sexta-feira, 4 de junho de 2010

CAPÍTULO 4

RENESMEE...


4. PACIÊNCIA


Um breve flash back: Eu saí da praia de La Push quase flutuando, está certo que eu corria, mas isso não importa! Cheguei correndo em casa e fui voando para o meu quarto, ninguém estava lá, Edward e Bella deviam estar trabalhando. Isso foi o suficiente para que eu me largasse em cima da cama e fechasse os olhos para repassar para mim mesma todas as cenas que eu vivi essa tarde, com Jake!
Eu parecia boba, para uma garota que já havia viajado tanto, que falava fluentemente quatro línguas e que já havia enfrentado os Volturi, é eu estava meio boba mesmo. Mas o que importa! Eu amava aquele lobo mais do que tudo em minha vida, mais até do que minha própria vida.
Eu estava ansiosa para que a noite chegasse, totalmente empolgada, nem parecia mais a mesma garota que mofava sozinha em uma casa, só ouvindo musicas em um antigo mp8. Claro que eu não estava pretendendo planejar nada, do tipo, jantar romântico ou coisa assim, mais uma estranha vontade de ficar bonita para ele me ocorreu.
Estranho que nessa mesma hora eu tenha ouvido tia Alice se aproximar da casa cautelosamente, minha mãe e tia Rosalie vinha logo atrás dela. Bem, elas deviam estar na loja... Mas não estavam. Elas entraram e então eu rapidamente me recompus, sentei na cama e fingi que estava mexendo em meu celular quando as três entraram no meu quarto.
-Oi, filha. Como foi em La Push? Se divertiu com Jake?-minha mãe sentou-se na cama ao meu lado,tia Rosalie ficou de pé e tia Alice sentou na cadeira da minha escrivaninha.
-É, parece que foi bem divertido, os olhinhos dela estão brilhando como eu nunca vi!
-Não a constranja, Rose, deixe-a falar!- tia Alice disse e todas me olhavam curiosas, mas era pra me dizer o que?
-Que tal se você nos mostrar?-minha mãe sempre interessada nos detalhes. Então elas deram as mãos e eu tentei fazer uma coisinha que eu tinha aprendido faz pouco tempo. Eu já consigo mostrar meus atos para mais de uma pessoa, se todas estiverem conectadas. É muito útil, levando em conta a família curiosa que eu tenho.
-Ai! Que fofo! Jacob Black está ficando romântico, ein Bella?-tia Alice disse em um tom sarcástico.
-É, ele parece bem mais amolecido. E quer dizer que ele vem essa noite pra cá?-o tom dela não era de reprovação, era mais como esta pensando em voz alta.
-É. -eu disse timidamente.
-Ótimo, ele terá uma noite que ele nunca mais esquecerá!
-NÃO!-o grito saiu involuntário da minha própria garganta. Tia Alice me olhou pasma com meu comportamento, tia Rosalie também estava me olhando de modo assustado, só minha mãe que compreendeu minha reação, afinal ela também já tinha sido vítima dos exageros de tia Alice.
-Bem, nós podemos então só jantar todos juntos!
-Tia Alice! Nós não comemos, esqueceu!-é obvio que não, mais ela fazia questão de exagerar em tudo.
-Ok! Você quem sabe. Mas uma coisa você não pode me negar fazer por você...
Eu a olhei e imaginei: lá vem bomba!
-Eu vou te produzir! Arrumar seu cabelo, suas roupas, tudo!-ela apertava suas mãos juntas contra o peito de tanta empolgação, seu sorriso era maior do que costumava ficar. Eu girei meus olhos para minha mãe, ela balançou a cabeça me encorajando.
-Tudo bem, mas nada de exageros, não é um encontro formal! É apenas uma visita!-eu adiverti.
-Sem exageros?-tia Rosalie riu debochando da capacidade de tia Alice.
-Eu consigo, pode deixar, agora me acompanhe! Vá tomar um banhozinho relaxante, eu sei que sua parte humana vai ficar melhor com ele. Eu vou escolher alguns looks.
-Nada de exageros. -eu a lembrei.
-Certo, confie em mim. -ela apenas balançou a cabeça.
Deixei o quarto ainda temendo uma insanidade e fui até o banheiro do quarto de minha mão, pois Esme o havia incrementado com uma linda banheira redonda, embora raramente meus pais a utilizassem. Eu enchia a banheira e mergulhei algumas pedrinhas de sais de banho na água morna. Tirei minha roupa, sentindo em minha pele algumas pedrinhas de areia que me fez lembrar o rosto de Jacob e a tarde maravilhosa que nós passamos juntos. Parei em frente ao espelho, mirando minha figura com insatisfação. Eu reparei que eu estava vaidosa, me preocupando com coisas que normalmente eu não me preocuparia.
Tudo bem que eu não era uma vampira completa, linda como minha mãe ou minhas tias e até minha vó Esme, mas eu tinha minha beleza. É, eu usava isso pra me convencer e parar de paranóia sem importância, afinal Jacob já era meu. Mergulhei na água morna sentindo uma sensação gostosa na minha pele fazendo com que eu me arrepiasse.
A temperatura amena da água me fez lembrar um pouco a pele quente de Jacob, seu toque macio, sua mão grande envolvendo meu rosto, seu olhar no meu! Ah! Como era bom amar! Agora eu entendia como meu pai pode amar tanto a minha mãe e isso me fez lembrar o amor que minha mãe um dia sentiu por Jacob e ele por ela.
Minha cabeça rodou só de lembrar desse passado, eu não gostava de pensar o quanto eu tinha mudado a vida dos meus pais, a vida de Jacob. Afinal ele antes amava minha mãe e agora já me amava? Um pouco rápido. Mas rápido nada. Seis anos eram tempo suficiente para ele ter esquecido ela.
Terminei meu banho e me dirigi ao meu quarto e quase caí pra trás quando vi a pilha de roupas que estava em cima de minha cama. Tia Rosálie me olhou e riu da minha expressão, minha mãe me mandou um olhar como que dizendo: “Eu tentei impedir, eu juro!”.
-Oi! Bem vamos começar logo a experimentar os modelitos. Rápido senão não da tempo de provar todos!-ela disse me empurrando até meu closet para que eu pudesse colocar a primeira peça. Eu não percebi, mas depois eu notei que tia Rosálie havia saído, eu não fazia idéia do porque, mas não me importei.
-Oh, vejam só! Está linda, mais ainda sim eu achei muito simplesinho, o que você acha Bella?
Minha mãe fez uma expressão de dúvida que foi decisiva para tia Alice me mandar desfilar pelo quarto e ir além...
-Até a sala? Não é um pouco de exagero?-eu perguntei, me olhando no espelho e vendo o vestido de seda rosa que tia Alice chamava de simplesinho. Era curto, decotado, tinha babados e um laço nas costas, ele era tudo menos simplesinho!
-Não! Vá! Toda roupa tem que ser bem experimentada antes de ser usada. Vá!
-Eu saí do quarto me achando uma completa maluca como aquela roupa e para minha surpresa, tia Rosália tinha aprontado uma que eu não esperava. Quando eu apareci na sala, os sofás estavam cheios de expectadores curiosos. Tio Emmett e tio Jasper, meu pai, meus avós, Esme e Carlisle, enfim uma enorme platéia que me fez recuar.
-Fiu, Fiu!-tio Emmett foi o primeiro a chiar, seguido pelas risadas de tio Jasper.
-Venha, meu bem, você está linda. -vó Esme me encorajou.
-É, querida, venha! Não ligue para eles!-meu pai me deixou ainda mais sem graça.
Eu olhei pra trás e tia Alice estava barrando a porta, mesmo sem poder ver minhas reações ela sabia exatamente como eu iria me comportar.
Não fraquejei, fui em frente, sem olhar para os lados. Ainda arrisquei uns passinhos de modelo que fizeram todos chiarem mais ainda. Tio Emmett era quem comandava a trupe.
Quando voltei para o quarto, a sala estava tomada por gargalhadas, minha mãe me deu um olhar de compadecência e tia Alice me olhava radiante e curiosa por minha reação, mas eu não reclamei, embora estivesse cheia de raiva e vergonha. Me dirigi até o closet para vestir a peça que eu mesma tinha escolhido em cima da cama.
-Esses não vão combinar, Nessie, são muito apagados, meu bem! Olha, eu prometo não prolongar essa experiência. Mas você vai ter que cooperar um pouco, ok?
Ela segurou uma saia de oxford preta e uma camiseta de malha bege, não era mais do que eu costumava usar, então, mediante aos seus olhos pedintes, eu dei meia volta e peguei as peças na mão estendida de tia Alice.
-Você vai ficar simples, mais se é assim que você quer... Paciência! Você é igualzinha a sua mãe, só mais empolgada com festas, mais no resto...
Minha mãe suspirou, Bella era a ultima pessoa ou vampira na terra a ir em grandes eventos, mesmo depois de ter se transformado ela não havia se acostumado aos eventos que sempre a família Cullen promovia. Tia Rosálie vivia dizendo a ela que ser um Cullen fazia parte de viver aquilo, mas ela se recusava a aceitar, dizia que preferia ser Bella Swan naquele aspecto.
Me vesti rapidamente e sai do quarto esperando enfrentar minha platéia, que estava ansiosa no sofá da sala, menos meu pai que já estava na porta do quarto conversando com tia Alice. Ele me ofereceu sua mão assim que me viu e me conduziu pra fora do quarto.
-Isso, Edward, ajude-a a parar de ser tão boboca!-tia Alice exclamou assim que eu estava enfrentando minha platéia sorridente.
-Meu bem, relaxe, você sabe o quanto é importante fazer tia Alice feliz, e você também está se divertindo!-meu pai falou no meu ouvido assim que cruzamos a porta do quarto. Novos gritos e chiados e mais bochechas vermelhas.
-Você está maravilhosa, Renesmee!-meu avô me elogiou, eu apenas abaixei a cabeça.
-É, ela ta maior gata! Vai deixar aquele cachorro sem palavras!
-Eu queria ver a cara dele quando você o encontrasse!-tio Emmett e tia Rosálie sempre pensando em Jacob. Eu ainda não tinha me lembrado em pensar se Jacob ia gostar ou não, talvez eu não me importasse... Mas eu me importava.
-Eu tenho certeza que o mon... O Jacob vai gostar, querida!-meu pai sussurrou novamente quando entrávamos no quarto- Bom trabalho, Alice! Renesmee está maravilhosa!-meu pai tinha que incentivar! Tia Alice deu um sorriso expressando pretensão, que meu pai logo respondeu:- Não precisa ser tão pretensa, se eu soubesse não tinha elogiado.
Não era muito difícil imaginar o que tia Alice tinha pensado, provavelmente alguma coisa com “Eu sei disso” ou “Claro que fiz”, mas ela mesmo assim se desculpou com um olhar sincero.
-Às vezes eu me empolgo... -ela falou e voz baixa, mas audível.
Então era isso, eu já estava pronta, embora não precisasse ter passado por tudo que eu passei só por que eu ia receber a visita de meu namo... Eh... Meu amigo. Mas minha família era aquela e como eu era a mais nova eles tinham o direito de fazer aquela farra toda.
A sala já tinha esvaziado quando me virei pra olhar pela porta do quarto, meu pai também logo escapou e só ficou tia Alice e mamãe para me maquiar ou o que quer que fosse que elas iam fazer. Logo escureceu e eu estava saindo de minha casa, então, quando tia Alice se foi minha mãe me chamou e eu me sentei ao seu lado no sofá. Eu não tinha ideia do assunto, mas se minha mãe tinha me chamado era algo importante.
-Nessie, meu bem, você está feliz?-ela me perguntou olhando nos meus olhos, sua expressão era preocupada, mas sua pele pálida disfarçava a angústia em seu rosto.
-Sim, eu estou feliz, mãe!-minha resposta foi rápida demais então eu baixei minha cabeça e olhei para minha sapatilha dourada, sem querer encarar a expressão de minha mãe. Ela não sabia mentir muito bem, mas reconhecia uma mentira, ainda mais se fosse tão mal contada como aquela.
-Renesmee filha, o que está te incomodando? Nós não temos segredos uma com a outra, lembra?-é claro que eu me lembrava, mesmo por que eu sempre a mostrava tudo o que eu vivia, sem cortes.
-Bem, eu não consigo esconder muito bem, não é?-minha mãe balançou a cabeça, sua face branca se abriu em um sorriso incentivador. - Sabe, essa coisa toda de eu poder durar pra sempre e as pessoas que amo não, dói muito, mãe. Principalmente quando você as quer pra sempre ao seu lado.
-Você está falando de Jacob? Filha ele não vai morrer ou envelhecer tão cedo!-ela parecia certa disso, mas não me fez sentir mais tranqüila.
-Mãe, ele um dia vai ter que desistir de ser lobo, eu não quero ser a culpada por ele ter que carregar esse fardo, e ainda sim ele não vai ter a eternidade não. É só questão de tempo para que o gene de lobisomem para de agir, então ele começa a envelhecer, e então ele vai... -uma lágrima rolou dos meus olhos, e um soluço que estava engasgado na minha garganta saiu um pouco alto demais.
Minha mãe me envolveu nos seus braços gelados, limpou minhas lágrimas com seus dedos frios, e começou a acariciar meu cabelo, e isso me fez sentir melhor, as mães, principalmente as vampiras, devem ter algum tipo de poder de manipulação sobre os filhos, embora Bella fosse uma das poucas privilegiadas com um filho.
-Meu amor, você não precisa se sentir assim, você me lembra eu quando ainda era humana, só que eu temia ficar velha e morrer, não ficar com seu pai pra sempre, já você se preocupa em não ter Jake pra sempre, isso é muito difícil filha, complicado. São coisas que você não resolve tão facilmente, mais sempre há um jeito. Veja o meu caso, por exemplo, eu me tornei vampira e continuo ao lado de seu pai. Mas o que acontece entre você e Jacob é meio complicado.
Agora eu estava ereta olhando nos olhos dourados de minha mãe que tinha uma expressão de desesperança em seu rosto. Realmente, eu não podia transformar Jacob em um vampiro mesmo se desse, pois ele nunca ia querer e eu não podia obrigá-lo a ser o que ele mais odiava. Também não podia pedi-lo que permanecesse como lobo, eu e minha mãe sabíamos mais do que ninguém o quanto ele não gostava daquele fardo.
Eu apertei meus olhos e observei o céu pela janela no corredor que liga á cozinha, o céu estava muito escuro agora, mesmo sendo lua cheia, as nuvens a cobriam, deixando a noite negra. Black, Jacob Black! Eu tinha que me recompor, ele deveria estar vindo. Me afastei da minha mãe, e me levantei, ela me encarou com os olhos apertados, sem saber o que dizer para me confortar.
-É, depois eu resolvo esses problemas. Primeiro eu quero aproveitar o tempo que eu tenho com ele. -Bella forçou um sorriso, ela era péssima disfarçando emoções, mas eu sorri de volta. Ela levantou e foi comigo até perto do rio, aonde eu ia esperar Jacob e depois seguiu para a casa de Carlisle.
Agora eu tinha desabafado um pouco, mas não me sentia melhor, e o pior era que eu tinha me obrigado a esquecer essa parte difícil do meu relacionamento com Jacob, então eu acho que a noite estava perdida. Ou não, se eu conseguisse esquecer aquela conversa tudo ficaria bem, por enquanto.
Eu comecei a pensar na minha infância curta, nos momentos tristes e felizes que eu já havia passado entre outras coisas. Me lembrei do verão que Jacob, após perder Billy, resolveu ir pro Texas, eu não entendi muito bem esse negócio de ir se relacionar com outras tribos, mas eu acho que ele queria era um tempo pra ele mesmo. Foi um pouco doloroso, mesmo eu ainda gostando dele como meu irmão mais velho, eu me sentia sozinha, tanto que minha mãe chegou apensar que eu tinha entrado em depressão. Aí a ficha caiu e eu comecei me relacionar de novo com todos.
Eu não saía com freqüência, e quando isso ocorria, eu não me sentia confortável quando tinha que mentir para as pessoas dizendo ser parente de Edward ou de Carlisle. Eu cresci rápido demais para me passar por filha de Bella, então eu preferia ficar em casa para não ter que fazer esse teatro todo. Meu avô Charlie quando vinha me ver ou acontecia de eu ir vê-lo, sempre pulava pra trás toda vez que me via, por que eu sempre estava com um tamanho diferente.
Isso era estranho pra mim, porém suportável, e a falta de contato com Jacob, as viagens que meu pai inventava pra me tirar daquela solidão sempre me distraiam, como aquela que eu fui para o Brasil, lá no Amazonas ver Zafrina e as outras amazonas. Ou quando fui visitar a família de Tânia e mamãe acabou querendo voltar mais cedo, mesmo vendo que ela não estava fazendo nada de errado e meu pai sempre sendo cavalheiro demais.
E assim minha família ia querendo me envolver e não me excluir de uma vida normal e longe do meu lobo. Eles já tinham abdicado coisas demais por mim, até nosso segredo estava em risco. Bem, seis anos em uma cidade só era tempo o suficiente pra qualquer humano notar, a não ser que morássemos em um castelo e não saísse com freqüência, como os Volturi.
Mas minha família, os Cullen como a cidade costuma generalizar, eram e sempre vão ser diferente, até no modo de se proteger dos curiosos e desconfiados. Com o tempo, meu pai e minha mãe fizeram faculdade, algo novo pra minha mãe e trivial para meu pai. Tia Alice queria fazer outro curso dos muitos que ela já tinha feito, mas resolveu apenas em investir algo na cidade mesmo, então abriu uma boutique, nada muito sofisticado, mas bem elegante.
Cullens Boutique, assim a loja era conhecida. Minha mãe trabalhava lá também, para não ficar tão distante de Charlie. Já papai estava dando aulas em uma universidade em Port Angeles, nada muito classe Harvard, mas que disfarçava aos olhos humanos.
A aparência era outro ponto fundamental para nós, ou para minha família. Entrou em cena então tia Alice e seu estojo de maquiagem super moderno. Deixou meu pai com uns cinco anos mais velho e minha mãe com uns três. Todos eles, que sempre viam o pessoal de Forks, sempre estavam devidamente mascarados com uma aparência mais velha ou normal, pra os humanos.
Só vó Esme e vô Carlisle que escaparam. Vó Esme não anda muito em Forks e vô Carlisle agora está trabalhando em um hospital longe de Forks. Uns cem quilômetros pra ser mais exata. Era o que minha família havia feito pra me manter em Forks até o fim do meu crescimento e eu sou muito grata a eles por isso.
Essas lembranças eram tão estranhas. Eu olhei no visor de meu celular, já passavam das oito da noite, e nada de Jacob. Então as lembranças me vieram cada vez mais monótonas, como quando tia Alice me deixou dirigir o seu Porshe pela primeira vez, eu já sabia mais ou menos. Tinha praticado com a antiga Ferrari da minha mãe, com meu pai do lado, me ensinando.
Mas o Porshe era bastante potente, mais do que eu imaginava, então desastre na certa. A cara que tia Alice fez quando viu seu lindo carro amarelo debaixo de um pinheiro numa das curvas que vão para a casa dos Cullen, eu até hoje não esqueço. Mesmo meu pai tendo lhe prometido outro, ela não ficou conformada. Tio Emmett riu por uma semana, toda vez que descia na garagem.
O pior pra ela foi a frustração de não poder prever minhas atitudes, senão poderia ter evitado. Era pra pisar no freio aos poucos, pisar na embreagem e reduzir a marcha, eu fiz tudo, só que em uma ordem meio louca. Até hoje me pergunto se tia Alice já me perdoou, mesmo meu pai tendo lhe comprado outro Porshe.
Cada passagem da minha vida veio a minha mente, e o tempo parecia passar devagar, eu olhei para o céu novamente, estava claro, a lua havia surgido em meio às nuvens. Eu pensei se isso não seria m sinal, será que ele estava por perto?
De repente um vento soprou frio, fazendo com que minha pele se arrepiasse, isso me fez tremer um pouco, será que ele ia demorar muito? Que droga toda essa espera!
Dez e meia e nada, minha mãe veio caminhando, sua pele iluminada pelo luar parecia ainda mais pálida.
-Nessie, melhor entrar, filha. Acho que Jake não vai vir. -os olhos dela estavam depreciados, seu rosto estava contorcido no que eu imaginei que fosse decepção.
-Deve ter acontecido algo, meu bem. Ele deve ter tido alguma emergência na reserva. Venha, vamos entrar. -Bella me abraçou, passando seus braços gélidos sobre os meus ombros e eu, sem dizer uma palavra, entrei em casa.
Fui direto pro meu quarto, fiquei sentada na cama tentando encontrar um bom motivo pra ele me dar quando aparecesse. Meu Deus! Eu me arrumei feito uma idiota! Por que eu fui tão boba? As lágrimas quentes teimaram em cair mesmo eu apertando as pálpebras para conte-las. Meu coração estava doendo, pulsava forte, fazendo minha cabeça girar. Um leve mal estar passou pelo meu corpo quando eu me levantei.
-Renesmee, você está... Chorando, filha!- Edward me amparou quando eu cambaleei. Seu rosto estava transtornado, como se ele, de alguma forma, sentisse minha dor. Foi mais angustiante e deprimente quando eu o abracei e comecei a chorar alto no seu ombro frio.
Minha mãe apareceu na porta com uma cara confusa, mas seu olhar estava cheio de dor. Eu não compreendia, era eu quem estava sentindo a dor da rejeição, não eles. Era como se eles estivessem ligados a mim, passando por tudo que eu estava passando. O quarto estava mergulhado em silencio, que foi quebrado com mais um de meus altos soluços.
-Eu te disse, Bella! Eu te disse! Ele não tem o direito de fazer isso com ela! Ela é só uma menina! Eu vou acertar as contas com aquele cachorro logo pela manhã!-meu pai rosnava por entre os dentes para minha mãe na porta.
Eu não podia ver a expressão no rosto dele, mas eu tinha certeza que era a mais fria e dura que ele fazia, era só olhar para a cara de minha mãe para descobrir, pois ela era um reflexo do meu pai.
-Edward, ele deve ter tido seus motivos! Não é o fim do mundo! Nessie só está tendo uma crise por causa da rejeição, ela não esperava que ele pudesse a deixar esperando. Mas ela vai ter que se acostumar, Jacob ainda é meio humano também!-minha mãe se aproximou, mas recuou quando meu pai assobiou:
-Não me diga o que ela está sentindo, Bella! Eu sei muito bem qual é a dor dela!
Eu me afastei, limpei minhas lágrimas e percebi que meus pais estavam com as mascaras que eles usavam quando discutiam por alguma besteira.
-Por favor gente, eu estou bem. Pai, não precisa dizer nada a Jacob ou fazer nada contra ele. Eu só estou chorando por que eu me desapontei com o comportamento dele e mais ainda o meu.
-O seu?!-minha mãe me olhou confusa e meu pai também mirou-me com mais atenção, lendo minha mente, tentando descobrir o resto dos meus motivos.
-É, quer dizer, era só uma droga de uma visita, como ele faz todos os fins de tarde, e eu me arrumei demais, como uma idiota! Eu fantasiei expectativas para essa noite, e ele não veio, então eu me sinto uma total idiota. -mais lágrimas rolaram dos meus olhos e eu arrebentei em soluços, mas dessa vez foi minha mãe quem ficou ao meu lado. Meu pai estava imóvel, pensativo, acho que ele queria dizer alguma coisa, mais não sabia o que.
“Pai, não precisa ficar assim, você não pode me proteger de tudo, esqueceu?” eu queria dizer a frase, mais o choro estava saindo sem o meu controle estrangulando minha voz, mas minha consciência, embora dolorida, conseguiu tranquilizá-lo. Seu sorriso torto foi quase imediato, e minha mãe também relaxou, o que me fez parar de chorar.
-É bom aquele mestiço ter um bom motivo para dar, do contrário ele vira cachorro quente!-eu ri, minha mãe também, e os dois, em um ato melancólico e desesperado de afeto, me abraçaram ritmicamente.
Eu me senti melhor, mesmo ainda me achando uma idiota, então eu bocejei e meus pais automaticamente se afastaram e se levantaram.
-Boa noite, filha!-meu pai me deu um leve beijo na testa e saiu.
-Boa noite, querida! Se quiser que eu fique aqui com você... -Bella queria ainda tentar ficar comigo em uma tentativa de sentir mais seu instinto materno, mas isso não era muito o forte dela.
-Boa noite mãe, não precisa. Eu me viro!-eu sorri para ela e de volta recebi uma careta-Eu vou sair dessa, prometo! É só coisa de vampiro adolescente.
Seu sorriso agora estava sereno e tranqüilo, o que me deixou mais segura, eu queria ter a certeza de que não estava magoando nem Bella nem Edward. Se eu machucasse eles não me perdoaria nunca, ver a dor nós olhos do eu pai, a angústia nos da minha mãe, isso me deixava mal, pior do que ficar sem Jacob.
Antes de sair, ela ainda me abraçou e me deu um beijo gelado e se foi. Eu tinha certeza que eles ainda iam discutir, reconsiderando meu relacionamento com Jacob, e era culpa minha, também, que idiotice eu ter ficado daquela forma só por que Jacob não veio me visitar. O resto da noite eu passei me lamuriando, acho que era madrugada quando eu peguei no sono, imaginando o que Jacob ia ma dizer.
O dia amanheceu nublado, como sempre, eu me vesti sem pressa, revirando meu closet atrás de algo que me agasalhasse. Revirando meus cachecóis, descobri minhas antigas roupas de infância, eu me lembrava de algumas delas. Novamente memórias nostálgicas tomaram conta de mim, eu senti lágrimas rolarem nos meus olhos quando me lembrei de momentos ruins da minha vinda ao mundo.
Afinal, eu quase matei minha mãe, isso me consome até hoje. Que tipo de criança mata sua própria mãe para vir ao mundo? Uma bem má, eu suponho.
Sempre que meu pai me pegava pensando essas coisas, ele me repreendia na hora e ainda por cima contava a minha mãe. Ele sabia que eu não continuaria pensando essas coisas vendo a cara triste que mamãe fazia ao saber o que eu sentia por ter vindo ao mundo.
Um discreto golpe baixo.
Puxei de uma pilha de suéteres uma linda caixinha que parecia ter sido escondida para que eu nunca achasse, a menos que eu fosse perder meu tempo revirando roupas velhas. Era preta, e pelo peso continha algo dentro.
Eu a abri, era toda revestida de camurça e dentro tinha um anel. Claro! O anel da promessa quileute! O que meu pai não gostava que eu usasse. Foi Jacob que me deu num desses natais da minha fase como criança. Como o tempo passou! Eu já havia me esquecido desse anel. Ele era perfeito para o momento de agora.
Mais tarde eu agradeceria ao meu pai por tê-lo escondido tão bem, a ponto de eu só achar no momento certo. Ele se encaixou direitinho no meu fino dedo. Acho que na época ficava tão grande que eu o usava no meu pulso. Mas agora cabia certinho, como se tivesse sido feito no meu dedo.
Será que Jacob ia gostar se eu o usasse? Dane-se ele, o anel era tão lindo... Eu ia usá-lo papai ou Jacob gostando ou não. Afinal o dedo era meu!
-Nessie? Já acordou?
-Sim, mãe!
Bella entrou no quarto com uma cara apreensiva, sem expressões.
-Como você está se sentindo?-seu abraço fez com que minha pele se arrepiasse.
-Estou bem. Acho que ontem tive um ataque histérico, mas fique tranquila, não farei de novo.
Terminei de me vestir com um velho suéter roxo e encarei minha mãe. Ela parecia zangada agora.
-O que foi, Bel... Mãe? O que eu disse?-eu perguntei, indo até a cama sentar ao lado dela.
-Renesmee, pare de falar como se você tivesse culpa de se sentir assim! Você pode ter ataques o tempo que quiser, e não precisa se martirizar por isso. E não me chame da Bella de novo, ouviu?
-Mas eu... -ela me cortou com um olhar frio e depois se levantou, porém sua expressão já havia se suavizado.
-Olha, eu e seu pai vamos a Port Angeles, temos que rever umas escolas pra você em um lugar distante ou pelo menos uma matricula falsa para tranquilizar seu avô. -ela disse saindo do quarto. Eu me levantei e a segui para protestar.
-Mas mãe, eu pensei que vocês iam me deixar estudar aqui em Forks!-Bella já atravessava o caminho de pedra que levava a casa de vô Carlisle.
-Nessie, entenda, as coisas não são tão fáceis como parecem. Você sabe que não é totalmente humana e nas mentiras que teríamos de sustentar para que você possa estudar aqui!-minha cara deve ter me traído e feito uma expressão de derrotada, porque minha mãe finalizou o assunto ali.
-Se você se sentir muito sozinha vá à casa de Charlie, a La Push, ou qualquer outro lugar. Pode usar a minha moto, mas com responsabilidade! Tome cuidado para não machucar pessoas, tá?
Minha mãe me deixando pegar sua moto turbinada para dar um passeio em Forks? Isso estava muito estranho, e o mais estranho foi meu pai concordar com essa estúpida idéia. Quando nós entramos, ele estava sentado, assistindo algo. Mas então se levantou, abraçou minha mãe e me beijou na testa e olhou para minha expressão perplexa.
-Nessie, por que quando a gente libera pra você, você sempre acha que tem algo errado? Pegue a moto e se divirta filha! Em casa só é que você não deve ficar!
Ok! A linda mensagem que eles queriam passar era: “NÃO QUEREMOS QUE VOCÊ FIQUE DEPRESSIVA!”
-Não é bem isso, meu amor, mas se você quer por assim...
Meu pai começava a me irritar com aquele seu talento “maravilhoso!”. Mais uma vez ele me beijou e os dois desceram para a garagem subterrânea.
Tio Emmett estava no sofá ouvindo tudo, e quando eu me sentei ele emaranhou meu cabelo e começou com suas piadinhas.
-Então, quantas pessoas vai matar hoje? Hum... Deixe-me ver... -ele fingiu contar nos dedos e tia Alice surgiu no topo da escada- Ah! Alice. Quer dar um palpite sobre quantas pessoas você acha que Nessie consegue matar com a moto de Bella?
Tia Alice nos encarou, parou de descer e fez uma cara pensativa.
-Ahn... Acho que se a moto de Bella sobreviver à primeira curva da estrada, pode matar umas duas ou três pessoas nas ruas da cidade!-ela falou, seu tom divertido. Eu corei por lembrar de seu Porshe na primavera passada.
-Ow! Você esta sendo otimista de mais! Pense que se ela conseguir sair da estrada de terra e chegar a uma rua escolar ela pode atropelar uma vinte pessoas no mínimo!-tio Emmett falou mais gargalhando do que falando.
Tia Rosalie vinha saindo da cozinha nesse instante, me beijou e sentou-se comigo no sofá, recebendo um beijo de tio Emmett que ainda ria de sua piada.
-Oh querida, não deixe Emmett te chatear!-ela disse dando um soco no ombro dele- Pegue a moto e vá onde quiser, matando pessoas ou não! Só precisa se divertir!
Tio Emmett gargalhou de novo e fez um sinal de positivo com o polegar para tia Rosalie que lhe retribuiu com uma careta.
-OK! Muito obrigado pelo incentivo mais eu não pretendo atropelar ninguém, pelo menos não meus futuros colegas de escolas, tio Emmett!
Eu me levantei a tempo de receber tia Alice que acabara de descer as escadas e me abraçou sorrindo.
-Você já vai sair para onde, amorzinho? E se o lobo aparecer, o que eu digo?-tia Alice quis saber, sem conseguir ver o futuro de Jacob.
-Diga a ele que mais tarde eu estarei de volta, que é para ele me procurar. Tchau!
Eu saí pela porta da frente e desci até a garagem. Lá me encostei na linda moto prata, muito pouco usada por minha mãe ou qualquer outra pessoa da minha família. Levei alguns minutos para decidir se ia usar ou não o capacete. Mas com minha aparência eu não ia precisar dele. Apesar de minha cara ter aparência de pouco mais que quinze anos, meu corpo era bem mais desenvolvido.
Eu era mais alta que minha mãe, acho que do tamanho de tia Rosalie mais ou menos. Então qualquer guarda rodoviário ou policial poderia constatar antes de me parar que eu já tinha tamanho suficiente para andar numa moto daquela.
Sem capacete. Eu me decidi.
Fui até a gaveta onde ficavam as chaves e peguei a mais proeminente que achei, com um chaveiro nada irreconhecível. Era de metal, em formato de coração e tinha meu nome, o da minha mãe e o do meu pai, gravados nele.
Subi na moto e girei a chave, ia dar a partida quando algo me surpreendeu. Uma sombra passou por frente dos meus olhos, alguma coisa parecida com a silhueta humana, mais que desapareceu como uma cena de TV, quando alguém puxa o fio da tomada. Eu fiquei perplexa, pensei por um momento em gritar, mais seria muita covardia da minha parte. Então eu decidi que era minha imaginação e liguei a moto.
O som do motor ligado pareceu afastar a imagem borrada da minha cabeça. Quando eu passei a primeira marcha senti a adrenalina tomar meu corpo, então fui soltando a embreagem pouco a pouco até eu sai completamente da garagem e fui passando as outras marchas.
Não pude sentir a potência da moto até que cheguei à estrada que leva a cidade.
O vento batia em meu rosto fazendo meus cabelos voarem, foi então que eu percebi que teria que chegar a algum lugar. Decidi ir à casa de Charlie, afinal já fazia uma semana que eu não o visitava. Ele tinha deixado vários recados na nossa secretária eletrônica pedindo pra que fosse vê-lo. Eu pensei apenas por um instante se ele me visse em cima dessa moto se ia ter um infarto ou coisa do gênero. Meu avô não era chegado a motos.
Então, meio que a estacionei na esquina, e segui para a porta de meu avô e bati. Pelo volume da TV ele estava assistindo algum jogo de beisebol. Não demorou muito ele abriu a porta, e que surpresa ver a reação dele.
-Uau! Você parece que é minha filha e não minha neta! Meu Deus! Quando foi que você esticou desse jeito?-ele me abraçou e eu fiz uma careta quando estávamos dentro de casa. Não cresci tanto assim em uma semana. Meu crescimento estava parado ou lento, como dizia meu vô Carlisle. Charlie exagerado.
-O senhor não tem nada mais original pra dizer não, vô Charlie? Assim eu vou me sentir mais velha do que eu já sou!-eu disse, brincando com sua expressão de confusão.
-Velho quem se sente sou eu, por ter uma criança deste tamanho como minha neta! Quantos fajutos anos?-ele disse quando nos sentamos.
-Hum... Acho que fiz quinze há alguns meses... Mas eu não tenho certeza. - Charlie deu um pequeno pulo do sofá. Esse sábado seria bem divertido.
-Sério? Bem, eu não deveria me surpreender mais com sua idade... Ok! E a Bella?! Onde está aquela ingrata? Esqueceu da família. Também, com tantos novos parentes...
Charlie fez uma cara de amargura, minha mãe tinha culpa naquele caso. Ela sempre me mandava vir visitar Charlie, mas ela esquecia-se que ela era a filha, e eu, apenas a neta. Apesar dela viver na loja, Charlie não passava muito por lá. Mas sempre que dava minha mãe vinha, não era assim também! Eu segurei seu ombro e balancei de leve.
-Ela não te esqueceu, vô, só esta ocupada demais para ficar com a família. Até de mim... -eu suspirei, tentando melhorar a situação dele me incluindo no que ele estava sentindo.
-Depois que ela montou aquela loja com Alice, hum, tem se dedicado bastante. Logo ela que nuca se importou muito com essas coisas. -meu avô disse num tom nostálgico, parecendo lembrar de algo de um passado distante -É, só sobramos nós!-Charlie me puxou e me abraçou, e eu fiquei lá, entre seus braços - Puxa, que tacada! E você veio com quem?
A expressão dele estava radiante e eu não queria enfartá-lo, então decidi não mentir, mas também não contar toda a verdade.
-Eh...Eu vim sozinha, vô, eu já sou bem grandinha! O senhor queria que eu viesse com alguma babá?-a cara dele ficou um pouco pensativa, mas depois relaxou, agora ele estava olhando para a TV na sua frente.
-Não é questão de tamanho, Nessie, só que seu pai e sua mãe sempre tão preocupados com você e tudo mais. Pensei que você ia ficar mimada, como a netinha dos Cullen. -a voz de Charlie pareceu um pouco irritada, ou revoltada.
-Eu? Mimada? Netinha dos Cullen? Ah, corta essa vô Charlie! Eu ainda sou uma Swan, esqueceu? E além do mais eu não sou tão mimada, eles nem se preocupam tanto comigo como o senhor pensa. -me lembrei da moto estacionada na esquina, se eles se preocupassem de verdade não me deixariam andar nela! Mesmo eu sendo meio vampira.
-É, esqueci que você é minha neta! E um Swan que se preze nunca se deixa mimar!-eu ri com o soquinho que ele me deu no braço. Eu parecia não à neta, mais o neto que ele pediu a Deus. Acho que ele nem se importava de eu ser menina ou de que eu era supostamente adotada.
-Hei, fiquei sabendo de você e o Jake... Achei interessante, mas ele está um pouco ultrapassado pra você... -pensei ter sido uma pergunta, então neguei com a cabeça, mas parece que foi uma conclusão própria.
-A tá! Melhor um ultrapassado e com juízo, do que um novo coma a cabeça de vento!-eu fiz uma careta e ele olhou para mim e suspirou.
-Quem te contou?-claro que tinha sido a Sue, já que agora os dois estavam juntos, quer dizer, namorando.
Essa história é um pouco engraçada. Uns dois anos atrás Charlie ficava todo envergonhado quando qualquer um tocava no assunto, mas agora não, ele parecia bem à vontade. Eu até já chamava Leah de tia, embora ela detestasse esse tipo de apelido, mas começou a se acostumar com a idéia.
Seth era o que mais se agradava, quando eu o chamava de tio, ele pirava! Ficava todo bobo, começou até a chamar Bella de maninha, o que minha mãe tolerava. O importante para ela era que meu avô estava feliz e, assim como Renée, ele teve uma nova chance de ser feliz no amor.
Envergonhado e sem responder minha pergunta, ele mudou a conversa.
-Sabe, Nessie, eu notei que você está meio preocupada. Se você tiver algo pra fazer eu não te empato não, meu bem. –Charlie mudou de posição e ficou sentado ereto com o controle nas mãos olhando para o chão.
-Se eu tivesse não estaria aqui. Eu sempre venho te ver aos sábados, esqueceu? Os sábados são seus, vô, então acho melhor me tolerar!-ele me olhou, sorriu meio torto e relaxou novamente, colocando a cabeça no outro braço do sofá e os pés em cima de mim.
-Então por que essa cara de preocupada?-ele estava mesmo a fim de estragar o dia. Mas eu também contribuí, claro, eu deveria ter disfarçado melhor minha cara de decepcionada.
-É, eu tô só um pouco mal com uma coisa aí que me desapontou... -eu baixei meus olhos, ficando um pouco envergonhada.
-Um... Entendo, coisa de adolescentes. Mas deixe isso de lado e veja que tacada que vai sair agora!- é, Charlie era bem legal! Realmente a tacada foi espetacular, a bola voou por cima da torcida. Eu acabei gostando de beisebol, afinal toda a minha família era fanática pelo esporte.
-Nessie, vá a geladeira pegar uma cerveja pra mim...
-Hum... Mamãe não vai gostar nem um pouco de saber que o senhor esta bebendo... O que o médico falou, vô? Nada de bebidas, por um pouquinho que fosse... -eu estava encarando ele seriamente, e sua expressão ficou de piedade.
-Vocês e esses médicos. Como um homem pode viver sem beber uma cervejinha no final de semana? O que querem que eu beba? Coca? Pepsi? Não mesmo!-ele disse erguendo as mãos.
-Tá, a saúde é sua! Eu só não quero perder o meu avô querido!
Meu tom estava quase de dar dó, essa era uma das vantagens da minha parte vampira, eu sempre sabia fazer com que meus pedidos e ordens fossem mais apelativos do que de costume.
-Ok! Hoje eu não bebo! Por você! Mas não dá pra aguentar por muito tempo... Ah, isso é pedir demais! Uma vez ou outra não vai me matar de repente...
Charlie me olhou, pidão, eu simplesmente suspirei, pois sabia que quando eu fosse embora ele certamente beberia.
As horas se passaram um pouco lentas, então quando o meio dia chegou, Sue apareceu para fazer o almoço de Charlie, o que me deixou um pouco desconfortável, afinal ela sabia notícias de Jacob que eu não queria escutar, a não ser que fosse dele mesmo.
Ela me cumprimentou e foi para a cozinha, eu a segui, para ajudar em algo, e ela aceitou minha ajuda, me deixando fazer a salada da dieta que Charlie estava seguindo agora. Depois que seus amigos mais íntimos se foram, mamãe obrigou Charlie a afazer alguns exames de rotina, que meu, já gastado avô, não passou muito bem.
Então caiu na dieta.
-Nessie, você já viu Jacob?-Sue quis parecer uma pergunta rotineira, mas não a entendi assim.
-Quando?-eu falei indiferente.
-Hoje! Ele estava querendo te ver. Acho que era pra ele ter ido ver você ontem, mas...
Eu levantei meus olhos e a encarei e esperei terminar sua longa pausa.
-Bem, é que surgiu uma emergência em La Push. -sempre La Push, eu pensei amarga - Eles encontraram uma garota lobo machucada na reserva. Ela tinha sido atacada por um vampiro... Então ele teve que ajudar...
Claro que teve, eu revirei meus olhos e voltei a encará-la, ela agora estava com a cabeça baixa cortando algumas verduras.
-Vampiro?!-eu aspirei, esquecendo de mim e Jacob por um minuto e reavaliando as palavras dela.
-Isso. Foi Leah quem me falou. Até tiveram que fazer um antigo ritual para salva-lá.
-De onde é essa garota? Pensei que só existia Leah de garota lobo... -era o que eu imaginava, mas algo me fez estremecer com a palavra garota. Outra garota no bando? E se Jacob...
Eu afastei esse pensamento sombrio de ridículo ciúme bobo.
-É, parece que Leah não é a única. Segundo ela, a garota é do Alaska.
Alaska? Esse estado me lembrava à família de Tânia. Será que havia ocorrido algo por lá? Assim que eu chegasse em casa eu faria vô Esme ou Carlisle ligar par lá.
-E o que ela estava fazendo aqui? Quer dizer, vir de tão longe até aqui?
-Não sei muito bem, mas tem algo haver com um vampiro maluco que andou rondando um vilarejo por lá. Eles vieram em perseguição do monst...do vampiro, mas ele atacou o bando e conseguiu fugir, matando a maioria dos lobisomens do bando. Só restou a garota, que quase não escapa.
Meu Deus! Quem teria sido esse vampiro? Eu precisava ver Jacob! Eu teria que esquecer meu orgulho e ir falar com ele e com meu pai, quando ele voltasse. Mas agora Jacob era minha prioridade.
Fiz uma cara de súplica para Sue, que suspirou e me olhou perguntando se eu precisava mesmo ir agora, e eu olhei de volta com uma cara totalmente desesperada.
-Nessie, querida, você pode ir até La Push dar um recado pra mim? É coisa rápida...
-Ir onde, Sue?-Charlie perguntou da sala, por cima do ombro. Então Sue olhou pra mim e balançou a cabeça e eu saí pela porta, voando, nem olhei pra cara de Charlie. Mas eu ouvi ele perguntando se eu ia a pé e, quando eu montei na moto, vi Charlie colocar a cabeça na porta. Eu nem tive tempo de observar a expressão dele, acelerei, e sem querer fiz os pneus cantarem no asfalto, e corri, levantando água em algumas poças pelo caminho.

15 comentários:

  1. haaaa, amei o novo blog, muito melhor, e só assim vocÊ vai poder postar mais pra gente!
    amo sua história.

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  2. Ficou mesmo melhor o novo blog é mais facil de ler os Capitolos do Livro =) Adorei

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  3. to amando o livro ja to achando ke é o melhor ke eu ja li
    parabens

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  4. Ouu esse livro é muito
    Legall Ouu me add aii ' Jairo '
    jairoeide@hotmail.com

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  5. Eu to amando esse livro eu acho que a saga crepusculo e esse livro são os melhores que eu já li

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  6. Isso que você ta fazendo é plagio, esse livro é minha amiga que tá escrevendo!!!

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  7. Sei não hein.... Meio fora do sentido do livro. Tipo: um IMPRINTING não consegue ficar muito tempo longe da amada e/ou vice-e-versa.

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  8. Eu simplismente ameiii continue escrevendo naum ligue pra os q os outros falam

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  9. Tem como enviar para mim todos os capitulos?
    não tenho tempo para ler no computador. Gostaria de imprimir par ler, mas não consigo salvar.
    Obrigada!

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  10. Ameei Ameei too louca para leer o resto POSTA MAAIS super hiper mega blaster ansiosa Parabens pelo seu trabalho tudo de bom !!

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  11. é muito interessante essa outra visão da historia de reneesme e jacob.
    intrigante, diferente e satisfatoira é isso que sua historia é.
    continue assim ta fazer um bom trabalho.

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  12. sera q vai ter o filme contando a história deles dois??

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  13. Amoo to quase terminando de ler e to adorando todo dia leio!!!
    CONTINUE POSTANDO POR FAVOOOOR!!

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  14. ooi! Tudo bem? Espero que esteja *-*
    Bom eu só queria pedir uma coisa: Curtam meu blog por favor? Sou iniciante e não tenho com divulgar aqui está o link: http://beijoscomglitter.blogspot.com.br/
    Desde já Obrigado ;)

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