EPÍLOGO

RENESMEE...

EPÍLOGO

ÁGUA E ÓLEO FINALMENTE SE MISTURAM

-Bom dia...-a voz de Jacob parecia um pouco longe, meu corpo estava leve e sem roupa em baixo do cobertor. A cortina da janela do lado da cama estava aberta e um sol bem fraco brilhava no horizonte azul.
-Eu ia te trazer uma bandeja de café da manhã, se você comesse algo que não fosse sangue.-ele sorriu, estava apenas de bermuda, sentado no fim da cama, me observando acordar.
-Bom dia. Que horas são?-eu me sentei na cama, puxando o cobertor para cobrir meu tórax. Ele olhou em volta e voltou seu rosto para mim sorrindo.
-Digamos que tarde. A pergunta certa seria... como vamos gastar as horas?-seu sorriso estava maior e uma faísca de lascívia passou em seus olhos.
Impressionante como nosso primeiro verão juntos passou tão rápido. Ficamos uma semana na casa do penhasco, vendo o sol se pôr e o mar ficar negro. A cada final de tarde, Jake e eu sentávamos a beira do penhasco e pensávamos como seria o nosso futuro.
Quando finalmente voltamos para a nossa casa, e abrimos os presentes, achei outra surpresinha da Itália. Era um colar de prata com um pingente vermelho nela, parecia rubi. Era pequeno e delicado. Mas o bilhete foi mais impressionante. Nas linhas escritas, as quais meu pai leu em voz alta para toda minha família, me fez tremer, mesmo já tendo lido.
“Caros Cullens,
Foi com muita audácia e animosidade que invadiram nossa morada e levaram o que é nosso embora. Mas fiquem avisados de que essa não será a última vez que nos encontraremos, e da próxima não terão tanta sorte. Creiam, na próxima vez, um clã cairá, e tenham certeza, não será o nosso.
Felicitações aos noivos. Os Volturi.”
-Uma ameaça já esperada. Mas ele não terá outra chance de nos ver, não mais.-meu avô Carlisle disse, abraçando Esme.
Todos já estavam de partida, minha mãe e Edward passariam uma longa temporada na America do Sul, tia Alice ficaria com Carlisle e Esme na França, e tia Rosalie e Emmett não teriam um destino permanente. Marcaram de se encontrar depois de uma década para ficarem juntos e freqüentarem algum colegial. Como sempre faziam.
-Nessie, filha. Vou sentir sua falta cada dia da minha estadia longe de você. Mas gostaria que ficasse com isso...-ela abriu uma caixinha de jóia e um lindo bracelete apareceu. Tinha um lindo cristal em forma de coração e um pequeno lobo esculpido em madeira. Os dois juntos. Ergui o bracelete e vi os dois balançarem juntos.
-Mas mãe, é seu, Jacob e meu pai te deram... não posso aceitar.-eu disse, devolvendo o bracelete a caixa.
-Fique com ele, é como você é agora. Uma parte vampira e uma parte lobo. Como eu fui um dia. Eu te amo muito. Volto logo...-ela me abraçou e eu segurei a delicada caixinha.
-Obrigada mãe, também te amo.-falei no seu ouvido. Nessa tarde apenas houve despedidas. Acompanhei Bella até a casa de Charlie e presenciei o momento mais difícil de Bella, senti como se as lágrimas dela pudessem se derramar, mesmo sem ela as ter.
-Bells, venha nem que saiba para meu funeral...-Charlie pediu, sério.
-Pai, eu virei muito antes. Não se preocupe.-Bella prometeu e eu senti uma pontada em meu coração. Funeral...
-Cuide bem dela como está cuidando até agora, Edward. Só confio em você para fazer isso.-meu avô apertou a mão do meu pai, que estava coberta com uma luva.
-Eu cuidarei dela para sempre.-Edward sorriu.
No fim da tarde os dois partiram e eu voltei para casa, preparar o jantar do meu marido. Ele agora estava trabalhando de chefe de obras em La Push. As agências de turismo estavam de olho no local.
-Boa noite, senhora Black... o que temos essa noite para jantar?-ele chegou enquanto eu fritava alguns bifes, nada especial.
-Como essa comida toda fede.-eu reclamei e senti ele agarrar em minha cintura.
-É seu nariz, você cozinha divinamente.-ele sempre me elogiava, era isso ou ele faria sua própria comida. Eu não levava muito jeito para cozinhar, no começo Jake mentia muito sobre como estava o sabor de tudo, mas agora eu acho que ela já falava mais a verdade.
Quando o filho de Rachel nasceu, eu me senti cheia de vontade de ter um pra mim. Billy era uma homenagem ao pai, Jacob brigou com ela, pois queria colocar esse nome também. Mas Rachel falou que ela teve o filho primeiro e era mais velha que Jake, assim, o direito era dela.
-Como vamos chamar nosso filho agora?-ele perguntou, quando estávamos certa vez na cabana do penhasco vendo o céu nublado escurecer.
-Não sei. Não tenho um nome em especial. Mas eu não sei se estou preparada para ter um filho, eles não duraram para sempre como nós...-eu disse, meio triste. Jacob me abraçou.
-É como as coisas são, Nessie. Um dia eles crescem e deixam de ser nossos filhos para serem donos de suas próprias vidas. Não podemos deixar de ter filhos por que eles morrerão um dia. Nós nos demos essa chance, mas nem tudo pode ter esse mesmo curso.
Eu suspirei, e era verdade. Seria arriscar o segredo se toda nossa geração durasse para sempre. Olhei para o horizonte, imaginando quando isso aconteceria.
Depois de dois anos vivendo sem meus pais, apenas com telefonemas de Bella, assim que concluí o colegial, tivemos outra festa, Andie e Seth. Os dois foram para Seattle, viver lá, não quiseram morar na casa de Sue, então ela a vendeu e foi viver com Charlie, o que deixou a mim e a Bella mais sossegadas.
Comecei a gastar meu tempo livre após o colegial em uma universidade em Seattle, eu e Andie fazíamos o mesmo curso de advocacia. Era uma coisa interessante as leis e eu queria tentar. Jacob me deu apoio, mesmo não gostando de eu ter adiado o plano de ter um filho após o colegial.
Mais quatro anos se passaram até os enjôos infernais começarem. Para alegria de Jacob eu estava grávida. Rachel cuidava de mim como uma mãe, estávamos muito próximas agora. Eu queria que minha gravidez fosse rápida, como a de minha mãe, mas os lobos crescem ao mesmo tempo que um bebê normal, então foram nove meses de uma alimentação irregular.
Não podia mais apenas beber sangue, tive que comer carne, tomar leite, muitas outras coisas que era necessário para o bebê se fortificar. Foi totalmente o contrário da gravidez de Bella. E quando finalmente Joe nasceu, Bella e Edward vieram me visitar e ao neto também.
O nome foi Jacob quem colocou, seu pai, Billy, certa vez disse a ele que gostaria de um neto com esse nome e, sem poder colocar Billy, Joe Black Cullen foi registrado.
Ele era o bebê perfeito, e foi Edward que descobriu, ainda com ele apenas um bebê a habilidade especial dele. Ele podia se comunicar mentalmente com quem ele quisesse, a voz dele ecoava no cérebro de qualquer um. Mas no principio era o choro. Eu poderia estar na casa de Rachel, mas eu podia escutar o choro dele em minha cabeça. Isso era bom.
-Um ótimo telepata. Com certeza puxou a família da mãe.-Paul dizia, quando ouvia também os choros de Joe.
Saudável, ele cresceu com sua pele clara, quase como a minha, seu cabelo escuro e longo fazia o orgulho do pai. Tinha os olhos estranhamente claros, era como um dourado, um castanho bem claro. Como os olhos dos avós. Joe era uma linda criança.
Jacob o mimava de todas as formas possíveis, e eu pensava no futuro, quando chegasse finalmente na adolescência, eu e Jacob com o mesmo aspecto de sempre. Isso o deixaria um pouco confuso, mas desde de cedo eu e Jake o convencemos a guardar seu dom como um segredo, assim como a forma física dos seus pais. E ele sempre um ótimo garoto, nunca revelou a ninguém. Estudou na reserva até o primário.
Quando ele tinha nove anos, Jacob me pediu que engravidasse novamente, era muito duro não atender um pedido dele, Rachel já tinha dois meninos, Sam um casal e Emily estava grávida do terceiro. Apenas ele tinha um filho. Sem contar que Seth e Andie já estavam com uma linda menina chamada Charlotte e todos tinham seus filhos na vizinhança.
-Joe se sente sozinho, Nessie. Devemos dar um irmão a ele.-Jake usou este artifício como elemento crucial na minha decisão.
E depois de mais nove meses comendo carne e bebendo leite, nasceu minha pequena e delicada Elizabeth. Meu pai ficou sem palavras ao telefone quando eu disse que dei o nome de sua mãe a ela. E ela parecia totalmente diferente dos lobos, apenas o cabelo negro, mas a pele era muito clara, tinha os olhos verdes esmeralda e tinha o perigoso dom da persuasão. Apenas com um toque, ela poderia fazer com que uma pessoa realizasse os seus desejos.
Isso as vezes deixava eu e Jacob vulneráveis ao seu doce sorriso. Assim que Charlie faleceu, quatro anos depois de ter sua bisneta, minha mãe voltou para passar uma longa temporada em Forks, e com ela e Edward veio o vampiro adolescente Peter. Eles o encontraram vagando perdido no Brasil e trouxeram para Forks. Era como se fosse meu irmão mais novo. Edward o matriculou em Forks, e eu vi uma história de amor se repetir, coisas que talvez nunca terminariam.
Um balanço de minha vida desde meu casamento? Era uma vida perfeita.
Eu tinha filhos perfeitos, um marido perfeito, tudo para mim não poderia estar melhor. E o melhor de tudo é que eu poderia ser feliz... para todo sempre.


FIM