sexta-feira, 4 de junho de 2010

CAPÍTULO 13

RENESMEE...


13. TERROR

Eu estava no círculo, as mãos frias de minha mãe me seguravam e as de vó Esme me guardavam atrás de suas costas. Depois que o círculo se desfez, eu tentei sair da guarda da minha vó e da minha mãe, mas não dava.
Jacob parecia impaciente observando a luta. Aquilo estava definitivamente patético e assustador. Quando tio Jasper arrancou o braço de Joham, comemorei por dentro, o plano que meu pai havia me explicado finalmente estava dando certo, mas acabou falhando.
Estavam rápidos demais. Conseguia acompanhar poucos movimentos. Agora, tio Jasper e meu pai não estavam mais no círculo, meu avô Carlisle também corria em direção a Joham no meio da clareira. Por poucos segundos Joham tinha coragem de lutar vampiro a vampiro com minha família.
-Ele vai fugir!-meu pai acidamente gritou e todos nós observamos as sombras de Joham irem em direção ao outro lado da clareira. Os lobos se dispuseram em posição de corrida. Joham desapareceu.
Tio Emmett e meu pai correram atrás dele pela floresta. O pânico de ter meu pai lá dentro com Joham me tomou. A expressão de minha mãe não deixava escapar nada. Nem a de Esme, tão pouco a de tia Alice. Apenas tia Rosalie parecia aflita com aquele pega-pega.
-Fiquem atentos, pode ser um truque!-vô Carlisle alertou.
Logo meu pai e tio Emmett aparecerem rapidamente.
-Ele está aí!-meu pai grunhiu desesperado do meio da clareira, correndo como uma flecha em nossa direção. Joham pegou vó Esme em um dos braços dela e a arremessou, minha mãe avançou nele e meu pai já tinha uma de suas mãos presas no pescoço de Joham.
Mas ele sumiu, deixando meu pai e minha mãe segurando o ar. Meu pai rugiu, minha mãe voltou para o meu lado. A luta toda estava confusa. Assim que meu pai e minha família se reuniram novamente, todos estavam perigosamente raivosos e frustrados.
-Precisamos ser mais rápidos! Não vamos conseguir nada assim! Ele está cada vez mais perto!-meu pai sibilou. Sua voz era colérica.
-Estamos tentando!-tia Alice disse, quebrando a sua voz delicada em um rosnado fino- Desculpem-me! É muito frustrante não poder prever as atitudes tão imprevisíveis desse monstro!-tia Alice falou, já com a voz controlada.
-Devo matá-los agora, não irei mais brincar!-a voz de Joham estava perto. Me arrepiei. Ouvi rosnados em minha volta.
Então tudo se iniciou, tio Emmett foi o primeiro dessa vez, enquanto a maioria de nós permanecia em posição de defesa, ele partiu pra ofensiva e agarrou Joham e com rapidez incapaz de ser percebida aos olhos humanos ou em câmera lenta, torceu o pescoço de Joham, que pareceu ficar desnorteado.
Sua cabeça estava ao contrário, então toda nossa família atacou, ou parte dela. Pude ver, mesmo de longe, o pânico nos olhos vermelhos de Joham. Tio Emmett o segurou e em segundos minha família se preparou para finalizar Joham ali mesmo.
Tio Jasper juntou os pedaços da arvore que ficaram por ali e com algo em mãos, tocou fogo. A chuva que caía não era forte o bastante para apagá-lo.
Mas Joham perdeu a noção assim que viu a fogueira e o vi sumir, levando consigo tio Emmett, a regra estava desfeita. Jacob uivou e meu corpo estremeceu. Isso era sinal verde para os lobos. Meu medo aumentou. Só de pensar em algum daqueles garotos machucados me dava vontade de me entregar a Joham e desistir de tudo.
Tio Emmett não voltou. Meu pai rugiu frustrador e tia Rosalie gritou de terror.
-Ele vai voltar!-meu pai disse, num sussurro irado.
Como meu pai previu, ele apareceu, agarrou primeiro um lobo e o jogou em cima da fogueira. Eu escapei dos braços de aço que me envolviam e corri em direção ao lobo que tinha o pelo com fogo. Jacob se pôs ao meu lado em segundos e minha mãe também.
Enquanto eu jogava lama nas costas do lobo, tia Alice rapidamente arrumou a fogueira. Que parecia maior. Enquanto isso, me virei e vi Joham sendo pego com rapidez por meu pai. Mas seus movimentos também estavam mais rápidos e em meio segundo, o terror me tomou.
Joham tinha minha mãe em suas mãos. Tia Alice rapidamente grudou em seu pescoço, mas Joham se teletransportou para o meio da clareira, tendo o cuidado de apenas levar minha mãe com ele.
Gritei de horror.
-Mãe, não!-minha voz saiu estrangulada, corri, em meio aos vampiros e lobos que se punham em minha frente, mais meu pai foi mais rápido. Não rápido o suficiente para evitar que minha mãe tivesse o braço arrancado. Com um estrondo horroroso, eu tremi, o terror me tomou e o grito de minha mãe fez meu pai rosnar tão alto que pareceu um leão da montanha.
-Bella, não!
Minha mãe foi jogada ao chão e meu pai não correu para ampará-la. Eu estava lá com ela. Edward seguiu Joham e, não sei como, mas ele o esperou no exato local que Joham voltaria e o pegou. Dessa vez seus dedos hábeis trucidaram o pescoço de Joham. Seus olhos ficaram sem vida.
Logo Carlisle e tio Jasper estavam lá estraçalhando o tórax. Os lobos se encarregaram do resto. Tudo foi parar na fogueira. Minha mãe estava abafando os gritos ali no meu colo.
Sua expressão era de uma dor inigualável. Assim que meu pai trucidou Joham, veio parar ao lado dela. Tinha seus olhos transbordando dor.
-Não fique assim! Onde está meu braço?-minha mãe disse entre os dentes.
-Aqui!-tia Alice, sem transparecer nervoso algum, o trouxe até ela. Com carinho e movimentos suaves Edward pegou o braço cor de marfim da minha mãe e o pôs no lugar com facilidade. Logo a pele se uniu e minha mãe moveu o antes, amputado braço.
-Estou bem!-minha mãe acenou com o braço recém colocado.
-Enfim, terminou.-suspirei. Meu pai me encarou, não havia felicidade em seu olhar. Não sei porque, a dor ainda estava lá.
-Onde estará Emmett?-tio Jasper perguntou, reparei que uns estalos estranhos vinham da fogueira. Eu nunca tinha visto um vampiro sendo queimado. Aquilo me chocou.
Jacob reuniu o bando em um enfileirado lado a lado, perto da fogueira, e uivou. Senti um alivio. Nenhum lobo ter se machucado. Ou quase nenhum. Acho que Brady havia sido atacado. O corpo da loba também foi queimado.
-Os Volturi estão aqui.-meu pai disse, sem alterar sua expressão. Minha família se juntou ao bando dos lobos para esperar pelos nossos visitantes.
-Quem está aí?-meu avô perguntou. Eles ainda estavam longe. Não dava para perceber quem eram, só quantos eram. Apenas três.
-Jane, Alec e Demetri. Estavam o tempo todo por aqui. Só agora resolveram aparecer.-meu pai disse, a boca torta de desprezo.
-Dois coelhos com uma cajadada só...-minha mãe sussurrou. A voz de escárnio.
-Realmente.-vó Esme disse, secamente.
-Não se preocupe, Jacob. Não haverá mais luta. Eles estão aqui para verificar o serviço que fizemos. Que na verdade era deles.-com ódio, meu pai disse entre os dentes. Jacob rosnou.
Então, pela clareira, já escurecida pelo crepúsculo, três sombras aparecerem no outro lado. Suas caras enigmáticas. Meu corpo de vampira ardia de emoção. A adrenalina ainda pedia por uma luta.
O ódio por Joham ainda me deixava alvoroçada. Eu mesma poderia tê-lo trucidado. Quando os três se aproximaram, meu pai e Carlisle ficaram em nossa frente e apenas Jane também pareceu disposta a conversar com eles.
-Saudações, Cullens!-a voz infantil era irritante e desproporcional as suas intenções.
-O que desejam?-Carlisle perguntou secamente.
-Estávamos a procura de Joham, mas pelo que pude ver vocês já finalizaram o serviço por aqui. Não foi fácil pegá-lo. Sua isca foi uma estratégia e tanto...-sua ironia e seus olhos me atingiram em cheio, meu peito se animou em um rosnado que reprimi.
-Como podem ver não há mais nada a fazer aqui.-Carlisle disse, sem humor novamente.
-Ainda não.-a voz do garoto de cabelos escuros não me era familiar. Mas nela havia um tom de comando.
-Aro não estaria falando sério...-ceticamente, meu pai olhava para o jovem vampiro atrás de Jane.
-Meu mestre nunca brinca, Edward.-Jane sibilou, encarando-o.
-O que há, Edward?-minha mãe perguntou impaciente. Percebi que agora os olhos de Alec, o jovem, estavam em mim. Não nos meus olhos, mas em meu corpo, ou em mim como um todo. Parecia curioso em cada palmo da minha altura.
-Aro acha que Renesmee está provocando muito estardalhaço. Que nossa família está novamente causando problemas desnecessários. Ele quer que nós nos separemos o mais rápido possível, para não provocar mais suspeitas ou outro envolvimento com vampiros perigosos sempre na mesma área.-com um ar debochado meu pai anunciou, um sorriso sínico no canto da boca.
-Então aí está. A nossa mensagem foi dada. Esperamos a compreensão de todos vocês para continuarmos em... paz.-Demetri falou, sua voz baixa e falsamente compassiva.
-Fico feliz em ter sido alertado. Dê minhas saudações a Aro e aos demais. Diga que não precisará mais se preocupar. Não provocaremos mais inconvenientes.-Carlisle falou seriamente.
A essa altura, notei novamente que Alec ainda não havia parado de me observar. Fiquei meio desnorteada com aqueles olhos vermelhos me fitando. Para meu novo corpo aquilo incitava um desafio. Olhei para ele, sorri delicadamente. Ele pareceu não esperar por meu sorriso.
-Alec, o que você pensa que está fazendo?-meu pai falou, dando um passo a frente. Sua voz estava alterada.
-Não se exalte, Edward. Apenas admirando os poderes do que é seu...-calmamente e sem tirar os olhos de mim, ele respondeu. Meu pai rosnou enfurecido.
-Espero que se retirem o mais rápido possível!-meu pai disse, se virando. De costas começou a andar na minha direção e na da minha mãe. Quando me voltei para olhar minha família, todos tinham os olhos presos a mim e aos movimentos do meu pai.
-Partiremos agora.-Jane disse.
-Imagino que não teriam se alimentado de ninguém nas proximidades de Forks.-minha mãe disse, assim que Edward se colocou ao seu lado.
-Não, isso não foi necessário. O recado foi passado, toda nossa boa convivência depende da... obediência de vocês. Não haverá mais outra notificação. Apenas o abate, se é que me entendem.-Jane escarneceu, já dando as costas para o nosso grupo.
-Italianos!-tio Jasper zombou tão baixo que sua voz saiu como um suspiro.
As três capas pretas não demoraram a sumir da clareira que agora não estava mais tão clara assim. A noite caiu. A chuva tinha cessado, mas o clima estava frio. Os trovões ao longe indicavam que havia acabado a tempestade.
-Se destransforme, Nessie.-minha mãe pediu, enquanto saíamos de lá.
Respirei e tentei por meu coração para trabalhar, mas não deu. Respirei novamente. Olhei em volta, todos tinham parado, desde minha família até os lobos.
Tentei inutilmente mais uma vez e para minha frustração, não consegui novamente. Meu pai me mirou com olhos apertados. Suspirei.
-Mais tarde, mãe, talvez eu consiga voltar ao normal.
Todos pareciam convencidos disso. Tia Alice disse que a visão continuava a mesma, só no verão. O cheiro que vinha dos pelos dos lobisomens molhados me fizeram retorcer o nariz. Agora sim eu podia sentir o que todos em minha família sentiam.
-Onde estará Emmett?-tia Rosalie falou olhando para o céu enquanto caminhávamos lentamente para a floresta.
-Logo ele ligará.-disse tia Alice. Sem mais nada pra falar. O caminho foi silencioso. Apenas quando cheguei em casa que pude observar minhas roupas, ou o estado delas. Estavam cobertas de lama. Em um dos ombros do meu moletom estava rasgada.
Tomei um banho, sentindo a minha estranha e fria pela dissolver rapidamente o sabonete. Ela repudiava qualquer coisa estranha nela colocada. Como meu pai dizia, não precisavam de tais métodos de higiene pessoal, até mesmo pelo seu próprio corpo não aceitar.
Terminei de colocar uma roupa mais a vontade e me deitei. Senti então um cheiro bom, era de sangue misturado com amadeirado. Jacob. Minha boca estava transbordando de vontade, não de Jacob, mas do sangue dele. Reparei nos meus horripilantes olhos vermelhos.
Assim que dois dedos enormes bateram no vidro da minha janela, abri ela com tanta velocidade que vi Jacob se sobressaltar. O vento bateu em sua pele, coberta com uma camisa de algodão marrom, e o cheiro de sangue quente fez minha garganta arder duramente.
-Posso?-ele fez um sinal para que eu me afastasse da janela.
Meus instintos obrigatoriamente começaram a trabalhar. Minha mente projetou, no que os meus olhos viram um simples salto pra dentro do meu quarto, uma armadilha irresistível para matar Jacob.
Meus pensamentos estavam longe de tudo. Ele parecia apetitoso e era isso que importava. Meu pai não estava aqui, não conseguiria ler meus pensamentos, nem tão pouco tia Alice veria algo. Isso seria fácil demais.
-Como você está? Quer dizer, depois da sua primeira luta? Chocante, não?-ele me enlaçou a cintura e me aproximou do seu corpo. Ao sentir seu toque quente minha pele e minha garganta ficaram ainda mais em fúria. Eu tinha sede, fazia um certo tempo que eu não caçava.
-Estou bem, melhor agora...-minha voz estava extremamente sedosa e sedutora. Ele percebeu e me soltou.
-Não gosto de te sentir fria em meus braços. Parece que estou segurando um cadáver...-ele balançou a cabeça e sentou-se na cama. Olhei seus movimentos. Seu pescoço musculoso e cheio de veias.
-Então você não me beijaria?-atirei, despreocupada em me aproximar dele. Queria sentir seu pescoço próximo de mim. Cada centímetro mais próximo do seu corpo era uma tentação.
-Seria uma experiência interessante...-ele murmurou fazendo charminho com a boca. Minha chance... minha mente, poluída por uma espessa nuvem de pensamentos arquitetônicos e fatais mentalizou uma simples mordida, milimétrica no pescoço de Jacob.
Lutei contra ela, mas meu corpo não me obedecia. Me aproximei do seu corpo, seu braço direito me envolveu. Olhei nos seus olhos escuros e encostei, fingidamente, minha cabeça em seu ombro forte.
-Sabe o que corta todo o clima?-ele disse, sua voz estava baixa, num sussurro.
-O que?-sem sair da minha posição estratégica, perguntei lentamente.
-Meu instinto de alerta está me fazendo querer ficar longe de você... é ruim ter essa vontade sabia? Não dava pra você voltar ao normal?-ele disse, procurando meus olhos.
-Não consigo...-o monstro dentro de mim disse dengosamente. Jacob riu baixo.
-Se você não consegue...-sua voz ficou falha no final da frase, sua boca quente roçou em minha orelha. Minha garganta se incendiou.
-Jacob...-tentei falar, me liberando do seu ombro, tentando, em uma manobra desesperada, sair daquele estado de transe. Fracassei quando sua boca tocou a minha.
Cuidadosamente, a parte consciente que me sobrou manejou os lábios de Jacob. Sentir sua pulsação e calor tão perto faziam minha sede dominar ainda mais minha consciência. Afastei com muito esforço seus lábios dos meus e o instinto caçador dentro de mim se preparou para atacar.
De modo inusitado, e um pouco sensual, meu corpo deitou o corpo de Jacob na cama, ele me olhava incrédulo. Meus músculos estavam travados. Todo o meu corpo desejava, não o corpo de Jacob, mas seu sangue, e como um sedutor hábil, comecei o jogo que levaria a morte do meu noivo.
O coração de Jacob não me ajudava, ou não ajudava meu lado consciente. Bombeava o sangue cada vez mais velozmente para as veias o tornando mais quente e suculento.
-Nessie, o que está fazendo?-sua cara tinha um ar de espanto e prazer ao mesmo tempo. O monstro dentro de mim levantou sua camisa marrom e começou a alisar seu abdômen simétrico. Ele suspirou, e deixou sua cabeça cair no meu travesseiro, ele iria se render. A uma vampira!
-Logo estará terminado...-sussurrei, uma voz estranha escapou. Ele não percebeu.
Subi até perto do seu tronco e me sentei ao seu lado, Jake tinha os olhos delirantemente fechados. Minha mão continuava a subir e descer por seu tórax, meus lábios estavam abertos em um sorriso final.
Minha boca desceu lentamente pelo seu lindo pescoço, sentindo o calor da sua pele exalar um perfume ainda melhor do que o de apenas sangue. Enfim, a caçadora venceu, seus lábios estavam no lugar perfeito e Jacob, bem, seu instinto de lobisomem havia se deixado levar por pura sedução vampira.
Quando meus lábios se colaram em sua garganta meu corpo inteiro se paralisou, minhas mãos pressionaram de leve os punhos de Jacob, e com pequenos e suaves beijos a vampira em mim foi envolvendo meu noivo.
Com os caninos já a mostra, após um demorado beijo em sua nuca, com cuidado, os meus próprios dentes foram cortando lentamente a pele fina e macia de Jacob.
-Renesmee? O que está fazendo?-ele sentiu, e se debateu para liberar seus pulsos, mas era tarde, minha força era enorme, afinal minha transformação me dava os poderes de um vampiro recém nascidos.
Mesmo sentindo seu corpo tremer, o sangue que começou a jorrar da sua quente pele era irresistível demais. Comecei a sugar aquele delicioso e delirante néctar proibido, o sangue rubro de Jacob.
-Nessie! Eu não vou ser seu jantar! Me larga! Não quero te machucar...-minha presa se debatia inutilmente contra minha esmagadora força.
O sabor do sangue fazia algo inimaginável na minha sedenta garganta. Era melhor do que qualquer outra coisa que eu já havia experimentado. E sangue humano era uma dessas coisas. Mas o de Jacob, tinha algo diferente, mas talvez fosse por causa do meu tempo longe do sangue humano...
-Renesmee...-tremulo, Jacob ergueu as pernas, tentando agarrar meu corpo e fazer-me parar, mas minha boca, minha língua não paravam de sugar seu sangue.
-Renesmee pare agora! Ou vai matá-lo!-era meu pai, com minha mãe, Edward e Bella me olhavam horrorizados. A caçadora dentro de mim não quis obedecer, aquele sangue quente que satisfazia minha garganta estava bom demais para ser deixado para trás.
Mas... quando Jacob parecia estar agonizando, algo como repulsa me tomou, e toda a névoa que rondava minha consciência pareceu desaparecer. Minha boca saiu daquele fonte deliciosa e minha cabeça se ergueu de supetão. Jacob não se moveu nem um centímetro.
Fiquei parada. Meu pai veio me segurar e Bella foi ficar ao lado de Jacob, logo Carlisle chegou e eu, bem, ainda estava lá, transformada, mas minha consciência me esmagou cruelmente. Quando dei por mim estava no meio da floresta, minha janela, meu quarto, tudo havia ficado para trás.
O vento frio, o som dos chuviscos caindo na relva, a escuridão da noite, tudo pareciam me condenar naquele momento. Parece que não tinha sido uma ideia genial eu ter ficado sozinha com minha consciência.
Jacob, meu Deus! Quase o matei. Gritei de dor e agonia. Minha garganta ainda pedia por mais, meu corpo estava tão enérgico agora que nada poderia me deter. Tentei me manter calma, mas minha revolta foi mais forte, comecei a gritar, gritos horríveis, estrondosos, com meu corpo caído no chão cheio de musgos e umidade.
Desejei ter sido morta por meus pais ainda no ventre de Bella. Deitei de lado, segurei minhas pernas geladas com força contra o peito, fiquei assim me embalando por algum tempo, me lembrando da minha curta e rápida infância, meus momentos com Jacob.
Só percebi que eu tinha voltado ao normal quando senti uma fúria de lágrimas descerem por meu rosto. Eu tinha certeza de que ninguém da minha família viria me procurar. Eles, ou principalmente meu pai, saberia que ficar só era meu único desejo.
Suspirei. Agora, depois de sentir meu coração pulsar novamente, uma dor forte o invadiu. Senti meu corpo estremecer, minha pernas latejaram. O gosto do sangue de Jacob ainda estava na minha boca e isso causava repulsa de mim mesma.
O dia amanhecia quando resolvi me levantar.
Uma mão fria estava erguida na minha frente. Dois olhos vermelhos me encravam docemente. Alec Volturi estava na minha frente, pálido e digamos que também um pouco bonito. Jacob era bem melhor...
-O que a levou a passar a noite aqui?-sua voz macia era sugestiva. Resolvi aceitar sua ajuda para levantar, minhas olheiras deviam estar enormes.
-Nada interessante.-sem muito humor falei, evitando olhar para seus instigadores olhos rubis.
-Aposto que sim... é muito interessante.-ele sorriu, e eu não pude deixar de encontrar seus olhos. Suspirei.
-Como pode observar durante a noite que ficou aqui, eu estava como vampira e isso não me trás muitas vantagens.-resolvi dizer a fim de não ter sua companhia por mais tempo.
-Hum, então não gosta da minha espécie?-ele torceu os lábios.
-Não.-friamente falei e comecei a andar, ele me seguiu.
-Deveria, não? Seus pais e toda sua família são vampiros, você é metade vampira, estou certo?-ele tentou me parar, não cedi.
-Até certo ponto. Minha família e até eu sou vampira, mas isso não me dá dignidade, se é que me entende.-continuei andando, dessa vez mais rápido.
-Por que está tentando me evitar?-ele puxou fortemente em meu braço e parei bruscamente, seu toque me fez arrepiar.
-Olha, tenho um namorado que deve estar no momento fazendo uma transfusão de sangue porque ontem a noite quase a nojenta vampira que eu tenho dentro de mim o matou. Então, eu quero evitar a todos se me permitir...-recomeçando a andar, segui para a trilha que levava a reserva, não iria ver Jacob, não. Apenas queria ir ver o mar. Talvez fosse cinco da manhã, não sei. Domingo o tempo costuma passar devagar.
-E ele sabe que você é uma vampira?-suas palavras eram quase um sussurro. Alec continuava a me seguir. Andava lado a lado comigo.
-Sim, não só sabe como odeia essa minha condição.-minha voz era irritada agora.
-Ele é um lobisomem?-Alec tornou sua voz mais alta algumas oitavas, e com um enorme espanto, me parou novamente.
-E...?-encarei, por fração de segundos seus olhos, mas não resistir ao poder de persuasão deles e olhei para o outro lado.
-Não acho que seja saudável, tanto a um como ao outro, afinal ambos são inimigos naturais...-ele se justificou e eu, ainda no meio da floresta, vi um tronco caído e sem ter mais forças de fugir do meu perseguidor, parei e sentei, ele, como um reflexo, sentou-se ao meu lado.
-Não quero saber se é saudável ou não, apenas sei que o amo, mas a vampira em mim apenas o acha “apetitoso”.-sorri com escárnio de mim mesma. Eu estava desabafando meus ressentimentos com um Volturi!
-Eu imagino como isso deva ser difícil. Estou tão perto de você e minha garganta está me incomodando tanto que cada vez que o vento toca em sua pele e levanta seu perfume, minha mente prepara-se para te atacar...-ele balançou a cabeça.
Em um lapso, recobrei os sentidos que antes me faltaram, minha mente agora estava livre da dor, e tinha apenas confusão. Onde estariam os outros Volturi? O que Alec fazia aqui?
-Jane e Demetri te deixaram para trás?-já acostumada com seu olhar, consegui encará-lo por mais tempo dessa vez.
-Na verdade eu fiquei por ordens de Aro. Bem, tenho uma proposta a lhe fazer, sua revolta pode significar um triunfo sabia?-ele mantinha seus olhos aprisionados aos meus. Meu coração acelerou.
-Que proposta?-sorri, incrédula, imaginando o que fosse.
-Não devo lhe dizer. Não agora. Edward não pode estar a parte de tal coisa. Posso adiantar-lhe que, daqui a um mês estarei de volta, a mando dos meus mestres e se aceitar a proposta, poderá ficar livre de sua condição insatisfatória.
-Como assim?-tentei indagar, mas ele se levantou. Parecia apressado agora. Como se alguém tivesse lhe dado um prazo para me dar a notícia e voltar.
-Você saberá em breve.-seu sorriso era tão convidante, tão incentivador que corri de volta, por pura incredulidade em suas palavras.
-Meu pai saberá, de um jeito ou de outro...-atirei, eu ficaria impressionada demais com essas palavras e meu pai leria com facilidade tudo.
-Oh, não se preocupe, meu clã é esperto. Tenho algo a lhe dar que a fará esquecer de tudo, por algum tempo. Só voltará a lembrar em trinta dias contando a partir de hoje. Se quiser, estarei aqui, se não...
-Vocês não são confiáveis!-revoltada, me levantei, aquela conversa estava muito estranha. O que apagaria minha memória? Uma porção? Só faltava bruxaria para completar o mar de insanidades que eu vivia.
-Vampiros nunca são, querida Renesmee.-ele sussurrou meu nome tão familiarmente que precisei de um segunda para me recompor.
Ficamos nos olhando por um longo tempo até que ele tomou providencia. Se aproximou de mim e colocou uma das suas mãos frias em minha bochecha, me arrepiei. Meu corpo estava em alerta com tal proximidade.
-Não sabe como eu gostaria que se lembrasse disso...-percebi que seu rosto se aproximava do meu cada vez mais, até senti seus lábios frios nos meus. Depois disso, tudo não passou de um emaranhado de sensações. Eu estava só na floresta e tudo parecia apenas um sonho. Minha mente estava dormente.
Me levantei e olhei em volta. Resolvi voltar para casa, deveria enfrentar tudo como uma meio humana faria. Não tinha coragem, apenas determinação. Engoli em seco o medo de encarar meu noivo e fui para casa a fim de vê-lo recuperado.

10 comentários:

  1. Nessiee!! Ficquei surpresa! o ALEC gostando da Nessie? Ja vi qe vai rolar um peqeno barraco entre o Jake e o Alec!!

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  2. alec é um gatooo mais naum é confiavel
    e eu prefiruh mil vezes o jake rsrsrs

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  3. Aí! Alec arrasando corações! mas aida assim preferiria o Jake!

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  4. Olha o Alec é um gato mais não se pode confiar em um volturi e tb prefiro muito mais o jake ele é mais gato e a Nessie ama muito mais ele!!

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  5. Agora Vai ser igual aah Bella
    Mais é O Alec e o Jake

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  6. barraco!!! adoro isso!!! alec e um gato, o jake e mais, vai rolar um barraco ai!
    agora a coisa vai pegar fogo!!

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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