sexta-feira, 4 de junho de 2010

CAPÍTULO 16

RENESMEE...


16. FUGA

O jato balançava rápido sobre as nuvens. Ninguém comigo a não ser Alec Volturi, que estava sentado na poltrona ao meu lado. Não conversávamos muito. Ele estava sério agora, mas às vezes ela se mostrava extrovertido, não parecia nada com o vampiro poderoso das lutas e confrontos dos nossos clãs.
Depois que entrei naquele carro, sentindo que Jacob estava correndo atrás de nós, meu coração sangrava, eu apertava a mão de Alec e não conseguia olhar para trás. Eu não estava só abandonando Jacob, mas minha família inteira que nem em Forks estava.
Me sentia como uma criminosa, e enquanto Alec dirigia, e eu no banco de trás, meu pesar era enorme, ele percebia minha frustração e me distraí com perguntas sobre a minha vida, nada que me fizesse esquecer minha atitude.
Mas era o melhor... eu amava Jacob demais para ter que vê-lo a eternidade se transformando em lobo, roupas explodindo e rondas desnecessárias. Principalmente porque minha família iria embora em pouco tempo, e só voltaria depois de algumas décadas. Para Bella isso estava matando-a. Deixar Charlie, Renée, esperar eles morrerem para poder voltar.
Meu pai ficava muito tenso quando falávamos em viajar e não voltar. Ele via o sofrimento interno da minha mãe, mas como ela própria alegava, foi o destino que ela escolheu. Toda nossa família já tinha em mente o que faria assim que eu concluísse o colegial. Depois do meu noivado com Jacob, deveríamos, bem, casar, em alguns meses, não sei bem quantos. Não estava realmente nos meus planos isso.
Jacob era tradicionalista, queria um casamento estilo quileute, para decepção de tia Alice. Porém tudo isso estava perdido, meus planos, os de Jake, os da minha família.
Quando meus pais fossem embora, não haveria mais vampiros, então o bando de Jacob voltaria ao normal. Só ele que não desistiria para compartilhar comigo a eternidade e isso estava o matando, eu sabia disso. Seria difícil para mim e para minha mãe ver Charlie e Renée partindo, mas seria bem mais difícil para Jacob ver uma aldeia inteira morrer e ele continuar vivo, esperando próximas e próximas gerações.
Minha mãe ainda teve uma escolha, e ela escolheu ser vampira, o que meu pai não queria. E eu agora estava tendo uma escolha e não tinha dúvidas quanto ao que eu queria. Era o melhor a fazer. Seria egoísmo meu ter essa chance e desperdiçá-la. Ainda que me custasse uma década ou duas, não sei, mas Jacob iria sobreviver, meus pais também. Então eu voltaria e morreria, como tem que ser.
-Você está triste?-a doce e melódica voz de Alec me fez abrir os olhos rapidamente e encarar as duas pedras de rubi cintilantes que estava na minha frente.
-Um pouco...-menti, a minha tristeza era enorme.
-Não se preocupe, você está fazendo a coisa certa.-ele disse, tirando seus olhos dos meus.
-É, eu sei.-suspirei. Então me lembrei do esquecimento que sofri durante um mês.-Como você fez aquilo? Quer dizer, me fez esquecer sua proposta? Por um mês!-eu falei, sufocando. Poderia ser outro poder dele?
-Bem, não é nenhuma dificuldade para mim. É um novo truque que meu dom me proporciona e que é bem útil a não ser por causa do curto prazo que ele dura.
Curto? Pensei, erguendo as sobrancelhas.
-E como é? Você não possui o dom de imobilizar os sentidos do corpo?-perguntei olhando para a poltrona em minha frente. Não queria encará-lo e denunciar que achava o seu dom demais.
-Sim, sim. É com essa imobilidade que eu consigo trabalhar o esquecimento das pessoas. Perceba que, meu dom não mexe com o corpo, mas apenas com o cérebro das pessoas. Assim, se eu modificar os sentidos no cérebro, eu ganho o corpo inteiro. Assim, eu posso fazer as pessoas esquecerem temporariamente algum fato imobilizando sua memória.
Ele pausou e colocou a mão gélida em minha bochecha. Fiquei sem ar quando seus olhos encontraram os meus.
-Veja.-sua mão pressionou minha bochecha e de repente eu não sabia meu nome.
-Não lembro como me chamo... incrível!-falei, tentando puxar em minha memória meu próprio nome, mas não acontecia nada.
-Eu seleciono a parte das suas memórias que desejo apagar e o faço sem dificuldade. O único impedimento e a duração. Não dura muito. O prazo máximo que eu pude submeter uma pessoa foi um mês e quinze dias. Agora observe quando eu retiro a minha mão, eu ainda te deixo sem se lembrar. Você poderia chagar a Volterra e permanecer sem saber dizer a ninguém seu nome. E quando as pessoas te chamassem, você não ia responder, afinal você não se lembra mais do seu nome.-ele falou, olhando suas mãos esticadas.
-É insuportável isso. É como se eu soubesse, mas tivesse uma névoa impedindo a informação de sair.-reclamei, sacudindo a cabeça.
-É exatamente como um bloqueio, uma névoa de esquecimento. Eu paraliso essa parte de suas lembranças, então pro mais que você tente a parte onde seu nome está gravado não aparece. Tente se lembrar de alguém lhe chamando.-ele pediu, sorrindo cheio de si.
-Não consigo. Apenas não me lembro como as pessoas me chamam. Isso é realmente fascinante, como diria Carlisle. Você é realmente poderoso. Aro deve ter muito apreço por você.-eu disse, debochando o máximo que pude.
-E ele tem. É bem útil, quando alguém revela a nossa existência, então já fazemos o serviço completo. Eliminamos o descuidado e apagamos de outra maneira a pessoa a quem nosso segredo foi revelado. Antes as mesmas serviam de... com o perdão da expressão, “lanchinho”! Demetri adorava essa parte. Esta muito decepcionado com meu novo poder. Mas aro e meus outros mestres acham bem úteis. Chama menos atenção.-ele disse, seus olhos perdidos no corredor estreito.
Imaginei como seria a relação de todos em Volterra, como subordinação, chamar Aro, Caius e Marcus de mestres. Eu teria que me submeter a tudo isso para alcançar o meu objetivo, mas se Carlisle tinha suportado por que eu não conseguiria?
-Poderia me fazer lembrar do meu nome?-pedi e ele sorriu. Logo a nuvem que cobria meu cérebro foi embora e todos os meus nomes vieram em cheio em minha mente: Renesmee Carlie Cullen Swan. Era um alívio.
-Você não está curiosa para saber que função terá na guarda?-Alec chamou minha atenção novamente.
-Não muito. Espero que não precise matar pessoas. -sorri amargamente. Alec não gostou.
-Creio que deva ter que se acostumar com nossos hábitos, pois nos alimentamos de pessoas, espero que isso não há faça mudar de ideia.-ele me olhou especulativo.
-Não, contanto que eu não me alimente delas.-falei, com medo de quebrar a regra de alimentação do meu avô.
-Não será necessário. Mas gostaria de saber se você resistiria...-ele salivou, acho que só de imaginar. Eu tinha medo de que aqueles seus olhos vermelhos fossem transformados em meus em algum tempo. Mas eu não abriria mão de me alimentar de animais, nunca.
Alec de repente se levantou, sua mandíbula travada. Olhei-o com receio e ele sorriu, um pouco sem graça.
-Me desculpe, preciso de ar... fresco.-ele disse. Caminhou em direção ao banheiro do jato. Lá tinha um pouco de ventilação.
Imaginei o quanto devia ser difícil para ele se manter perto de mim, comparei ao que eu sentia perto de Jacob, quando estava transformada, e até quando não estava.
Recostei na poltrona e quando dei por mim o céu estava escuro, dormi por mais de quatro horas.
Alec já estava do meu lado. Vi sua mão fria sobre a minha e tentei tirar a minha de lá. Ele estava de olhos fechados, como que repousando as pálpebras. Assim que movi minha mão ele abriu rapidamente os olhos, e o seu reflexo me deixou alerta. Mas então um sorriso nasceu em seu rosto.
-Estamos perto.-ele sussurrou.
Balancei a cabeça e me recostei novamente na poltrona. Ouvi Alec suspirar e senti que seus olhos estavam em meu rosto. Corei sem ao menos olhá-los.
-Como é pra você ficar perto de um lobisomem? Não te causa repulsa?-ele me olhou curioso. Não parecia uma pergunta infame, apenas curiosidade.
-Na verdade, não. Até quando estou como vampira, não tenho tanta repulsa, o sangue de Jacob é muito atraente para mim. Como vampira. Como meio humana é mais fácil ainda de lidar com ele. É como um humano qualquer. Só que o humano que eu gosto.-falei, sem graça.
-Mas você acha que como vampira o sangue dele te atraí de forma insuportável ou é apenas atração de sede normal?-ele continuou o interrogatório, agora seus olhos estavam estreitos e sua voz estava cautelosa.
-Acho que sede normal. Na verdade a vampira em mim só quer matar Jacob.-falei isso como quem dá bom dia.
-Nada mais normal, vocês são inimigos naturais.-Alec falou no mesmo tom que eu e isso me assustou, para ele a minha relação com Jacob deveria ser uma coisa supérflua e artificial.
-Mas eu amo ele, e não deveria cogitar matá-lo nem por um minuto.-revoltada comigo mesma falei alto demais.
-Será que ama?-sua voz, sua expressão era ofensiva. Sua dúvida colocou a prova os meus sentimentos por Jacob.
-Não preciso falar, meus sentimentos provam isso. Permita-me...-debochadamente pedi, erguendo a mão para tocar sua face.
-A vontade.-ele colocou minha mão em sua bochecha pálida e eu o mostrei minha reação quando via Jacob, como meu coração batia, como eu me sentia. Ele pareceu decepcionado e eu não esperava essa reação dele.
-Hum... um tanto... interessante.-ele sibilou, assim que retirei minha mão do seu rosto.
-Eu o amo e isso é o que me revolta. Não poder existir algo entre nós. Mas ele quis assim, quer dizer, o destino, afinal a impressão é coisa do destino dos lobos.
-Mas você pode mudar esse destino.-Alec me olhou convidativo.
-Não pretendo mudar.-duramente falei e ele se afundou na poltrona e não disse mais nada.
Respirei fundo para tentar puxar mais algum assunto. Não fazia ideia de como falar. Depois de conversar sobre Jacob, a saudade, a angústia e todos os sentimentos que poderiam me fazer desistir e que eu tinha empurrado para bem longe da minha parte racional voltaram a me assombrar. Minha garganta deu um nó e nenhuma palavra saía da minha boca.
O silencio ficou horrível entre nós. Até que senti a mão de Alec na minha. Seus olhos estavam implorando pelos meus. Meu rosto e o seu, um de frente para o outro.
-Renesmee me perdoe. Fui fraco.-ele começou a confessar e eu não estava entendendo muita coisa.
-O que quer dizer?-perguntei e ele tirou seus olhos dos meus, envergonhado.
-Não fui forte suficiente. Há séculos todos na guarda procuraram seus pares, mas não é permitido formar-se casais nem vínculos amorosos em Volterra. Mas, não sei como vou conseguir ocultar de Aro, o que estou sentindo por você.-seus olhos estavam apertados e suplicantes. Sua mão gelada apertava a minha com delicadeza.
Emudeci. O que eu poderia falar?
-Por favor, me perdoe. Terei que esconder isso dos meus mestres, ou poderei ser destruído caso queira quebrar as regras. Mas gostaria de ter a eternidade com você. O lobo poderá seguir sua vida. Fique comigo, Renesmee, em Volterra, me deixe lhe mostrar o quanto eu posso gostar de alguém...-seu desabafo me causou um sentimento inesperado. Talvez piedade. Eu sabia como foi para o meu pai encontrar minha mãe depois de um século. A felicidade dele, não tinha preço para Carlisle e Esme.
Mas não passava por minha cabeça gostar de outra pessoa. Jacob era meu sol, meu mundo girava em torno dele, sem ele eu não tinha luz, não tinha razão para viver. Por isso a mortalidade. Eu não encontraria outro que me completasse como Jacob Black fazia.
Alec ainda esperava uma resposta minha, e que estava escolhendo as palavras com cuidado. Eu não poderia simplesmente passar por cima dos seus sentimentos.
-Alec, não peça perdão. É ridículo se desculpar por sentir algo por alguém. Eu sei o que você deve estar sentindo. Meu pai demorou muitas décadas para encontrar minha mãe e quando a encontrou não pode mais viver sem ela.-dei o exemplo, mas me arrependi.
-Garanto-lhe que é como me sinto.-ele falou, uma ponta de esperança estava no seu semblante.
-Mas... não sei como dizer...-dei uma pausa, puxei algum ar para tentar explicar a ele que Jacob era a razão de eu estar naquele jato.
-Eu também sei que você não poderá ficar comigo. Por isso gostaria que me desculpasse. É tão patético falar como falei. Você está indo para Volterra, sacrificando sua imortalidade por um lobisomem e eu aqui querendo ter seu coração.-ele tripudiou de si próprio. Aquilo me enfureceu. Eu não queria que ele pensasse que eu o desprezava, apenas não podia sentir o mesmo por ele.
-Alec, não fale assim. Entenda-me, como eu preciso que você me entenda! Não quero que fique magoado comigo. Apenas compreenda que eu amo Jacob e não há espaço em nenhuma parte do meu ser que possa amar outra pessoa do modo como eu o amo.-desabafei e vi sua cabeça cair sobre seu tórax. Na minha mão algo de metal cintilou, meu anel da promessa quileute.
-Isso não será um problema. Nunca senti isso por ninguém. Mas será fácil de acabar com isso...-ele sorriu sombrio. Pavor me tomou. O que ele faria?
-Não se prejudique por minha culpa. Eu lhe imploro!-segurei o colarinho do seu terno preto e ele me encarou sorridente.
-Não o farei. Apenas usarei meu dom contra mim mesmo. Imobilizarei meus sentimentos. Não sei por quanto tempo. A eternidade talvez. Eu teria que fazer isso assim que chegássemos a Itália, porque até o próprio Aro me faria apagar meus sentimentos. Os vampiros de lá devem fidelidade apenas aos seus mestres.-ele disse com um tom pesado.
-Espero apenas que fique bem.-soltei seu colarinho e me revoltei contra mim mesma. Porque as coisas tinham que se tornar tão difíceis? Qual a possibilidade de um Volturi se apaixonar? Qual a possibilidade dele se apaixonar por mim? Alguns minutos atrás era zero, e Alec acabou revelando o que eu jamais imaginaria.
-Me desculpe novamente. Não quero que se sinta mal. Com licença.-ele pediu e sentou-se a duas poltronas na minha frente. Suspirei. Ele teria que se privar de um sentimento por culpa minha. Quer dizer, por culpa de ser um Volturi. Esse clã estava começando a me preocupar, eles eram perigosos. E se Aro resolvesse me fazer esquecer de quem eu era? E se resolvesse em prender lá? Ainda bem que o poder de Alec só durava um mês.
Sobre as nuvens e no silencio da noite, o jato parecia se mover muito devagar. Alec estava imóvel na minha frente, mas com certeza eu estava sentindo a dor dele. Meu pai deve ter sentido a mesma coisa quando teve que abrir mão da minha mãe a muitos anos atrás.
Eu estava com a cabeça cheia, não conseguia mais fechar os olhos por muito tempo. Desisti de dormi e procurei no meu bolso meu mp11 e liguei-o. As músicas clássicas me levaram para Forks, para minha sala e para a de Carlisle, onde haviam os pianos em que meu pai costumava dedilhar com tanta delicadeza e sabedoria.
Me entreguei as melodias de Chopin, de Mozart, e de tantos outros, entregue aos dós, rés e mis das músicas.

19 comentários:

  1. Aiin *-*
    Que complicado .. , :x
    Coitado do Alec :[

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  2. Nossa!!! Mt legal!!! Qd vc vai postar mais??? esta mt legal!!! Mas eu queria q a nessie ficasse com o alec em vez do jake.

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  3. Háaaa ñ ! nem pensar! Jake já sofreu tanto, agora é hora de ele também ser feliz! Torço pelo amor dos dois...

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  4. aah *-*
    tadiinho do alec !
    mas eu kero ke a renesmee fike com o jake .

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  5. Tadinho do Alec!
    arruma uma outra para ele!
    :(

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  6. eu concordo com a thayza e com a emily jacob e renesmee tem ke fica junto

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  7. tambem acho eles formam um lindo casall
    aiiii!!!! tadinhu do Alec ;(

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  8. Isso!eles tem q ficar juntos,mas coitadinho do alec!poxa,ele tah apaixonado,qm nunca se sentiu assim,como é a dor???

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  9. o Jacob q se cuide pq a concorrencia ta forte!

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  10. Na minha opinião renesmee estava certa em dizer aquilo a Alec, a final ele vai esquecer logo com o seu poder, mais eu tenho que admitir que eu fiquei com dó do Alec, mais ainda tenho mais dó do Jacob o que ele deve estar sentindo deve ser horrível.

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  11. eu axo q o Alec devia encontar outro amor pq quando o Jacob souber... ele ñ vai ficar nd feliz

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  12. [aaaaaaaaa] To amando foofa ta perfeiita tavaaqi conseguindo sentir a dor de jAcob por serem tão intensas as suas palavras

    PS: miil e um aplausos para você

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  13. Este comentário foi removido pelo autor.

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  14. eu axo q Alec deve ficar com Renesmee e Jake ficava com Sarah

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  15. Respostas
    1. mais é claro q não nessie e jacob tem q ficar juntos ele ama ela e ela ama ele e ponto final...

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  16. aposto que os vouturi estão mentindo para a nessie...
    ela devia pelo menos ter avisados o jacob

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