sexta-feira, 4 de junho de 2010

CAPÍTULO 14

14. DECISÕES

Foi só um sonho? Enquanto caminhava lentamente pela floresta, balançava a cabeça fortemente, uma névoa cobria meus pensamentos. Eu só lembrava de ter mordido Jacob e da minha terrível noite na floresta. A dor, o choro, a angústia, tudo vinha sem erro nas minhas lembranças, menos o sonho confuso.
Não demorei muito e já estava em casa. Parei em frente a minha residência, sobre o caminho de pedra e olhei a porta fechada. Suspirei, eu teria que entrar lá cedo ou tarde.
-Antes cedo...-Edward murmurou já do meu lado. Me senti um pouco mais calma, tio Jasper estava aqui também. Não vi minha mãe.
-Ela está com Jacob, não está?-indaguei, sem olhar nos olhos dourados do meu pai.
-Na verdade não. Jacob não precisou de uma transfusão, os lobos se viram bem sem médicos, sabia? A auto regeneração deles é fantástica! Carlisle fica boquiaberto com todo esse poder...-Edward Cullen, sempre com suas palavras convidantes ao esquecimento. Para ele o termo “mudar de assunto” era algo tão trivial quanto dar um bom dia.
-Ei, não estou mudando de assunto! Só estou lhe dizendo o que houve. Jacob deve estar na reserva agora.-meu pai procurou meus olhos e os encontrou. Me segurei para não chorar com a piedade que vi emanar dos seus olhos.
-Pai, quero entrar... onde está minha mãe?-minha voz embolava agora. Porque eu tive que ter lágrimas?
-Ela está te esperando...-ele ergueu a mão e a porta se abriu. Bella tinha os olhos apertados. Parecia a volta do filho pródigo, olhei o chão, não conseguia encarar Bella também. O remorso me tomava de tal maneira que a dor estava começando a massacrar-me por dentro.
De uma coisa naquele momento eu tive certeza: se com minha família o remorso foi tão cruel, com Jacob seria bem pior.
-Vamos entrar, filha, conversaremos em casa. Jasper, obrigada, daqui eu assumo.-meu pai disse e tio Jasper apenas consentiu com a cabeça e se foi. Agora, sem seu véu de tranquilidade, a dor misturou-se com fúria, meu coração estava batendo tresloucadamente.
-Acalme-se! Ou vai se tornar vampira novamente.-ele sussurrou assim que começamos a andar.
Mas, quando os braços gélidos de Bella me envolveram a vampira em mim cedeu, e as lágrimas vieram como sempre costumavam vir. Sempre melancólica como a sentimentalista raça humana, chorei, nessas últimas horas era apenas o que eu sabia fazer.
-Talvez se eu terminar tudo com Jacob, ir embora, para outro lugar, quem sabe...-sem saber o que dizer, rompendo o silêncio que a sala da minha casa se tornou, comecei a falar, mais chorava do que falava.
-Isso não será necessário.-meu pai sorriu meio incrédulo.
-Meu bem, Jacob não está com raiva de você, se não tivesse saído teria visto ele até rir da situação...-Bella tentou disfarçar o seu tom de alegria forçada, mas não conseguiu. Ou se conseguiu eu não percebi.
-Ele não estaria com mais ódio de mim do que eu estou agora.-engasguei.
-Não se martirize. Deslizes acontecem. Não há nada o que se culpar ou envergonhar. Afinal não era você... era sua parte vampira!-meu pai leu como eu fazia a distinção dentro de mim. Como se existissem duas pessoas brigando para assumir o controle, porém a vampira era a mais forte, mas a mais escondida. Só me causava danos. Minha parte humana não. Era discreta, sem graça e o melhor, era o motivo de Jacob estar comigo.
-Certo. Acho que eu não estou sendo muito sensata. Ontem vencemos uma horrível luta. Joham foi morto definitivamente, Forks está segura, La Push também, não temos mais o que temer...-suspirei. A dor me incomodava, meu pai sabia disso, seus olhos sempre se apertavam quando encontravam os meus olhos e meus pensamentos dolorosos.
Mas eu tinha que sair dessa, os Cullen precisavam que eu saísse dessa, então eu iria sair.
-Assim... é melhor.-meu pai me cumprimentou.
-Você vai para a escola?-minha mãe pareceu me puxar da minha realidade e me colocar no mundo fantasioso. A escola. Andie. Meus colegas.
Levantei do sofá onde havíamos sentado no início da conversa e, como uma alma vagante, fui lentamente para o meu quarto. Não sentei na cama, minhas roupas estavam sujas demais. Meu cabelo, aquilo não era mais um cabelo...
Tinha musgos em toda a parte. Folhas, gravetos... com agilidade retirei todos de lá, percebi minhas arroxeadas olheiras, parecia uma defunta. Assim que terminei de limpar a floresta que tinha fiado no meu cabelo, saí para o banheiro. No reflexo do espelho enorme que ficava em cima da pia vi dois olhos rubis me encararem, era a vampira.
Aquilo estava se tornando um jogo interno. Ela estava lá, só esperando a hora certa de sair, cada ato meu, cada erro. Ela sorriu pra mim, seus caninos a mostra, seus cintilantes olhos vermelhos. Me virei, sem me importar com aquilo. Não seria mais assim, daqui para frente eu teria que aprender a prendê-la, a rendê-la dentro de mim.
A água quente caiu sobre a minha pele como uma espuma macia, minhas frustrações, eu queria esquecê-las só naquele banho, queria que a água que escorria pelo ralo levasse tudo embora. Mas não seria tão fácil. Minha vida não era fácil.
Saí do Box sem me dar ao trabalho de me olhar no espelho, apenas peguei qualquer roupa no closet e me vesti. Costumeiramente, tia Alice veio me ver. Me abraçou e segurou nas minhas mãos, sem encará-la também, esperei suas palavras.
-Não precisa ir para a escola... porque não vai até a reserva logo?-ela sugeriu.
-Não, pretendo ver Jacob depois da aula. Provavelmente ele estará mais... descansado.-falei a última palavra com um enorme pesar. Ela percebeu.
-Faça como preferir. Saiba que estou te esperando, eu e sua mãe iremos a Seattle hoje e exigimos sua presença.-seu sorriso era imenso.
-Se é uma exigência...-sussurrei, soltando minhas mãos das suas.
-Que legal! Podemos ir a noite se você e Jacob tiverem muito o que conversar... ou amanhã. Você quem deve decidir.-ela finalizou já na porta. Meu desânimo era visível e intratável.
-Ok. Nós combinaremos...-secamente falei, procurando minha mochila e meus livros. Resgatei em minha mente as aulas de hoje. Era segunda feira, isso significava aula de Física, Matemática, Espanhol, Inglês e Química. Mais um esforço e descobri que tinha prova de inglês sobre Hamlet, pelo menos eu já havia lido.
Passei pela sala com um fantasma, Edward e Bella já estavam prontos para trabalhar. Eles me olharam com extrema compaixão e eu suspirei.
-Uma carona hoje não faria mal, faria?-minha mãe perguntou, sorrindo.
-Talvez não.-sussurrei e tentei sorrir.
-Vamos, eu levo as duas a caminho de Port Angeles.-meu pai abraçou minha mãe e eu fui andando na frente.
-Bella... ou, certo. Hoje você vai de carona, não é? Vou com o Pálio, para a volta.-tia Alice disse, entrando no Pálio prata recém chegado a nossa garagem. Não me lembro se já o tinha visto ou se apenas tinha ouvido meus tios comentarem sobre a compra dele.
Deslizei para o banco de trás enquanto observava minha mãe e meu pai colocarem o cinto no banco da frente. Eu achava engraçado vê-los por o cinto. Não havia necessidade.
-Normas estaduais.-meu pai sorriu e minha mãe me encarou pelo retrovisor.
Minha cara ainda não era das melhores. Jacob, eu não iria vê-lo agora pela manhã por pura covardia. Fora da garagem, serpenteando pelo estreito caminho de terra, chuviscava fracamente. O tempo estava fechado. O céu cinza tornava o clima ainda mais melancólico. Desejei não poder chorar quando visse Jake, mas sabia que seria uma tarefa impossível.
-Não precisa querer dar uma de durona, Nessie. Seja você mesma, Jacob precisa de você assim...-meu pai comentou olhando pra mim do retrovisor.
A frente estava a escola de Forks, o estacionamento já estava cheio, acho que eu estava atrasada, nunca havia chegado atrasada. Desci do carro sem dizer nenhuma palavra.
-Boa aula filha.-minha mãe desejou baixando o vidro escuro do carro. Meu pai apenas sorriu, apertando os olhos.
-Obrigada.-falei e caminhei para a entrada. Não vi Andie, isso me preocupou. Na minha aula de Matemática, Mett se sentou ao meu lado. Ele percebeu minha melancolia.
-O que houve? Seu final de semana não foi bom?-ele sorriu, passando a mão no escuro cabelo, que me lembrava o de Jacob.
-É, péssimo final de semana.-falei, sem dar muita atenção.
-Se você tivesse a minha companhia, não seria tão mal assim.-ele riu, olhando para o professor de Matemática lá na frente.
-Hum, na verdade, eu tenho namorado...-comentei, escrevendo os cálculos que o senhor Deeps estava copiando na lousa.
-Mas se seus finais de semanas tem sido ruins, é melhor trocar de namorado.-ele singelamente insinuou.
-Não, obrigado. Na verdade, acho que ele que deveria trocar de namorada.-suspirei.
-Só se ele sofrer de alguma doença mental ou fosse cego.-novamente Mett arriscou e eu sorri, encarando longamente seus olhos castanhos. Ele me olhou, mas acabou desistindo e com um sorriso torto se jogou na carteira, se esticando.
Não conversamos mais até a hora do almoço. Ele veio se sentar comigo, e só então vi Andie, ela e Vanessa assim que me viram, vieram se sentar comigo também.
-Oi, Nessie, Mett. -Andie cumprimentou.
-Oi, Andie. Não te vi na entrada... Cheguei um pouco atrasada hoje.
-E aí, Renesmee?-Vanessa se sentou na minha frente, do lado de Mett.
-Oi Vanessa!-sorri.
-E aí meninas.-Mett falou, tirando o fone do ouvido.
-Você vai ficar surdo garoto!-Vanessa acusou, dando uma cotovelada nele.
-Vamos pegar nosso almoço, não vai nos acompanhar hoje também não, não é Nessie?-Andie sorriu. Pisquei para ela.
-Mantendo a boa forma. -suspirei.
Todos saíram rindo de mim. Mett empurrando Vanessa e Andie logo atrás dos dois. O cheiro dos alunos hoje não pareciam tão chamativos, devia ser porque eu quase sugo um ser humano todo ontem. A caçadora dentro de mim estava saciada, restava saber até quando. Algumas lágrimas queriam descer, segurei, logo os meus colegas voltariam e não queria que me vissem chorando.
Depois do almoço, a prova de Inglês. Hamlet, não era tão ruim, era um livro um pouco sombrio, porém interessante. A linguagem antiga era o que mais me atraía, parecia uma volta a idade medieval toda vez que eu lia.
Todas as questões estavam simples, até demais. Em menos de dez minutos a prova já estava sobre a carteira da senhora Ellen. Ela me olhou surpresa e sorriu, aliviada. Saí e me sentei em um dos bancos do corredor.
Sem nada para fazer, minha memória ia diretamente para La Push, para Jacob. Tudo em mim solicitava a presença dele, a vontade de vê-lo, mas como uma covarde, eu tinha medo da reação dele e o pior, a vergonha de tudo que eu fiz estava me deixando cada vez mais covarde. Acho que não conseguiria mais olhar nos olhos dele.
Desde a minha infância rápida até ontem, nossa relação nunca foi tão testada como agora. Se bem que o momento é bem mais delicado. Agora éramos noivos, éramos, por que depois do que eu fiz não queria mais ficar ao lado dele, não com um monstro dentro de mim prestes a atacá-lo.
Infelizmente, não era só eu que perdia com essa separação, Jacob iria ser massacrado pela dor da impressão e isso sustentava a minha ideia de continuar com ele, mesmo colocando em risco sua segurança.
Um motivo apenas era o suficiente para me afastar definitivamente dele: a vampira que compartilhava meu corpo queria Jacob assim como minha parte humana, porém, não para os mesmos fins, ela queria para matá-lo. Sede de sangue e inimigos naturais eram as palavras chaves de toda a tragédia.
Alimentação nem tanto, eu poderia facilmente satisfazê-la, mas mesmo assim ela ainda estaria dentro de mim tentando arrumar um jeito para atacá-lo, para acabar com a vida de Jake.
O sinal da aula de inglês tocou e as outras aulas se arrastaram como toda a manhã. Tudo me fazia lembrar Jacob, nenhum cálculo, nenhuma palavra, nenhum assunto me desligava do meu mundo cruel.
Na saída Mett estava me esperando do lado da minha moto. Seu sorriso era evidente, mas o meu humor continuava o mesmo.
-Não entendo como um simples final de semana pode ter te afetado tanto. Você e seu namorado não brigaram, brigaram?-ele desencostou-se para que eu pudesse pegar o capacete e colocar a chaves na ignição.
-Na verdade, não sei se quero falar sobre isso...-tentei não compartilhar minha vida pessoal com meus colegas. Afinal, não tinha sido uma briga, mas também eu não podia simplesmente dizer: “Bom Mett, no meu final de semana jantei o sangue do eu namorado, quase transformando ele numa ameixa seca.”
-Ok, mas posso te pedir uma coisa?-ele se aproximou de mim rápido e discretamente.
-Depende...-sussurrei, me afastando devagar.
-Não fique assim. Prefiro a Renesmee alegra de todos os dias. Você é muito chata assim...-ele sussurrou, muito próximo, até demais, na verdade.
-Vou tentar.-coloquei as mãos no seu tórax, indicando um limite territorial entra seu corpo e o meu.
Mett se desvencilhou dos meus braços e os abriu, quando percebi, seu corpo estava colado ao meu em um apertado abraço.
-Hum, hum...-ouvi alguém raspar a garganta. A voz era de alguém conhecido.
-Ah! Oi Seth!-falei, assim que Mett suspirou e me soltou. O garoto Quileute estava com os braços cruzados e me olhava de maneira... reprovativa.
-Mett, este é Seth, meu amigo da reserva.-apresentei. Seth apenas o cumprimentou com a cabeça.
-Bem, já vou indo Nessie. A gente se fala amanhã.-ele falou, caminhando na direção da sua moto.
-A gente se vê.-acenei.
Seth me encarava, ainda desconfiado.
-Bom dia Seth.-meio envergonhada falei.
-Bom dia, sobrinha favorita.-ele abriu um enorme sorriso repentino.
-E então, recado de Jacob?-perguntei, ansiosa, apertando o capacete nas mãos.
-Não. Eu vim ver Andie. Onde ela está?-ele disse, rodando a cabeça.
Sem recado de Jacob? Mal sinal, muito mal. Engoli em seco, eu queria interrogá-lo, saber sobre Jacob, mas eu estava indo para a reserva. Ops! Minha moto estava no estacionamento? Mas eu havia vindo com meus pais. Jacob estava aqui.
-Andie está onde?-ansioso, seus olhos negros me encararam.
-Olha ela aí...-disse, vendo a aproximação da garota loira. Andie parecia meio desconfiada.
-Oi, Andie!-a voz de Seth era mais apaixonada de todas. Olhei para a cara de Andie, esperando algo como desprezo ou reprovação, mas ela educadamente sorriu, até mais diferente.
-Olá Seth. Você por aqui? Pensei que seu colégio era na reserva.-bobamente ela tagarelou. Ele pareceu nem escutá-la, só admirava seu rosto de uma maneira incontrolável.
-Ainda estou por lá. Infelizmente.-o seu “infelizmente” pareceu muito real.
-Então, o que faz aqui?-os dois estavam um virado para o outro, nem me davam atenção. Ergui uma das sobrancelhas, me perguntando se eu devia ficar ali ou ir até o cheiro de Jacob.
-Vim te convidar para dar um passeio em Port Angeles hoje...-o convite foi feito sem mais rodeios, acho que Andie não poderia recusar.
-Não sei se posso... meus pais...-ela iria recusar? Então percebi seus olhos em mim, apelativos –Nessie, você não poderia ir com a gente, quer dizer, você e Jacob... só assim meus pais deixariam...
Seth me olhou despreocupado, seu sorriso iluminou todo o estacionamento.
-Mas é claro... eu ia a Seattle, mas posso ficar por Port Angeles.-disse, ainda procurando um motivo para escapar de muitas horas com Jacob.
-Hum... então tá. Convite aceito. Vamos ao cinema?-Andie sorriu.
- Own sim! Ao cinema! Te pego as sete!-ele pegou nas mãos da garota que teve seus batimentos cardíacos significativamente aumentados.
Andie também estava apaixonada por Seth, isso estava visível.
-Suas mãos...-ela disse e ele se separou rapidamente.
-Devem ser as luvas...-ele mentiu. Andie não percebeu, apenas concordou com a cabeça.
-Olha meus pais ali. Até mais tarde.-ela disse, seus olhos brilhando. Seria muito difícil guardar segredo de Andie por muito tempo. Os garotos lobos eram humanos muito diferentes.
-É, Jacob está te esperando...-ele disse, assim que o carro prata dos pais de Andie desapareceu do estacionamento.
-Então tinha um recado?-eu dei um soco no ombro dele, querendo adiar ainda mais esse momento.
Quando me virei, Jacob já estava em cima da moto, coloquei o capacete e montei. Ele deu a partida e acelerou. Estávamos indo rápido demais, e não era para a reserva. Percebi, quando o caminho de terra terminou que iríamos para a floresta.
Sua cara não estava de muitos amigos, mas o que eu queria? Depois de quase matá-lo? Caminhamos alguns metros para dentro da floresta até uma pequena clareira, o céu continuava nublado e pesado. Paramos um de frente para o outro.
Meus olhos ficaram nos seus por uma fração de segundos, e depois as palavras começaram a sair da minha boca sem freio.
-Jake, eu nem sei como te pedir desculpas. Você pode até me perdoar, mas será por causa da impressão, por dentro você nunca vai me perdoar. Eu queria apenas que soubesse que só vou continuar com você por causa da impressão, já que é apenas isso que você tem por mim. O seu amor, tenho absoluta certeza que perdi na noite de ontem. Bem, eu te amo, mas algo em mim quer te matar, por isso, devemos manter certa distância... evitar certos contatos... se é que será possível...-despejei, olhando para a ponta do meu sapato. Jacob permaneceu mudo e imóvel. Levantei o rosto, cautelosa para não encontrar seus olhos e esperei ouvir as palavras da impressão.
-Quem é esse tal de Mett, e porque ele estava quase te beijando lá no colégio?-sua voz irada combinou de forma perfeita com a sua expressão de ódio.
Pasmei. Eu estava desabafando enquanto ele estava apenas tendo um ataque de ciúmes? Que idiota eu sou. Porque as regras nunca são “cavalheiros primeiro”?
-O Mett?-perguntei ainda meio incrédula.
Jacob apenas me olhou ainda mais furioso e entortou um pouco o rosto.
-É só um colega de classe. Ei! E ele não estava quase me beijando!-meu tom era de despeito. Afinal, não aconteceu nada demais no estacionamento.
-Não foi o que pareceu. Eu podia ter arrancado o a cabeça dele, sabia?-ainda sério, Jake sibilou.
-Oh não! Não faça isso! Estávamos apenas conversando, e ele percebeu que eu estava triste e me abraçou. Só isso.-fiz minha voz parecer a mais inocente possível, pois eu era inocente ali. Seus olhos miraram cuidadosamente os meus, e eu esqueci até o que era para estarmos discutindo naquele momento. Oh! É! O quase assassinato de Jacob.
-Só isso? Da sua parte, não é?-ele sorriu, descrente.
-E da parte de Mett também!-menti discretamente –Nunca dei espaço nenhum para que algo além de puro coleguismo surgisse entre eu e ele. Então, isso significa que temos assuntos mais importantes a tratar do que puro ciúme idiota da sua impressão.-desaforadamente atirei.
-Fico muito melhor sabendo disso, mas ainda fervo só de lembrar das mãos dele em volta de você. Isso foi me testar demais, não faça isso de novo, por favor, para a segurança do garoto!-Jacob disse, sério. Parecia meu pai falando.
-Agora posso me desculpar por ter quase te matado ontem?-pedi, e vi um enorme sorriso se abrir. Em resposta, braços quentes e enormes me apertaram. O perdão de Jacob me assustava, a impressão tornava ele instantâneo.
-Não tem o que perdoar. Um pouco de sangue hoje, outro amanhã, que diferença isso faz?-seu tom trivial me enfureceu.
-Sua vida é uma diferença significativa sabia?-asperamente falei, sentindo mãos febris se colocarem em meu rosto, segurando-o na direção do rosto dele.
-Minha vida? Hum... de que adianta a vida se não corrermos alguns riscos de vez em quando?-seus lábios estavam tão próximos dos meus que seu hálito percorreu todo meu rosto, um arrepio se formou na minha nuca e parou no meu dedão.
Sua boca se colocou na minha como um selo eterno, mas aquilo para mim não era perdão, era apenas aceitação do meu crime, porque não havia perdão nesse mundo que reparasse o meu erro.
-Não quero que fique se culpando pelo que ocorreu ontem...-Jake falou, percebendo minha frieza em resposta do seu beijo.
-Só estou sendo zelosa. Não posso fazer tudo que eu fazia com esse meu instinto assassino dentro de mim querendo te matar a qualquer hora. Não quero... perder... você.-meus olhos já não estavam mais nos seus. As lágrimas chegaram depressa e tomaram tudo.
-Sabe, não quero uma meio humana triste ao meu lado. Prefiro uma vampira assassina feliz e sedutora...-seu tom era convidativo. Me lembrei do que a outra fizera. Ela havia sido extremamente ousada, nada que nunca eu teria feito como meio humana.
Encarei seus olhos, desconfiada que a impressão estivesse ali, mas não. Era o Jacob. O seu lado masculino pelo menos.
Desejei esquecer a noite de ontem como um sonho ruim.
-Eu amo você... mesmo que um dia eu possa te matar...-entre baixos soluços, me enlacei no seu corpo quente e convidante.
-Eu amo você, mesmo com sua insegurança barata.-me apertando como de costume, senti meu corpo desfalecer.
Logo nossos lábios estavam ligados, um percorrendo o outro como um ritual antigo e maravilhoso.
Lembrei, então, do nosso passeio noturno. Port Angeles com Seth e Andie.
-As sete, Port Angeles, certo?-falei e comecei a caminhar, segurando sua mão quente.
-Tudo pelos impressionados. Mas a garota parece não dar a mínima pra ele. Vai ser difícil.-Jacob riu com escárnio, e um sorriso de vitória nasceu em meus lábios.
-Acho que não. Andie me fez pensar algo muito diferente hoje. Ela acabou se apaixonando por Seth. É impressionante como vocês ficam irresistíveis.-brinquei.
-Own, como ficamos não. Como somos. Há uma grande diferença entre ficar e ser, não se esqueça.-Jake riu, maliciosamente.
-Certo, senhor gostosão. Vamos.-já com meu capacete nas mãos, subi na moto. Ele me puxou. A moto não caiu por causa das suas habilidosas e rápidas mãos. Eu estava meio que lesada com todos os acontecimentos. Os sentidos humanos prevaleciam sobre minha parte vampira agora.
-Eu levo.-Jake subiu e eu em seguida, dando um leve soco no seu ombro.
-Mal educado!-eu acusei-o.
-Obrigado.-ele gargalhou acelerando.
Chegamos na garagem mais rápido do que eu esperava. Era uma repetição continua de ações. Volta e meia estávamos na garagem discutindo as nossas diferenças, os nossos desentendimentos.
Momentos como agora, aqui na garagem eram os melhores. Mas terminavam rápido. Por volta das quatro horas ele se levantou de dentro da BMW de Carlisle, onde havíamos entrado para “conversar” .
-Hora do lobo.-ele suspirou já saindo da garagem.
-Até as sete.-falei depois de ter seus lábios percorrendo os meus.
-Até.
Entrei, meu coração ainda aos pulos. Seria o primeiro programa, quer dizer, sem contar as fogueiras na reserva, que faríamos juntos.
-Vai sair com o Black?-tio Jasper apareceu na saída da garagem.
-É, eu Seth e Andie.-falei rindo da piada interna.
-A garota humana?-ele pareceu surpreso.
-Sim, porque?-encarei seu rosto pálido, e ele se recuperou da surpresa.
-Na verdade, devemos perceber se seu instinto não está tão voraz...-ele ergueu a mão. Eu lhe mostraria que minha sede estava sob controle.
Era fácil não lembrar do ocorrido com a tranquilidade emanada por tio Jasper. Não havia dor. Lembrar perto dele não era tão ruim. Mostrei como tudo dentro de mim estava sob controle. Tio Jasper gostou do que viu.
-Hum... nada mal. Sangue humano é como um recarregador duradouro para nossa sede.-ele riu –Mas a menina humana, Andie, ficará sabendo do segredo do lobo, certo?-seus olhos estavam estreitos.
-Não sei como isso funciona. Estou observando pela primeira vez um contato humano com um lobo. Mas acho que sim. Andie é esperta.-declarei, caminhando em direção a minha casa.
-É... lembre-se, só o segredo quileute deve ser revelado.-ele me alertou.
-Não se preocupe. Nada de vampiros no meio da história.-assegurei-o.
-Confio em você.-ele disse, bagunçando meus cabelos.
-Que bom.-ri e me apressei para entrar em casa. Tinha lição e daqui até sete horas teria muito tempo.
Sentei na minha escrivaninha, liguei o note book, respondi uns e-mails da minha avó Renée e comecei a fazer a lição de Espanhol. Depois de fechar meu livro, resolvi ficar pronta. Era cedo, só havia se passado meia hora, mas só faltavam agora duas horas, vinte e nove minutos e sete segundos para sete horas.
Depois do banho, me vesti, e o espelho me fez refletir, não só minha imagem, mas pensamentos de fracassos. Algo no meu interior dizia que essa noite seria um tanto desagradável. Que eu deslizaria em algum momento. Prestes a desistir, ouvir a porta da sala se abrir, minha mãe entrou no quarto.
-Então, vamos a Seattle?-ela perguntou, atrás de mim, me abraçando e olhando nos meus olhos pelo espelho.
-Não, os planos mudaram graças a impressão.-me virei para Bella, que sentou comigo na cama.
-Você e Jacob vão fazer um programa juntos?-ela parecia muito feliz, seu sorriso estava enorme, seus caninos cintilaram.
-Na verdade, é um programa a quatro. Jacob, Seth e Andie. A ideia foi de Seth e Andie me colocou no meio.-ri, só de imaginar Seth e Andie no cinema.
-Hum... e como foi com Jake?-essa pergunta demorou um pouco mais do que eu previa.
Coloquei minha mão sobre seu pulso morto e mostrei a parte do perdão instantâneo.
-Porque você fica dividindo as pessoas? Você e Jacob? Você tem a parte vampira e a humana, Jacob tem a parte lobo, a da impressão e a parte Jacob.-Bella riu, assim que retirei minha mão do seu pulso.
-Bem, é para diferenciar os comportamentos. Assim eu sei quando confiar em uma pessoa ou outra.-revelei, sem graça.
-Oh, certo. Mas está tudo sobre controle, a sede...
-Não, está tudo na mais perfeita harmonia, que só será quebrada caso a vampira resolva aparecer, coisa que não vai acontecer. Não nos meus planos.-afirmei, decidida.
-Certo, não vou mais fazer perguntas. Eu estou feliz vendo que seu medo todo de ver Jacob se dissipou tão rapidamente.-Bella apertou os lábios.
-Acho que não tem como não perder o medo perto dele. Tudo com ele é tão... natural e espontâneo. Jacob tem o poder de transformar as situações trágicas em cômicas de um modo normal. Assim não tem como ficar melancólica ao seu lado.-confessei.
-É, ele é absoluto a si e aos outros.-Bella se levantou e me beijou na testa e saiu.
Suspirei, ainda faltava uma hora para ver Jacob. Demorou tanto que meu pai chegou do seu emprego ou passa tempo e Jacob ainda não tinha aparecido, já eram sete e quatorze.
Mas então ouvi um som de carro diferente na estrada. Correndo, passei pela sala, e cheguei na frente da casa de Carlisle em poucos segundos. Tio Emmett saiu na porta e puxou um dos fios do meu cabelo.
-Programinha com os lobos. Que emocionante!-seu tom de escárnio me fez rosnar e ele apenas gargalhou –Se puder, dessa vez, sugue o Black todo. Tenho certeza que sem sangue ele é bem melhor.-tio Emmett concluiu sua piada infeliz e eu suspirei.
Dois faróis altos iluminaram a frente da casa. Jacob estava dirigindo um Corsa 2005 branco. Seth abriu a porta e foi para o banco de trás.
-Se divirta muito!-tio Emmett ainda riu quando eu entrei no banco do lado do motorista.
-Emmett e suas ironias!-Jacob atirou, acelerando o carro e fazendo a curva.
-Alegre Seth?-atirei, percebendo a enorme excitação do garoto.
-Como você adivinhou?-Seth zombou.
-Não ligue para esse debilóide, fica meio que difícil no começo conversar com lobos impressionados.-Jacob pegou o caminho exatamente correto da casa de Andie.
-Como é que...-minha boca aberta sem concluir a pergunta, já vendo a casa de Andie logo a frente.
-Vamos dizer que Seth me indicou centenas de vezes o caminho, caso Forks fosse maior do que Seattle e eu pudesse me perder.-Jacob falou irritado.
Andie estava saindo na porta, seus pais do seu lado, ficaram vigiando ela até depois que Jacob saiu de lá.
-Oi gente!-com grande satisfação, Andie cumprimentou.
-Oi, o que disse as seus pais?-curiosa, perguntei.
-Que ia fazer companhia a você e Jacob.-ela riu, olhando para Seth.
-Não importa, o importante é você estar aqui.-sinceramente Seth aprovou.
-Obrigada.-derretida, Andie não se conteve.
-Oh, porque Port Angeles tem que ser tão longe?-Jacob revirou os olhos. Era perceptível sua impaciência com Seth, mesmo ele também sofrendo de impressão.
-Qual é o filme?-indaguei uma conversa, na metade do caminho.
-Minha droga de vida, um filme bem apropriado para o momento.-Jake ainda estava meio ruim com o comportamento de Seth.
-Não seja indelicado. Você é assim mas não percebe.-atirei, reparando um biquinho se formar.
-Ainda bem que não percebo, ou me suicidaria.-ele aspirou.
No fundo do Corsa, Andie e Seth não faltava assunto, era um mais interessante que o outro, pelo menos para eles. Eu não sabia se ficava feliz por Seth ou por Andie, mas, de modo geral, eu estava feliz pelos dois. Agora um parecia ter sido destinado realmente para o outro.
Como era segunda noite, não havia muita gente no cinema, finais de semana são mais apropriados para sair assim, mas não devíamos chamar a atenção para nós mesmos. Eu e Jacob sentamos no ultimo banco, não íamos de fato assistir o filme.
Andie e Seth também não. Mesmo estando na segunda fileira da frente, os dois pareciam conversar mais do que assistir. Eu estava particularmente intrigada com tudo aquilo e queria observar.
Na metade do filme Jacob debruçou no meu ombro e cochilou. Muito romântico. Era uma comédia romântica, divertida até. O casal não se entendia de jeito nenhum, mas mesmo assim se amava.
Quando a luz se ascendeu, Seth e Andie subiram os degraus de mãos dadas. Já tinham se acertado. Jacob sorriu agora.
-Tudo certo. Agora as coisas devem melhorar para ele, e principalmente para o bando. Seth é muito chorão, sabia? Fica o tempo todo pensando na Andie, no fora da Andie, como conquistar a Andie, Andie, Andie, Andie...-Jacob murmurou, saindo do cinema.
-E você, não fica pensando “Nessie, Nessie, Nessie”?-perguntei, olhando séria os olhos pretos brincalhões.
-Já disse, se penso não percebo.-ele riu e eu suspirei.
Andamos até o carro e Jacob entrou. O novo casal acenou em direção a uma lanchonete.
-Ei!-Jake saiu do carro rápido –Traga um hambúrguer pra mim!-pediu a Seth que apenas fez sinal de positivo.
Já dentro do carro, encostei minha cabeça no ombro de Jake e meditei longamente.
-Você gostou mesmo da vampira, quer dizer, do modo como ela te atacou?-eu comecei com minha curiosidade insana.
-Que vampira?-ele pareceu surpreso.
-Bem, a minha parte vampira...-sussurrei.
-Ah! Do modo como ela me atacou ou do modo como ela me seduziu?-ele riu baixo, seu tórax tremeu.
-Você gostou?-insisti.
-Não foi tão ruim...-ele sorriu torto.
-Então isso significa que você gosta de algum modo da minha parte vampira, ou pode agüentá-la. Certo?-continuei.
-De alguma forma sim. Se ela não me jantar, sim, posso agüentá-la.-ele brincou.
-Ótimo, isso é sinal de que a convivência pode ajudar quando a impressão se for... assim o Jacob pode gostar de mim como vampira.-contente, revelei minha real intenção.
-Oh! Você está preocupada de quando for vampira? Certo, eu vou continuar gostando de você, prometo. Mesmo você fedendo a defunta, fria como uma e forte, muito forte.-ele zombou. Desencostei do seu ombro e soquei-o.
-Au!-ele gemeu e fui beijá-lo. Mas Seth abriu a porta.
-Vamos, é um pouco tarde, meus pais acabaram de me ligar...-com um tom desanimado, Andie falou.
-Então, vamos.-falei, me recompondo no banco.
-Seth, meu hambúrguer...-Jacob pediu, esticando a mão para trás.
-Ih! Esqueci!-passando as duas mãos no cabelo curto e escuro, Seth lamentou.
-Seu...-Jake murmurou decepcionado.
As luzes da casa de Andie estavam acesas e assim que o carro estacionou, a porta abriu e os Silverstones apareceram.
Seth e Andie sussurravam alguma coisa até que Seth puxou Andie de repente e beijou-a. A boca da senhora Silverstone se abriu também, e Jacob sorriu, quer dizer, gargalhou dentro do carro.
Com os batimentos freneticamente acelerados, Andie se separou de Seth e caminhou em direção a porta. Seth entrou no carro explodindo de felicidade.
Antes da ultima parada em La Push, tinha minha casa. Jacob lamentou por não poder demorar com o carro, me beijou e partiu. Assim que entrei em casa, não vi Edward nem Bella. Fui para o quarto e tentei dormir. Na minha mente muitas imagens se emaranhavam.
Pela manhã uma coisa me perturbou, um sonho estranho, nebuloso, uma pessoa me convidando para ir a algum lugar... não dava pra saber quem era, nem onde eu estava, mas eu queria ir com aquela pessoa.
Por muitos dias esse sonho se repetiu, e em um domingo muito chuvoso, Jacob tinha demorado de vir me encontrar na floresta, a névoa confusa que estava em minha cabeça se desfez. Meu pai tinha ido caçar com minha família. Jacob e eu caçaríamos juntos, mesmo ele não gostando muito.
As imagens do dia amanhecendo, de Alec Volturi me surpreendendo e me seguindo, tudo isso veio, como se eu tivesse lembrado de um sonho antigo, mas era bem real. Peguei meu celular e olhei a data. Havia um mês desde o dia que quase da morte de Joham, quer dizer, havia um mês que eu tinha sido alertada da visita de Alec.
O impressionante é que eu estava no local exato onde ele havia repentinamente desaparecido. De onde depois eu só me lembrava do meu despertar confuso na floresta. Olhei em volta, Alec já estava aqui. Respirei fundo. A proposta dele deveria ser algo muito fácil de rejeitar. Minha vida não poderia estar mais tranquila.
-Bom dia!-sua voz de veludo apareceu ligeiramente atrás de mim.
-Nem tão bom assim.-duramente falei.
-Hum, já se recordou dos motivos que me trazem até aqui?-perguntando o óbvio, Alec ficou na minha frente. Sua capa e roupas pretas destacavam ainda mais a cor pálida da sua pele.
-Já sei sim, mas quero saber qual é a proposta de Aro, ou dos seus mestres.-perguntei decidida.
-Você não acreditaria em como é maravilhoso para você o que Aro tem para lhe dar...-seu tom era extremamente cauteloso.
-E o que é?-fria, instiguei.
-A mortalidade, muitos humanos passam seu tempo a procura da tão sonhada imortalidade, enquanto poucos que a tem querem se desfazer dela.-Alec falou, devagar, analisando minha reação.
-Não seria possível existir algo como isso, seria?-sem confiar nas palavras do sedutor Volturi, encarei seus olhos vermelhos que não pareciam estar blefando.
-Sabe que tudo é possível para nós! Temos muito tempo sobrando, pelo menos alguns de nós, para descobrir várias coisas, sabia?-ele justificou.
-E o que eu teria que dar em troca?-interessada, perguntei, já esperando a mais obvia das respostas.
-Servidão por algumas décadas...-ele disse sério, sem achar nada demais.
-Décadas? Aro só pode estar brincando...-atirei, com um sorriso descrente nos lábios.
-Não, meu senhor nunca brinca. Ele a quer, teria feito essa proposta a qualquer um que tivesse um maravilhoso dom como o seu.-Alec rapidamente se posicionou atrás de mim. Suas mãos em meus ombros.
-Não posso fazer isso. Prefiro ser imortal...-falei, mas minha voz vacilou. Não empreguei a certeza que gostaria.
-Pense no lobo, seu querido lobo. Meus mestres estudaram os casos e as lendas Quileutes, inclusive um caso bastante recente aqui em Forks. O antigo líder alfa. Ele amava outra, estava praticamente noivo dela, mas a impressão o fez mudar rapidamente de escolha. Porém, pense comigo, se ele não tivesse mais a impressão, acha que a outra não voltaria a tomar o espaço antigo em seu coração?
Suas palavras tinham um fundamento insondável. Mas esse caso não se aplicava ao meu. Jacob não poderia voltar a gostar da minha mãe, já vampira. Ou poderia?
-E então? São apenas décadas, Nessie, você terá a eternidade até quando quiser, e quando não a quiser mais, pode abdicá-la por seu querido Jacob.-sedutoramente, Alec ofereceu.
Realmente, havia uma assassina dentro de mim, ela desejava o sangue de Jacob e se apenas em um momento, com facilidade, ela se manifestou, imagine durante uma vida, ou uma eternidade? Não daria certo, os Volturi como sempre estavam com todas as cartas na manga.
Eu tinha uma decisão a tomar, poderia prejudicar Jacob agora, mas não seria para nenhum bem, senão nossa vida futura. Como humana, nossos filhos seriam lobos, e não aberrações desconhecidas. Eu morreria com ele quando fosse necessário. Tudo estava acertado diante dos meus olhos. Desejei apenas poder dizer para onde eu estava indo. Mas tenho certeza que Alec tinha como resolver isso.
-Não quero saber de gracinhas. Se for uma falsa proposta, não se incomode em procurar os Cullen novamente, pois eles os acharão.-ameacei, sabendo que não tinha a mínima chance dos Cullen vencer.
-Sem nenhum truque me lady, apenas uma proposta que beneficiaria nosso clã e ao seu. Devemos ir, nosso avião nos aguarda.-ele segurou a minha mão.
A decisão estava tomada, partir para a Itália, para Volterra e me tornar humana. Eu tenho certeza que não ficaria décadas lá. Não meus pais sendo quem eram, mas eu estava disposta a arriscar. Apertei a gelada mão de Alec. Os Volturi me aguardavam.

14 comentários:

  1. Meu Deus ai !!!!
    eu naum acredito q ela fez isso!!!!;0

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  2. Nem eu kra!!ela só pode tah brincando!ela devia ter conversado com os pais dela e tal,mas assim??shuashausha

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  3. + eh doida viu
    vai sem avisar ngm

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  4. ela é louca vai sem nem avisar ao Jacob!!! A familia dela vai dar um treco quando souber

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  5. gente, o Alec fez ela esuqecer a proposta 1 mês atrás, ela não tinha como lembrar. E a sedução de vampiro, Alec agora usava isso, ele não deixaria ela dar nenhum recado, corria o risco de impedirem, e a história não aconteceria...

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  6. A renesmee tá doida, o jacob e a familia dela vão dar um pire-paque, quero só ver quando os cullens e os blacks souberem.

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  7. karaca
    ela e doida de confiar nos Voltori

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  8. Nossa eu ia até de graça !!!! Caraca esse Alec é muito gostooso (ýy

    E antes de sair correndo eu dava uns pegas neele ;D

    adooogo *-----------------*

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  9. Gentee...
    Como é q pode?
    Ela n podia ter feito isso :O

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  10. loka!!!!!! aquela musica de shakira, loka, dava certinho para ela agora!! meu deus! quero so ver o q o Edward vai fazer!!

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