sexta-feira, 4 de junho de 2010

CAPÍTULO 11

11. CONFUSÃO POR IMPRESSÃO

Sábado, depois de dias da aparição oficial de Joham a minha família, fui como de costume a casa de meu avô. Lá eu me sentia bem, era meu refúgio, eu era tão normal para ele, só Nessie, sua neta, filha adotada de Bella e Edward.
Quando ele viu meu anel se assustou.
-Devo conversar com Jacob...-ele disse, quando me perguntou o dia do noivado.
-Vô, não foi bem um noivado, é apenas um anel de compromisso, para firmar o namoro, o senhor está parecendo até tia Alice!-brinquei e ele sorriu.
-Falando nela, sua mãe e ela não abriram a loja nesses últimos dias não é?-Charlie sempre desconfiado e bem informado.
-Oh sim! Estão reavaliando o catálogo. Deve demorar mais uns dias para atualizar os produtos da loja.-inventei.
-Hum... ainda bem que você vem me dar notícias, não gosto de ir lá na casa dos Cullen!-ele sussurrou.
Na TV passava um jogo de uma final de beisebol na Flórida. Mas Charlie não parecia prestar atenção a TV.
Antes do meio dia Sue estava lá, assistiu algo com a gente, e depois de fazer o almoço de Charlie, me convidou para ir a reserva no domingo, teria fogueira dos lobos.
-Sim, eu irei. Jake não me avisou... mas mesmo assim eu vou.
-Ele tem passado os dias na oficina de Sam, esse período de escola sempre trás trabalho, algum adolescente sempre quer arrumar um carro ou outro para ir se mostrar no colégio.-Sue falou, lavando os pratos enquanto eu enxugava e guardava.
-E também ele não tem mais que ficar o tempo todo fazendo rondas, certo?
-É. Mas mesmo assim, nas horas vagas está preparando os garotos para a luta. Mesmo ele dizendo que sua família não quer que eles participem.-Sue disse, com grande tom de decepção.
-Melhor sem eles. Odiaria que alguma coisa acontecesse a Jacob e ao bando dele.
-Eles não são gatinhos Nessie, são lobos, feitos para dar fim nesses vampiros!-com emoção Sue falou, mas depois ficou muda, Charlie estava vindo até a cozinha.
-Não posso beber não é?-ele perguntou encostado no balcão, já sabendo a resposta.
-Não. –eu e Sue falamos juntas, com uma cara indiferente mirando ele.
-Ok! Minhas enfermeiras particulares!-ele ergueu as duas mãos e deu meia volta.
-Acho que vou indo. Você vai passar a tarde aqui Sue?-perguntei assim que terminamos de lavar a louça.
-Oh, sim! Vou!-ela disse, com um sorriso meio envergonhado.
-Então eu vou embora, você deve saber que minha família anda se preparando também.-falei baixo.
-Sim, sim. Percebi assim que passei e vi a loja de sua mãe fachada.
-Pois é. Quero dar uma bisbilhotada e participar, mesmo eles sendo contra.
-Vá então, querida! E apreça amanhã lá.-Sue sorriu enquanto eu saía da cozinha.
-Vô Charlie, como você arrumou companhia para esta tarde, vou indo. Prometo que segunda, depois da escola passo aqui.-falei e dei um beijo na sua bochecha.
-Mas porque não fica com eu e a Sue?-ele perguntou se levantando do sofá.
-Ah, vovô! Não vou atrapalhar o namoro de vocês! E tenho mesmo que ir!-fui até a porta e a abri, Charlie atrás de mim.
-Não há namoro, Renesmee! Você tem cada ideia!-ele disse, meio vermelho.
-Sei! Até mais vovô!-sorri e ele me deu um beijo na testa e eu montei na moto, coloquei o capacete e liguei. Acenei para ele e saí rumo a minha casa.
Já lá, sabia que todos estavam na clareira, tio Jasper e minha mãe fazia alguns movimentos no centro, tia Alice e Rosalie outros. Meu pai e Esme e Carlisle e tio Emmett. Todos tinham com quem lutar, menos eu. Sentei e comecei a observar, cheia de tédio.
-Quer entrar na brincadeira, Nessie?-tio Emmett quis saber, vindo até mim.
-Se quero? Eu estava quase entrando no meio da luta de vocês dois!-falei, pegando em sua mão e levantando.
-Edward, pego pesado?-ele sorriu maldoso para meu pai que apenas rosnou, deviam ser os pensamentos de tio Emmett.- Ok, Nessie, só o modo iniciante para você.
-Não vou reclamar, por enquanto!-adiverti.
-Primeiro, sempre fique atenta aos movimentos do seu adversário, como você não lê mentes nem vê o futuro, não tem como prever os movimentos de seus oponentes, então só se concentre em cada passo dele, certo?-olhando fixamente em meus olhos tio Emmett explicou.
-Acho que sim.-pelo menos eu tinha ouvido o conselho, não sabia se ia conseguir aplicá-lo na prática.
-Ok, vamos começar. Vou fingir te dar socos e quero que você se defenda.-ele disse, se afastando um pouco de mim e se colocando em posição ofensiva.
-Vamos lá!-falei, entusiasmada.
Ele não disse nada, apenas começou a me aplicar rápidas simulações de socos, consegui me defender de poucos. Ele diminuiu a velocidade e eu fui conseguindo maior número de defesas.
Até que ele acelerou novamente e eu aumentei meu ritmo também, cada vez mais eu conseguia desviar e defender-me de seus golpes.
-Ual! Você é boa, garota! Agora é pra valer...-ele olhou para meu pai. Foi quando eu percebi minha família toda sentada me observando, fiquei um pouco pressionada, mas respirei fundo.
Meu pai apenas moveu as sobrancelhas e tio Emmett deu de ombros.
-Vamos lá garota! Me dê orgulho em bater em você!-ele sorriu e eu me coloquei na defesa.
-Me bata!-incentivei e ele fechou seus punhos e começou a me socar no rosto com força. Meus punhos recebiam seus golpes fortes com rigidez. Vi que ele mudou rapidamente, em menos de uma fração de segundos, a posição dos punhos, levando um deles até meu estomago, protegi imediatamente.
Ele simulou mais alguns golpes, só vacilei em um, que me levou ao chão. Minha mãe se levantou rápido e veio para meu lado.
-Você está bem?-ela perguntou me ajudando a levantar.
-Estou, mãe. Pele indestrutível, lembra?-falei e fiquei de pé. Meu estomago latejava. A pele por fora estava normal, mas por dentro o impacto foi recebido. Aquilo, mesmo em pele dura, foi dolorido.
-Não sei se é bom você continuar...-ela disse, olhando para tio Emmett que apenas ria.
-Claros que é! Tenho que me proteger, mãe! Por favor, não tente mais me ajudar, devo aprender sozinha!-determinada, me soltei de suas mãos e caminhei em direção a tio Emmett. O céu estava nublado, nuvens leves, porém densas.
-Você é durona! Só podia ter puxado a mim! Vou pegar leve...
-Não! Dê tudo que puder!-falei, ou melhor, ordenei.-Joham não irá pegar leve comigo!-disse, ficando na defensiva de novo.
-Aquele verme será fácil! Você nem precisará lutar!-ele implicou.
-Menos conversa e mais ação!-eu retruquei e ele apenas fixou seu olhos em mim, com um sorriso torto.
-O meu quase melhor!-ele atacou.
Dessa vez, começamos a andar, e eu me senti segura para atacá-lo também. Tentei aplicar-lhe algum soco, mas tio Emmett era muito escorregadio. Me defendi de alguns movimentos rápidos seus. Tio Emmett tentou me aplicar uma rasteira, pulei e dei-lhe um pontapé no queixo que o fez cair.
-Opa! Boa garota!-ele sorriu e rapidamente se levantou.
Voltou para cima de mim, e agora começou a alternar os golpes, caí em uma rasteira sua, mas me levantei, ataquei-o por trás, ele pegou em um dos meus braços e me jogou no chão.
-Queria o meu melhor certo?-ele disse, parando, puxando ar rápido.
Me levantei, sentindo meus músculos se contraírem. Minhas costas agora sentiam uma pressão forte, no que imaginei ser uma fraca dor.
-Só isso?-zombei.
-Você nem imagina o que eu tenho de melhor!-ele sorriu e correu na minha direção. Saltou e ia cair sobre mim, mas fui rápida e me esquivei. Ele voltou para perto de mim, me puxou novamente pelo braço, me virei rápido e desvencilhei-me das suas mãos.
Mas tio Emmett estava indo rápido demais, me passou uma rasteira e logo depois me atacou, sem tempo para me esquivar das duas coisas, senti suas mãos geladas em volta do meu pescoço. Logo meu corpo girou no ar. A queda seria impressionante.
A adrenalina correu rápida pelo meu sangue e logo ele congelou. Antes que eu pudesse estar espatifada no chão, meus pés tocaram a terra, macios. Eu estava transformada.
-Vamos igualar as coisas.-falei, em um tom confiante e tio Emmett sorriu de excitação. A luta ficaria mais emocionante.
-Muito bem, vampira. Mas agora sua força duplica... será meio injusto!-ele disse.
-Está amarelando?-instiguei.
-Nunca!-ele avançou.
Senti sua força se multiplicar, ele estava lutando de igual para igual agora, não teria pena de mim e eu, bem, eu também não!
Logo que me desviei de um de seus ataques, lhe apliquei uma chave de pescoço, mas ele logo se soltou, tentou pegar em meu pescoço novamente, mas não conseguiu. Fugi, rápida, voltei e peguei em seu musculoso braço e o girei, ele parecia muito mais leve agora. Joguei-o no chão, e a lama que havia em uma das poças espanou.
-Minha camisa estava limpa!-ele reclamou.
Fui em cima dele, com uma fúria incontrolável dentro de mim, aquilo estava fugindo do controle. Corri na sua direção e vi quando ele fugiu do meu encontro. Cacei-o e dei-lhe uma rasteira, tio Emmett caiu. Ainda no chão, segurei em sua garganta e apertei, tornando sua libertação quase impossível.
Ele deu fortes socos em meu punho para que eu o soltasse, mas não havia motivos, não para meu corpo, de fazer aquilo.
-Nessie, chega!-meu pai gritou.
Voltei a mim, a vergonha logo fez meu corpo se acalmar, meu sangue voltou a correr, e meu coração a pulsar rápido. Voltei a minha forma original.
-Sua transformação te torna uma máquina de matar!-tio Emmett comentou.
-Me desculpe! Perdi o controle!
-Recém nascidos são assim, e você, nossa! Me surpreendeu!-ele disse, um pouco espantado.
Era tarde já, resolvemos todos voltar para casa.
-Não sei se vai ser uma boa ideia deixar você entrar no próximo treino.-meu pai comentou, já em casa, eu, ele e Bella sentados no sofá.
-Porque não? Eu prometo me conter...-falei, olhando sua face sem expressões.
-Não sei como essa transformação é provocada, como ela se desenvolve, nem quando de fato ela irá acontecer.-ele comentou.
-Mas se eu não trabalhar esse meu poder, não saberei o controlar!-repliquei.
-Isso é verdade.-minha mãe concordou.
-Não estou pedindo para não usar seus poderes, apenas não quero você envolvida em lutas.-ele se justificou.
-Como poderei não me envolver? Só assim vou poder colocar meus poderes em prática, pai. Não é justo! Você quer que eu continue assim até quando a transformação de fato ocorrer e eu não puder mais controlá-la.-baixando meus olhos, disse, já um pouco triste. Eu queria participar daquilo, não queria ser uma inútil!
-Mas você não será! Meu Deus! Como descobri uma adolescente tão teimosa. Acho que nem Bella foi tão insistente para se tornar vampira quanto você é pra entrar nessa maldita luta.
-Talvez eu tenha sido mais...-minha mãe sorriu, afagando meus cabelos.
-E você cedeu ao pedido da mamãe.-eu o lembrei.
-Não foi bem assim! Seu nascimento me colocou em um beco sem saída. Para você ter sua mãe foi necessário a transformação, ou o corpo de humana de Bella não resistiria.
-Mesmo assim, Edward, se não fosse Nessie, eu não iria esperar mais muito tempo, lembra?-minha mãe o olhou e ele suspirou.
-Sei que vocês querem me proteger, mas nãos é certo me privar de tudo, preciso aprender a me virar sozinha!-falei me levantando.-Eu vou treinar, pai, por favor, não tente me impedir.
-Ok, certo. Eu nunca resisto aos pedidos das mulheres dessa família. Ainda mais se for com tanta educação.-ele zombou e eu cheguei para perto e beijei sua bochecha fria.
-Te amo, pai, não se esqueça disso.-minha mãe sorriu e meu pai apenas retribuiu com um beijo frio em minha testa.
-Te amo também.-ele disse.
-Mãe, eu amo você! Com certeza o papai é muito vulnerável a você!-sorri, piscando para ela.
-Nessie, como você consegue esconder seus pensamentos?-meu pai perguntou, me jogando uma almofada enquanto eu abraçava Bella.
-Não escondo nada pai, só evito pensá-los enquanto estou conversando com você!-confessei.
-Não se intimide, Edward, nossa filha saiu um pouco de nós. Mesmo sem ter nossos poderes, ela consegue dar um jeito de incrementar e aumentar o seu.
-E como consegue, você está ficando cada vez mais decidida, Renesmee Cullen!-Edward sorriu torto.
Sou adolescente. Pensei e ele apenas balançou a cabeça, um tanto quanto conformado com sua sorte.
-E, pai, quer dizer, mãe, amanhã vou até a reserva, vai ter fogueira e Sue me convidou.-falei, sem grande emoção.
-Sue?-minha mãe sorriu insinuativa.
-Oh! Sim, Jacob parece que anda meio ocupado. Não pode vir me ver hoje. Então, amanhã talvez, dormirei fora.-Bella e Edward se olharam, um pouco confusos, não sei o que passou pela cabeça deles.
-Nada, não estamos pensando nada. Vá e se divirta, afinal você precisa parar de pensar em lutas o tempo todo.-Edward revirou os olhos e eu o imitei.
-Boa noite! Amo muito vocês!-era estranho fazer muitas declarações de amor numa mesma noite, mas hoje, aqueles dois adolescentes que eu chamava de pai e mãe estavam tão próximos de mim e tão longe ao mesmo tempo.
Tinham cara de jovens, quando na verdade já deviam ter envelhecido, mas teimavam impor ordens, que ficavam um tanto quebráveis por sair de bocas tão adolescentes.
Pensado isso, entrei no meu quarto, deitei e dormi. Logo pela manhã havia chuva caindo no vidro da minha janela, suspirei. Domingo chuvoso era muito deprimente, Forks era sempre assim, não me admirava o humor das pessoas serem tão fechados.
Bella hoje me ajudou a arrumar a casa, fazer coisas com a minha mãe era muito importante para mim. Não sei, mas fortalecia o vinculo entre nós. Bella tinha um instinto materno muito forte, e conversando com ela senti como ela se sentia a meu respeito.
-Jacob costumava ser mais durão, minhas vagas memórias com o passar do tempo e os incentivos de Edward foram se tronando mais fortes e me lembro com nitidez coisas que fiz que me arrependo.
-O que por exemplo?-perguntei, enquanto arrumávamos seu quarto.
-Bem, não é que eu me arrependa de ter beijado Jacob, é que eu me arrependo de ter traído Edward, ainda mais daquela forma. Eu considerei uma traição e no momento pensei que ele não me perdoaria.-ela admitiu, olhando para a colcha estendida na cama. Seus olhos dourados estavam perdidos num vazio profundo.
-Mas, como tia Alice e tia Rosalie me contou, foi Jacob que instigou.-eu falei, encarando seu rosto de mármore perfeito, mesmo sem ter seus olhos nos meus.
-Foi por isso que me senti tão mal, não deveria ter sido daquela maneira, Jacob jogou sujo naquele momento.-ela confessou, ainda sem me encarar.
-Eu imagino.-suspirei.
-Quando ele me beijou da primeira vez, quebrei minha mão...-Bella sorriu.
-No rosto dele?-perguntei, já sabendo a resposta.
-Sim, foi idiotice a minha, humanos não pensam muito quando estão com raiva.-minha mão me olhou, sua boca estava com um sorriso torto satisfatório por estar longe daquela sua condição de antes.
-E... foi bom?-tentei indagar, saber como minha mãe havia se sentido em relação a beijar outra boca depois da de Edward.
-Oh, Nessie! Céus! Não sei, não me lembro!-Bella era péssima mentirosa.
-Hum... não precisa lembrar se não quiser...
-Foi diferente.-ela confessou sem que eu precisasse de muito esforço para fazê-lo.
-Mas você gostou?
-Que curiosidade, garota!-Bella exclamou, puxando ar e retirando os olhos dos meus. A adolescente em minha frente não parecia mais minha mãe, mas uma colega minha.
-E então?
-Foi no máximo... digamos que... diferente! É, essa é a definição. Mas hoje, aquele beijo me causa repulsa, talvez pela minha condição...-ela sorriu sem graça, ajeitando o travesseiro.-Mas me diga, você, bem, gosta dos beijos de Jacob?-ela pareceu Renée, com suas perguntas. Pelo menos era o que ela me contava de minha avó.
-Como posso saber? Nunca beijei outro.-sorri.
-Mas isso não faz diferença, perguntei se você gosta de como ele beija.-sem mais delongas, Bella conseguiu me constranger, mais do que eu a ela.
-Ok, certo. Eu, bem, sou apaixonada pelo beijo de Jacob se era isso que você queria saber...-confessei, cruzando os braços.
-É o normal. Não há nada melhor do que beijar quem amamos.-Bella suspirou.
Essas conversar com minha mãe faziam o tempo passar depressa, não demorou muito depois de toda essa volta ao passado para ser meio dia.
-Talvez, não sei ainda ao certo, façamos uma viagem de caça. Como você está se sentindo? Acho bom repor, já faz duas semanas...-nós estávamos entrando na inutilizável cozinha.
-Talvez... não me sinto tão mal, a queimação não me incomoda tanto, começo a me adaptar a ela toda vez que um cheiro fica mais forte. Mas não é bom vacilar, ainda mais quando se tem uma amiga humana...-brinquei e Bella me olhou rápida.
A tarde, com a chuva terminada, meu pai e meus tios resolveram treinar. Carlisle e vó Esme não foram, ficaram resolvendo algo. Não lutei hoje. Mas foi bom, a noite chegaria mais rápida. Ultimamente tenho esperando as noites como crianças esperando papai Noel.
Antes das sete, vesti algo, digamos que, conveniente e me dirigi a garagem. Olhei um anel metálico, com aqueles desenhos formando um lobo e uma corrente. Aquilo significava, não sei, talvez minha interpretação estivesse errada, mas um lobisomem acorrentado a mim. Não havia melhor representação. Por isso aquela jóia se chamava Anel da promessa Quileute.
Liguei a moto e saí, a estrada até La Push estava enlameada, e eu não sabia o local exato da fogueira, não desta noite. Acho que a clareira de sempre devia estar encharcada. Resolvi ir até a casa de Sue. Ela que me convidou.
Bati, mas ninguém me atendeu. Sentei na entrada da casa, me decidindo o que fazer. Entrar na floresta e rastrear o cheiro? Não. Muito instinto caçadora.
-Noite linda, não, futura senhora Black...-aquela voz me fez tremer. Jacob, sob a luz fraca do rol da casa de Sue me olhava.
-Boa noite, senhor Black.-disse, pegando sua mão e levantando.
-Então, Sue me disse que tinha te convidado. Eu sou um idiota! Não devia ter feito isso com você!-ele se desculpou, passando um de seus braços em minha cintura.
-Não se desculpe, não há nada o que desculpar. Sue me contou quanto trabalho você está tendo...-comentei.
-Nada, mas nada mesmo, Renesmee, deve ser mais importante do que você!-com emoção e olhando nos meus olhos, ele disse.
-Essa é a voz da impressão ou de Jacob?-perguntei, sorrindo torto.
-Por incrível que pareça, é Jacob!-ele gargalhou.
-Hum, que romântico. Sinto-me bem por estar tocando seu coração dessa forma. Não sentir só o amor da impressão.-suspirei.
-Nessie, acho que, mesmo que não tivesse sofrido a impresso por você, me apaixonaria do mesmo jeito, porque, você estava desde o começo, no meu destino. Desde quando eu gostava de Bella, desde antes, você já estava no meu destino, por isso sofri tantas desilusões, porque não era pra mim, sabe...
-E agora, eu sou pra você...? Interessante. Sempre me achei diferente de você, e nunca, naqueles meus tempos de criança, imaginaria um amor por você diferente do que eu sentia.-confessei.
-Sei como é. Eu também me senti assim. Não queria que as coisas acontecessem tão rápido. Você ainda tem, digamos que, quinze anos, e já está oficialmente ligada a mim.
-Isso eu já estava, esqueceu, desde antes...-sorri, nossos corpos ficaram juntos, um de frente para o outro, nossos rostos foram se aproximando, quando meu celular tocou.
Jacob rosnou e se afastou rápido.
-Alô, Andie?
-Nessie, boa noite.-a voz de Andie não parecia nada animadora.
-Onde você está?
-Em casa, sozinha... bem, vou logo perguntar, você não quer ir a Port Angeles pegar um cinema? É que meus pais saíram, John está na casa dos meus avôs e eu estou só...-Andie estava quase chorando, eu parecia ser a esperança dela. Me comovi apenas com sua voz.
-Olha, não posso ir a Port Angeles. Estou na reserva de La Push. Mas se você quiser vir até aqui...-olhei para Jacob que fez uma cara interrogativa.
-Até La Push? Não sei. Não queria ir até aí sozinha.-ela desanimou.
-Oh, eu vou te pegar...-falei e Jacob gesticulou que não e eu me surpreendi.
-Certo, então. Vou me vestir. E, Nessie, obrigada por estar sendo tão legal comigo!-dava pra sentir sua alegria pelo celular.
-Somos amigas, certo?
-As melhores!-ela quase gritou.
-Até logo!-falei e ela desligou.
-O que tem de errado trazer Andie aqui?-perguntei, ouvindo Jacob suspirar.
-É como se você convidasse Ed Broock pra ver o Petter Parker se vestindo de Homem Aranha e saltando de um prédio.-Jacob disse azedo.
-Nada demais. É só não haver explosões.
-E as histórias, Renesmee? Sabia que contamos histórias?
-Podemos apenas dizer que são lendas! Jake, faz isso por mim! Ela é minha amiga e está sozinha! Preciso dela...-sussurrei, baixando os olhos e fazendo biquinho.
-Ah, biquinho não, isso é golpe baixo!
-Por favor?-implorei.
-Oh, certo! Vou ser banido da reserva por ser o pior alfa da história quileute! Meus filhos ouviram nas fogueiras a história de um pai fracassado...
-Não seja dramático. Olhe! Os garotos estão vindo da casa de Sam.
A turma se aproximou e me saudou.
-E aí, rapazes!-percebi a cara amarrada de Seth.-O que fizeram ao meu tio?-falei, indo abraçá-lo.
-O de sempre! Foram idiotas!-Seth reclamou.
-Não nos trate assim, seu verme! Você não sabe o quanto esse garoto é patético!-Quil lhe deu um soco no braço e ele tentou revidar, mas Quil foi mais rápido e se esquivou.
-O que aconteceu?-olhei para Jacob.
-Não olhe pra mim, deve ter sido algum deles que está zoando e implicando com o pobre Seth.-Jake zombou.
-Nessie, ele está todo amargurado porque queria ter uma garota.-finalmente Embry zoou, soltando uma gargalhada que foi acompanhada pela dos outros.
-E o que isso tem de mais? Todos vocês não desejam uma?-falei e eles me olharam como se eu fosse de outro planeta.
-Não, você não entendeu. Ele quer ter uma impressão, porque não arruma uma garota e acha que tendo impressão, vai arrumar. Trouxa!-Jared caçoou.
-Vocês que são uns imbecis! Tem a sorte de terem uma impressão e ficam zoando de quem quer ter uma.-Seth disse, emburrado.
-Não fique assim, Seth. Tenho certeza que, com impressão ou sem impressão, você vai encontrar uma garota.-encorajei-o, passando minha mão em sua cabeça.
-Só nos seus sonhos, baby.-Embry disse e todos riram.
-Bem, eu vou indo. Me esperem, já volto.
Montei na moto e liguei.
-Ei!-Jake me puxou e me beijou, seus lábios quentes e macios se apertando contra os meus, em um ritmo carinhoso que me fez perder o ar. Os garotos assoviaram e eu fiquei meio sem graça.
Saí, meio tonta, desconcentrada do que ia fazer. Meu nome, qual era mesmo? Jacob era surrealmente perfeito. Me deixava sem ar e sem rumo literalmente. Ou então eu era muito débil mesmo.
Já na casa de Andie, a loirinha estava vestida normal, o que achei estranho. Uma calça jeans preta, tênis comum, uma blusa de lã verde folha, muito normal.
-Oi!
-Vamos.-falei e ela não precisou ouvir duas vezes, subiu na garupa eu acelerei. Eu podia ouvir as batidas do seu coração aumentarem rapidamente. Ela estava muito feliz, talvez eu não fosse uma amiga ruim.
Já em La Push, os garotos nos esperavam onde eu tinha marcado. Jacob tinha uma cara tensa. Suspirei ao descer da moto.
-Garotos, essa é Andie!-falei e ela ergueu uma das mãos, a outra foi para o cabelo, tirar os que caíram na frente do seu rosto, quando ela abaixou o rosto, envergonhada com tantos rapazes.
-Olá!-Seth disse, se destacando de todos os cumprimentos. Acho que só eu percebi isso.
-Vamos.-Jacob disse, duro. Eu enlacei um braço meu no seu e o fiz olhar nos meus olhos.
-Não seja tão chato. Vai dar tudo certo!-falei, confiante.
-Nessie...-Andie sussurrou em meu ouvido.
-OI?
-Esse é seu namorado?-ela mirou Jacob com admiração.
-É sim...-olhei sua cara amarrada e ri.
-Parabéns.-ela disse, sorrindo fracamente.
-Obrigada.-vi um sorriso fraco nascer na expressão, agora, pretensiosa de Jacob. Convencido!
Seguimos, Andie me perguntando algumas coisas, e eu respondendo, andando lado a lado com Jacob. Os garotos ainda caçoavam de Seth. Comecei a ver um clarão, a fogueira estava no lado oeste da reserva, quase no fim do penhasco. A vista do mar estava linda. As nuvens no céu não estavam tão densas.
-Hum, visitas...-Sue sussurrou, seu tom um pouco reprovativo. Sam ficou com uma cara fechada. Olhou Jacob com olhos apertados e Jake apenas deu de ombros e nós nos sentamos. Havia lingüiças em espetos perto da fogueira. Logo cada garoto pegou um e foi se chegando para perto da fogueira, menos Seth. Estranhei.
Sue, como de costume, começou a contar as histórias, eu já tinha ouvido, mas Andie parecia encantada com cada palavra que saía da boca de Sue. Ela estava fascinada.
Quando Sam começou a contar a suposta lenda da origem dos lobisomens, ressaltando sempre para “É apenas mais uma lenda antiga”, ela nem prestava atenção em nada, só na voz de Sam.
-Nessie, veja aquilo.-Jake, mais relaxado, me cotovelou de leve e apontou para Seth. Ele estava como Andie, só que não olhava para Sam, olhava para ela. boquiaberto.
-Ou ele está fingindo, muito, muito bem, ou acaba de resolver seus problemas com garotas.-Jacob gargalhou no meu ouvido.
-Oh! Sério? Ele sofreu a impressão pela Andie? Assim? De repente?-perguntei, assustada.
-E você acha que seria como? Depois do primeiro beijo?-ele revirou os olhos.
-E se Andie, bem, e se ela não quiser ela?-cochichei, sem tirar meus olhos da cara débil de Seth.
-Ela não terá opções. Ele ficará irresistível, carinhoso, apaixonado, ou seja, um imbecil total.-Jacob riu, mas eu não gostei.
-Nossa! Eu estou meio que, emocionada de ter presenciado isso. É um, um... um fenômeno importante para os lobos certo?-fantasiei, mirando a cara zombeteira de Jacob.
-Digamos que decisivo.-ele torceu os lábios.
-Que romântico... -suspirei e continuei a observar, logo Sue percebeu e sorriu para mim. Eu devolvi o sorriso, mais boba do que Seth.
Assim que as histórias foram findando, os garotos foram fazer um lanchinho, só Seth que permaneceu imóvel, olhando Andie.
-Ei! O que há? Não vai comer?-Quil deu um empurrão no mórbido Seth.
-Comer?-ele disse e todos prestaram atenção nele.
-O que há com você?-Brady quis saber.
-Nada!-rápido ele disse, olhando em volta. Mas não resistiu e olhou pra Andie, que conversava com Sue e Rachel.
-Ele está impressionado!-Paul gargalhou.
Todos se surpreenderam, Andie não entendeu nada, melhor assim.
A fogueira já havia se desfeito quando Andie pediu que eu a levasse em casa.
-Nessie, me deixe levá-la!-Seth se ofereceu e Andie olhou-o confusa.
-Você se importa Andie?-perguntei e ela contraiu um lado do rosto, com uma cara reprovativa.
-Está tarde para que eu vá só com você...-inventei, uma desculpa tipicamente humana.
-É, pode ser...-ela sorriu, disfarçadamente.
-Ótimo!-Seth exclamou e os dois desceram a montanha. Não sei se fiz o certo, mas Seth faria bem a Andie, e como faria.
-Tanto ele quis...-Quil disse, deitado em um pedaço de gramado perto da fogueira.
-Tanto zoamos ele...-Embry foi completando, sentado, ainda com um espeto de lingüiça nas mãos.
-Tanto ele pediu ao espírito do grande alfa...-Jared gargalhou alto, deitado no colo de Kim.
-Que conseguiu.-Paul finalizou e todos nós rimos.
-Ele merece!-falei e ninguém me ouviu.
Eu e Jake estávamos sentados em um tronco caído, eu tinha minha cabeça encostada no ombro dele. O ar frio veio do mar e bateu em minha pele. O calor de Jacob não me deixou sentir o frio produzido pelo ar.
-Vamos dar uma volta?-Jake sugeriu e eu apenas consenti com a cabeça.
Nos levantamos e todos nos olharam, rindo. Caminhamos em direção a floresta densa. Não falávamos nada um para o outro, só caminhávamos. Jacob parou em baixo de uma árvore enorme, de tronco grosso e se encostou lá, segurando minha mão.
Me apoiei em seu tórax e o olhei nos olhos. Sua boca automaticamente veio a minha. Suas mãos quentes deslizavam em meu rosto suavemente, passavam em minha nuca e meu pescoço, me deixando arrepiada.
Seus lábios macios percorrendo os meus, suas mãos me acariciando, meu coração batendo em um ritmo frenético, eu estava a um passo de flutuar. Perdi o fôlego e me afastei.
-Own...-ele sussurrou, rindo baixo em meu ouvido. Sua cabeça repousou suave em meu ombro. Suas mãos caíram em minhas costas, descendo e subindo.
Encostei meu rosto no seu novamente e iniciamos mais um beijo, dessa vez mais rápido e com mais emoção. Senti as mãos de Jake pararem em minha cintura, seu polegar entrara debaixo da minha blusa, acariciando minha pela. Se toque me fez ferver.
Levei minhas mãos até sua nuca, agarrei seu cabelo liso e o trouxe para mais perto. Seu beijo foi ficando intenso e sua mão avançou mais um dedo por debaixo da blusa.
Sem fôlego, parei e coloquei minha cabeça curvada em seu tórax, ele subiu um pouco a minha blusa, três dedos, eu acho, a cima da cintura. Sua mão quase toda estava agarrada a minha pela, alisando-a. Seu toque me deixava mole, minhas pernas estavam tremendo.
Pela primeira vez desde essas três semanas de namoro, e pensei em um futuro distante, onde seria mulher de Jacob. Eu pensei, naquele momento, em sexo.
Respirei fundo, sentindo minhas bochechas ficarem quentes. Meu coração não podia bater mais rápido do que aquilo. Suas duas mãos seguravam minha cintura, sem mais atrevimentos, nem sei se com segundas intenções.
Comecei, a partir desse momento, a enxergar Jacob como o homem que ele era, com suas necessidades. Aquilo me fez tremer. Não, eu não estava pronta, talvez nunca estaria. Confesso que sentia uma forte atração pelo corpo dele, mas nada que me induzisse a qualquer coisa a mais.
-O que foi?-ele perguntou, desconfiado da minha longa pausa no seu tórax.
-Nada. Só esqueci quem eu sou, só isso...-falei e ele sorriu.
Ficamos mais algum tempo ali. Estava amanhecendo quando Jake me trouxe para casa. Desci da moto e guardei o capacete. Ele me deu um rápido beijo e foi andando para fora da garagem. O segui.
-Vou passar na casa de Charlie hoje. Aparece lá. Ele quer falar com você...-sorri, pegando em sua mão.
-É, Sue me disse. Acha que terei problemas com o chefe Swan?-sua pergunta foi um pouco desconfiada.
-Oh, se você levar em consideração o tempo que ele queria você como genro, acho que não.-olhei sua expressão de deboche.
-Oh, então acho que não terei grandes problemas. Charlie me quer na família, eu sinto isso!-ele gargalhou e eu ri alto também.
A alvorada se aproximava, Jacob apertou minha mão e me puxou. Nossos lábios se uniram em um beijo breve. Jacob se foi. Entrei direto no meu quarto. Sentei na cama e comecei a imaginar uma noite com Jacob. Não no modo sexual, mas imaginado só nós dois em um quarto e...
-Bom dia!-meu pai apareceu na porta de supetão. Fiquei vermelha da cabeça aos pés. Só de imaginar que leu meus pensamentos.
-Não se constranja. É natural isso...-Edward disse, entrando no quarto e me olhando com cautela.
-Eu, eu... não sei o que dizer!-confessei, colocando meu rosto entre minhas mãos.
-Nunca me imaginei nesse momento...-Edward riu baixo, balançando a cabeça desconsolado.
-Quem mandou ter uma filha adolescente...-protestei, olhando para o chão. Meu pensamento estava tão vazio.
-Mas veja, eu acho que você ainda é jovem, terá décadas para pensar e... fazer isso!-ele disse, sem jeito.
Aquela situação era um tanto embaraçosa. Edward estava na minha frente, tentando conversar sobre sexo. Aquilo me fez rir alto.
Ele me acompanhou em uma estranha gargalhada nervosa.
-Não queira ter filhos, no mínimo um e deixe-o com Jacob, cuide de meninas... pais definitivamente não levam jeito para essas coisas...-Edward confessou, sorrindo torto.
-É melhor deixar essa conversa com a mamãe.-confessei, encarando sua cara pensativa.
-Oh! Certo!-ele suspirou e passou uma das mãos no cabelo ruivo e foi saindo.
Fechei a porta (que já estava recolocada), suspirando aliviada. Nunca mais eu voltaria a ter esses pensamentos. Não mais. Entrei no meu closet, me prepararia para ir ao colégio.

9 comentários:

  1. ameiii
    renesnee e jacob tendo filhos;?
    Hum...

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  2. UIIIIIIIIIIIII ! ADOGUEI NESSIE PENSANDO EM 'AHANIHAR' COM JAKE

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  3. aii imagina meu pai lendo mentes eu ia qre
    q um buraco abrise na minha frente oakpOKPOAKpoka
    :P lindo!!!

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  4. aiii!!podia ter acontecido nakele mmento,ia ser mais emocionante!tsrsrsrsrs

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  5. Ah...queria um pai e um namorado desse...
    Namorado lindo,gostoso,irresistível e louco por mim e um pai compreensivo que eu nem precisaria me dar o trabalho de dizer o que acontece comigo!!!

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  6. Poo, qeria um pai e um namorado desse..
    O negocio tá pegando fogooo. mtmtmtmtmt emocionante

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  7. que legal adorei !!! vc pode me mandar a lua de mel deles ????

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