nariz, um pouco afastada e eu olhei no seu mesmo ponto de visão e a pele morena e o cabelo negro me fizeram voltar a tremer.
-Jacob...-sibilei, meus pulmões estavam sem querer puxar o ar até eles.
-Eu estava tentando tirar eles desse entorpecimento, quando você chegou.-minha mãe encarava Alec e ele me olhou.
-Posso?-ele me encarou profundamente, enquanto eu me aproximava do corpo imóvel de Jacob.
-Espere um minuto...-eu sussurrei me aproximando. Passei pelo rosto contorcido de dor do meu pai e fui até Jake, que tinha o rosto composto por um expressão de concentração, acredito que ele explodiria em um lobo gigante quando Alec retirasse sua névoa de paralisia.
Me aproximei dele, passei cautelosamente minha mão por seu rosto, sua pele quente me fez ferver também. Olhei dentro dos seus olhos sem vida, sua boca cerrada, sua expressão de concentração. Coloquei meus braços ao redor do seu pescoço e encostei minha cabeça na sua.
-Me perdoe, por favor...-eu sussurrei a estátua. Foi quando Alec tirou sua névoa, o corpo de Jacob tremeu, seus olhos não estavam me vendo, não agora. E ele explodiu em um lobo gigante e rugiu severamente. Na sala a única coisa que se ouvia era rugidos. Parei e esperei todos recuperarem da névoa confusa de Alec. Os olhos do lobo me fitavam com uma expressão confusa. Havia dor ali, misturada com um punhado de sentimentos que faziam meu coração se apertar. Como encarar minha família?
-Ei! Olha o nosso prêmio de captura aqui!-tio Emmett sorriu, pelo menos seu tom estava divertido atrás de mim.
Eu recebi primeiro o abraço frio de vó Esme. Não contive as lágrimas.
-Sentimos sua falta querida...-amável como sempre, ela me disse.
-Também senti saudades suas, vovó!-falei, em meio aos soluços.
-Não chore. Você está bem agora.-meu avô me abraçou com força. De alguma forma, aquilo era como ele estar revivendo sua história de servidão, mas sem a parte da saída triunfal e sem juras de morte.
Tia Alice também estava com uma cara muito alegre, embora eu os tenha colocado em uma fria.
-Muito feliz em te ver bem, queridinha!-ela falou docemente em meu ouvido.
-Pensei que ia te perder, docinho! Não faça mais isso, você é como uma filha pra mim e sabe disso...-tia Rosalie, choramingou no meu ombro. Se ela tivesse lágrimas com certeza teria as derramado mais do que minha mãe, ou talvez não.
Edward me olhava severo, junto da minha mãe. Atrás deles, vi Alec e Jane, juntos e sentados em um degrau da arquibancada. Atrás de mim eu percebi que o lobo havia se sentado e esperava pacientemente.
-Ainda bem que não fiquei por último. Detestaria te abraçar sentindo o cheiro daquele cachorro...-tio Emmett cochichou em meu ouvido. Tio Jasper permaneceu ao lado de tia Alice e só faltava abraçar o enorme lobo atrás de mim. Me virei e ele me encarou, penetrante, como só Jacob sabia fazer.
Fui um pouco devagar e me aproximei de seu corpo peludo, ele me olhou de cima e me fitou, seu olhar estava sem rastro algum de sentimentos. E então, como se algo o impulsionasse para baixo, ele, moveu o seu pescoço e eu o agarrei com força, cochichando na sua orelha de lobo.
-Me perdoa, eu te amo... por favor...-eu falava, meu coração parecia que iria explodir. Quanta falta aquele pelo, aquele cheiro, aquele fungado em meu ombro me fizeram.
Limpei minhas lágrimas assim que tirei minha cabeça do seu ombro peludo e me virei para encarar os olhos curiosos da minha família.
-Então? Podemos ir ou teremos que esperar a bondade dos irmãos dor e sofrimento acabar o mínimo que tem?-tio Emmett perguntou olhando para mim, mas não era uma pergunta apenas para mim. Foi quando os olhos de Alec se miraram nos meus. Ele estava envolvido em uma enorme encrenca por minha causa. Aro o destruiria certamente quando voltasse ao normal, eu teria que agradecer a ele muito, mas eu teria que, primeiro me certificar de que ele ficaria bem e oferecer-lhe uma vida livre. Ele poderia vir conosco.
-Renesmee... estamos te esperando na torre do relógio. Não demore.-meu pai me olhou de um jeito melancólico, como se dissesse: “Dê adeus a Alec e vamos!”.
Todos saíram de mansinho da arena e ouvi assobios provocativos de tio Emmett. Nada mudou, felizmente. Mas a montanha de pelos castanhos ainda estava lá parada sem se mover. Eu encarei Jacob com os olhos cerrados. Ele pareceu entender, mas mesmo assim, saiu dali relutante. Eu tinha muito que conversar com Alec.
-Jane...-ele disse, se levantando da arquibancada.
-Você não quer que eu saia pra ficar com aquele lobo fedorento, quer?-ela encarou ele, descrente.
-Eles já estão indo embora e você sabe disso.-Alec retrucou amargo. Mas seus olhos estavam em mim.
-Estamos encrencados até o pescoço, quero saber como conversar com essa... essa... com... ela, vai fazer nossa situação melhorar.-Jane saiu e bateu a porta.
Alec deu um pulo rápido da arquibancada e ficou do meu lado. Eu estava reunindo as palavras certas para dizer a ele, mas não tinham palavras certas, não havia nada a ser dito. Nada que eu dissesse, como Jane observou, mudaria a situação.
-Então agora é a parte onde você me dá muito obrigado, me beija e sai...-ele disse, seu tom nervoso e brincalhão ao mesmo tempo. Como ele sabia o que eu ia fazer? Filmes, Hollywood fazia isso com as pessoas e até mesmo com os vampiros.
-Na verdade, eu ia te agradecer sim. Te beijar? Talvez. Mas sendo sincera, você não está tornando as coisas fáceis para que eu possa fazer isso e sair com menos remorso, agora eu acho que terei mais remorso com o qual me preocupar.-falei, sentindo seu corpo se aproximar do meu rapidamente.
-Porque tem que ser assim, ein? Só me dá um motivo pro meu final não ser feliz ao seu lado...-ele tinha suas mãos no meu rosto, sua testa colada na minha, seus olhos fechados em uma expressão de dor.
-Um motivo, não, um nome...-eu sussurrei, fechando os olhos. Meu sentimento por Alec não era nem uma parte do que eu sentia por Jake, pensando bem, não chegava nem a um pedacinho da unha do dedão do pé.
-Jacob.-ele disse amargo.
-Ele foi destinado pra mim e eu para ele, é a ordem das coisas, não posso alterar, não é só eu ou você que depende disso, mas uma tribo inteira.-eu sussurrei, colocando minha mão no seu cabelo macio e acariciando-o.
-Eu te quero, mas isso não é um motivo relevante, não para você ficar comigo. Porém, acho que provei que o que eu sinto é realmente verdadeiro quando estou entrando na maior encrenca da minha vida para salvar você e sua família.-ele não queria alegar, era mais como se ele estivesse formando um argumento que justificasse sua atitude. Eu confiava no amor dele, mas eu não podia ou não sabia como retribuir.
-Alec, eu sinto muito... eu queria te fazer feliz, mas não posso. Tenho outra pessoa a qual precisa de mim inteiramente para ele.
-E como eu o invejo.-ele abriu os olhos vermelhos intensos e fulminou os meus.
-Porque não vem...-parei no meio da frase. Eu estaria sendo egoísta se convidasse ele a vir conosco. Era uma esperança falsa que eu estava lhe dando.
-Não posso deixar Volterra. Aro me destruiria, a mim e a Jane. É mais seguro continuar aqui.-ele disse, afastando seu rosto do meu e me olhando.
-Mas Aro vai descobrir e vai...
-Me matar? Oh, não! Depois de hoje, eu desafiei uma guarda inteira! Ele não me perderia. Ele sabe que não há outros como eu e Jane, então ele apenas vai colocar Chelsea um pouco mais perto de mim. Não se culpe por nada, eu só fiz o que meu coração mandou... você disse que tinha duas escolhas, seguir o coração ou a razão. Embora o meu coração não bata mais, mas eu ainda posso senti-lo. E ele vive, vive por você!-seus olhos se estreitaram. Uma lágrima vagou de meus olhos e ele a pegou com seu dedo indicador.
-Obrigada! Nunca esquecerei de você! Espero que seja feliz...-eu disse, olhando fixamente nos seus olhos -Me prometa que vai tentar ser feliz...-estávamos um pouco distantes e meus sentimentos estavam confusos. Eu sentia dor e alívio.
-Difícil dizer, mas ficar ao lado dos Volturi me dá prazer. É a minha família, a única coisa que eu tenho. Não vejo vida além de Volterra. Mas como eu queria que você ficasse...-ele me encarou e eu cerrei meus olhos. Ele sabia que eu não podia ficar.
-Adeus...- falei, sentindo suas mãos frias caindo do meu rosto e segurando forte minha mão.
-Você me deve algo, Renesmee Cullen...-ele sorriu me olhando de lado. Talvez Jacob não tomasse isso como uma traição, afinal, eu apenas estava pagando um favor com outro.
Nossos rostos se encontraram em uma combinação perigosa de paixão e um sentimento proibido. Olhei nos seus olhos vermelhos e pela primeira vez, senti lábios frios nos meus lábios. Delicadamente, sua boca se pressionava na minha. Seus lábios procuravam os meus, em uma dança rítmica.
Ele parou, beijou minha mandíbula, e foi descendo até o meu pescoço, brincando eventualmente com seu desejo por meu sangue mestiço. Quando ele voltou beijando todo o caminho que fez anteriormente, parou em minha orelha e sussurrou:
-Como eu queria uma noite com você...-eu respirei fundo, meu coração drasticamente acelerou os batimentos e ouvi um riso baixo da parte dele. Tentei, lentamente me desvencilhar dele, mas sua boca veio para a minha, uma de suas mãos pousada em minha cintura, a outra subindo até minha nuca, me fazendo arrepiar com seu toque frio.
-Adeus...-eu murmurei assim que nossas bocas se separam novamente.
-Eu te amo. Não se esqueça disso.-ele disse e eu olhei em seus olhos vermelhos por um instante avassalador. Um “tenho que ir” escapou dos meus olhos e ele soltou minha mão. Minhas lágrimas desceram pesadas. Jane estava do outro lado da porta.
-Quando precisar de um amante, já sabe onde o encontrar!-ela gritou enquanto eu me atirava para a saída. Ouvi seus risos abafados ainda antes de pegar o elevador. Parecia que eu estava acordando de um pesadelo, e o pior, ele era real.
Eu queria estar ao lado de Alec quando Aro descobrisse, mas não poderia arriscar tanto. Saí em uma das salas vazias que eu sabia que a porta só abria do lado de dentro. A maçaneta por fora não girava. Abri a porta. Olhei o céu, já estava escurecendo. A praça ficava na próxima rua, dobrei a viela, rápida, e parei na frente do relógio. Olhei pra os lados, até que ouvi meu nome, e bem perto de mim.
-Você quase me matou, sabia? E eu estou falando em sentido literal!-Jacob estava atrás de mim, seu sussurro me fez tremer. Me virei para abraçar seu tórax quente e sentir a emoção devastadora de tê-lo perto de mim. Não tinha necessidade de nenhuma palavra ser dita, mas mesmo assim eu queria tentar pedir minhas desculpas e saber que ele tinha me perdoado.
-Jacob, me desculpa, eu...-não completei a frase, sua boca veio urgente a minha, como se hoje estivesse sendo o último beijo das nossas vidas. Retribuí com a mesma necessidade de ter sua boca junto a minha, seus lábios quentes vagavam pelos meus, que, com um pouco de dor na consciência, sentiam ainda o frio dos lábios de Alec.
-Por favor! Vocês podem se agarrar mais em um avião para casa! Vamos!-tio Emmett gracejou e Jacob não se importou, continuou como se não houvesse mais mundo ao nosso redor. Eu apertei meus olhos e também tentei esquecer o mundo a nossa volta.
-Eu te amo... não faça mais isso!-ele disse, segurando em minha nuca, nossos rostos muito juntos, seu hálito varria meu rosto de maneira a me deixar meu tonta. Que saudade eu tive dos meus arrepios, das minhas tonturas. Era ele sim o meu destino.